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Psicologia

não sei…

Quando eu era estudante de psicologia um dos momentos que eu mais temia era o que eu teria que assumir ou dizer: Não sei!

Um verdadeiro pavor dessas duas palavrinhas.

Especialmente pelo que eu entendia que elas representavam para mim: não saber era assumir um defeito, um problema que eu tinha, algo grave e feio. Parecia sinônimo de alguma fraqueza, fosse do meu estudo, fosse do meu empenho.

Desesperador esse não saber.

Havia treinos para evitar essa “saia justa” impensável, como por exemplo: se a banca do trabalho final de graduação perguntasse 

“Por que você não usou autor X?”, 

“Por que escolher esse tema e não o outro?”, 

“O que você pensa sobre a ideias do autor Y?”, 

ou ainda, frente a pacientes ou pais de paciente,

 “Por que isso está acontecendo?”, 

“O que ele tem?”, 

“Quantas sessões vai levar tudo isso?”. 

Perguntas e “saias justas” as quais não findaram com o término da graduação. 

Ao contrário, elas seguiram pelo mestrado, doutorado, formação, pela minha prática clínica quase diariamente. 

E o que fazer com o “não sei!”?

Com ele, nada.

Comigo, fiz bastante coisa.

Gradativamente, fui construindo dentro de mim referências sobre o que eu estudei, sobre o que eu faço, sobre o que gosto, sobre quem eu sou. Como eu digo, fui ficando confortável na minha própria pele. Estudar, se tratar, supervisionar, clássicos que não são nada clichês. Hoje, eu coloco um quarto elemento nesse tradicional tripé: viver. Isso mesmo, viver a sua vida, gratificar-se com encontros, festas, viagens, arte, amigos, amor.

O caminho vai se fazendo. O “não sei” segue nele. 

O que muda não é sobre saber ou não, é outra coisa: é se dar por conta que não se saberá tudo nunca. Óbvio? Não, realmente não. Tanto não é que, para você poder usar essa expressão é necessário sentir-se bastante seguro porque você não saberá e isso também será importantíssimo para seu trabalho e para a sua vida.

Dizer “não sei.” passa ser algo tranquilizador, e, simultaneamente, algo potente. Não é mais um demérito. 

Você pode dizer que “não sabe” porque, finalmente, você aprendeu que, em qualquer campo da vida, saber tudo, além de impossível, é intragável.

CURSO Online

Há anos eu estava inquieta com a ideia que ouvia frequentemente:

“Não dá pra entender a Psicanálise, ela é muito subjetiva!”

Sim, ela fala sobre a subjetividade. Mas, o que isso quer dizer? Quer dizer que não é possível entender? Que é para poucos?

NÃOOOOO!!!!

A Psicanálise é uma experiência que nós estudamos (e muito!) e podemos ver ela na nossa rotina porque ela é sobre a VIDA COTIDIANA, ou seja, é sobre a vida de todos nós.

Foi com essa ideia que comecei a fazer os cursos sobre Psicanálise e o mais novo é o A PSICANÁLISE PELOS TEXTOS DE FREUD, no qual eu trago vários textos fundamentais de Freud de forma comentada, embasada e leve.

O curso tem:

12 Aulas gravadas

2 Aulas síncronas (a serem agendadas)

Caderno e slides

Certificado

Didático e consistente

1 Ano de Acesso

PSICANÁLISE SEM RANÇO!

Acessa esse link: https://bibianamalgarim.com/textos-freud/

Cobrança de Honorário na prática psi

A da cobrança de honorários pelos psis (profissionais ou estagiários) é uma questão desde que me conheço por psi também! Ou seja, há tempo! Em 2013 uma das minha estagiárias, na época, dedicou-se a estudar esse tema um pouco mais e escrevemos um artigo. Ele não é novo, pois foi escrito há 9 anos, mas se você for parar para pensar: será que muita coisa mudou sobre esse tema?

Segue o resumo do artigo, cujo nome é: A COBRANÇA DE HONORÁRIOS DURANTE O ESTÁGIO EM PSICOLOGIA NAS CLÍNICAS ESCOLA.

RESUMO: O presente estudo tem por objetivo relacionar a contratação de honorários como parte integrante na formação acadêmica porquanto a realização de um estágio em clínica-escola. Para tanto, os dados bibliográficos propostos para discussão apontam para a compreensão do significado da cobrança de honorários durante a prática terapêutica e como esta questão pode contribuir para a valorização do profissional que esta se formando em Psicologia. Assim, utilizaram-se algumas obras que nortearam para a discussão de honorários, todavia a literatura ainda mostra-se frágil quando traz à tona a questão da cobrança quando se relaciona à clinica-escola visto que os serviços prestados mostram-se na maioria gratuitos ou o pagamento é realizado para funcionários da instituição (clínica-escola).

Geração C

Não sei como começou a nomenclatura das gerações, mas nessa lógica estava pensando sobre a geração de bebês e crianças pequenas que nasceram e cresceram durante o período da Pandemia de Covid_19. Daí meu título, a Geração C.


Em uma ocasião em que eu estava em uma fila aguardando, à frente havia um pai com uma bebê no colo que devia ter em torno de 6 meses e havia umas duas mulheres que falam com os dois elogiando e fazendo gracinhas para a pequena. A cena parece típica, mas não é – ou não era! – porque ambas as mulheres estavam de máscara, assim como o pai, o que fazia com que a bebê só ouvisse suas vozes e enxergasse os olhos, não tendo noção da expressão total do rosto daquelas pessoas.

Essa cena me levou a pensar muito sobre como esses bebês irão construir essa Gestalt do rosto das pessoas, como elas irão registrar as expressões e identifica-las com o tempo, uma vez que metade do rosto passou a ficar escondida do olhar. Isso é relevante para um bebê que nasceu no fim de 2019 ou início de 2020 uma vez que estamos falando de toda a sua vida.

Já em outra perspectiva, mas ainda sobre a máscara, a Geração C de crianças parece não se incomodar com o uso dessa proteção como os adultos ainda se incomodam. É igualmente interessante reparar como a máscara passou a ser um objeto de vestuário rigorosamente habitual para os pequenos, não há nenhuma ansiedade em retira-la como vemos os adultos fazendo tão logo possam. Os miúdos usam a máscara como usam sapatos. Estão ok com isso, faz parte e já entenderam que esse objeto faz parte da vida deles.

Ainda há aqueles que sentem falta de ver o rosto por inteiro das pessoas. O que de fato, no meu julgamento, é muito relevante. Há os que ficam angustiados quando enxergam pessoas sem máscara. Temos ainda os miúdos que desenvolveram uma ansiedade mais elevada a qual se expressa em certa dificuldade no contato social ou em medos de contaminação. Também há miúdos e miúdas que estão bem simplesmente.

Para mim ficam muitas dúvidas sobre como a Geração C foi e ainda é subjetivada por esse momento que para nós, adultos, foi tão atípico só que para ela, foi e ainda é, somente a vida que conhecem e que vivem.

You: O que é amor?

Atenção! TEXTO COM SPOILER!

Amor é uma palavra poética em si mesma. Há literalmente infinitas formas de amar. Contudo, quando o amor pode machucar? E se machuca, podemos chamar de amor?

Na Série da Netflix, YOU, Joe vem mostrando como ele entende o que é amor. Uma noção bastante complicada, diga-se de passagem. Joe é um homem que escolhe sua parceira baseado no que ele mesmo descreve como “padrão” – na linguagem psicanalítica seria compulsão a repetição – e dentro dessa lógica ele tenta “arrumar” a vida da parceira escolhida. Muito onipotente, ele entende que consegue consertar o que julga que atrapalha o caminho da relação idealizada. Marcadamente observamos uma psicopatia severa.

Joe é um livreiro que possui uma história de violência, abandono e institucionalização. As lembranças desse passado vão aparecendo no decorrer dos episódios, como um contexto para seus pensamentos e suas ações. Não sei se é coincidência ou se foi proposital, mas quando Joe se torna pai, na terceira temporada, esses flashes se tornam mais frequentes

O que Joe descreve como cuidados, atenção e amor incondicional logo passará a ser sentido e visto pelas parceiras como o avesso disso: intrusão, descuidado e, claro, violência. Os desfechos são trágicos.

Na primeira temporada fica mais difícil ter empatia por Joe. Já nas demais temporadas, segunda e terceira, a série brinca com o espectador fazendo você oscilar na “torcida”. Essa oscilação parece mais intensa especialmente na terceira temporada porque Joe tem um filho e com esse bebê ele claramente demonstra o que vemos cotidianamente nas pessoas: somos muitos, temos muitas facetas, somos irredutíveis a um rótulo. Ele ama seu filho. Entretanto, a terceira temporada é intensa e tem toques de comédia interessantes.

O que Joe entende por amor é algo que leva suas parceiras a sumirem – e isso pode ser bem literal. É um estado de relação na qual um pressupõe que sabe tudo o que o outro quer e precisa, desconsiderando a individualidade deste outro. Seria um amor que não enxerga o/a parceiro/a subtraindo-lhe a condição de diferenciação, de frustração e de confiança. Em teoria, Joe faz o que faz pela felicidade integral da parceria, por You (você), na prática, Joe busca um controle absoluto que garanta a ele nunca ser abandonado – custe o que custar.

Escolher ter filhos é tão difícil quanto escolher não os ter

Escolher é a questão. Escolher é o difícil.

Optar por ter filhos é uma atitude de desprendimento titânica: não há como voltar. A vida ganha afetos, intensidades, cheiros e amores antes desconhecidos. Mescla-se com dias repletos de ansiedades pelo desconhecido, pelo cansaço e por dúvidas atrozes.

Contudo, escolheu-se fazer um ser humano. E esse caminho é um caminho necessário para a humanidade. A escolha das palavras aqui é precisa: escolha, ser humano e humanidade. Não se está falando de capacidade reprodutiva. Fala-se de humanos fazendo outros humanos com qualidades que os elevem.

Em nenhum momento será fácil. Será bom. Será ótimo. E será ruim também.

O contrário é verdadeiro.

Escolher não ter filhos também é uma opção que não trará a completude idealizada. É desprendimento? Total, mas de outra ordem: desprende-se de estigmas ou obrigações os quais parecem já estarem registrados na certidão de nascimento, especialmente esse você nasceu menina. Escolher não os ter é um caminho que se organiza em função de uma opção e de uma renúncia. A vida será pautada por afetos, com noites e dias de uma autonomia gostosa, uma calma para olhar e sentir a vida. Quem escolhe esse caminho não será poupado das dúvidas. Também é um lugar que espinha porque não há certezas, e há muitos olhares duvidosos e críticas cruéis. Afinal, não são somente os pais quem são alvos.

E talvez esse seja um ponto importante: quem consegue e pode escolher algo para seu caminho de vida pode se tornar alvo porque optou por algo, renunciando a outras tantas possibilidades. Lidou com a castração, psicanaliticamente falando.

Escolher não se trata de “se jogar” impulsivamente, ou fazer algo pautado por um afeto intenso e descarrilhado, nem sequer não o fazer pela impossível culpa que o pretenso ato gerará. Escolher é arcar com o que se opta, isso inclui o ônus e o bônus. Sempre.

Ter ou não ter filhos? Não há escolha mais fácil aqui. O difícil não é tê-los ou não, o difícil é fazer a escolha.

Por que adulto perdoa

(Texto dedicado à minha avó, Otalina! Essa menina de olhos verdes linda da foto!)

Adulto perdoa mais fácil que criança e adolescente.

Me dei conta disso escutando pessoas e escutando a mim mesma.

Estava cozinhando esses dias e lembrei da minha avó. Morei com ela por 1 ano quando fazia o já antigo segundo grau. E entre aromas e panelas lembrei do quanto ela cuidou de mim e o quanto eu não fui cuidadosa com ela.

Fui uma típica adolescente, com o contexto de estar loucamente estudando querendo provar meu valor pelo listão do vestibular.

Se todas essas expressões não fazem sentido para você, deixe-me localizar a época da qual falo: estou falando da década de 90, interior do RS, numa cidade conhecida por ser a cidade universitária.

Retomando…

Fui egoísta em quase todos os momentos que lembro.

E ela estava lá, igual. As vezes mais cansada, mas parecida com o que sempre foi.

Hoje quando nos falamos e declaramos descaradamente nosso amor uma à outra, fica claro para mim que ela me perdoou. Nem sei se lembra dessas mal criações que fiz. Não há nada de mágoa nas suas palavras, ela só é feliz por mim.

Adulto perdoa porque sabe que adolescentes e crianças ferem quem os ama, é da sua natureza, é do seu momento. Eles perdoam porque são maiores em amor e paciência.

E eles sabem que você vai chegar lá. Eles acreditam, eles apostam nisso.

Você vai chegar aonde eles estão e também será capaz de perdoar, porque foi perdoado tantas necessárias vezes. Na verdade, eles estão te ensinando algo importante sobre crescer. Guarde essa lição. Acima de tudo, cultive essa sensação.

Crescer também se trata de aprender a perdoar, ora bolas!

Cloto

Luto é um fio que não se enxerga o fim: tece, fia, tece, fia e não acaba. As vezes penso que se é Penélope,  mas não sei quem desfaz a tecedura no curso das noites. Ainda não sei.

Penso em ti todos os dias.
Dia sim, dia não sinto a memória tomada e a saudade devora como Cronos devorou seus filhos. Haverá um rebelado que colocará fim a esse banquete nefasto?


Luto não é coisa pequena.
Mas, até para gente grande é demais.
Quisera ver você de novo, tal qual Ícaro.
Prometem que um dia será só uma boa saudade. Ah Luto, quem dera tivesse algo de Perséfone.


Então, é  esse emaranhado que fica de um fio que não cessa: moiras incansáveis sempre dispostas à próxima tesourada.


Eco diz por ai que o luto não cede até você aprender a conviver com o que é nó.

Um SITE para chamar de meu!

Novidade à vista!!!!💛


Em breve meu SITE estará no ar!
Uma forma muito mais fácil de localizar conteúdos e meu contato. Além dos textos do Blog!


E quando ele entrar no ar, essa página será destivada. Mas, todo conteúdo do blog estará lá, inclusive com esse nome cheio de good vibes!!

Então fica ligado que irei dando noticias por aqui e pelo meu insta @bibiana.psico 😉

Até mais!!

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