Nosso próximo encontro será dia 8 de Outubro e estamos começando com um texto que introduz a ideia da escrita na clínica, suas particularidades e que deixa a inquietante questão: por que escrever?
Na semana do dia 20 a 23 de Setembro (2018) estive no XIII Encontro Brasileiro sobre o Pensamento de D.W.Winnicott em Fortaleza e quero dividir com vocês algumas breves considerações sobre o encontro.
É um momento realmente muito interessante, no qual pessoas de todo o Brasil
se juntam para conversarem sobre o que pensam e fazem nas suas práticas clínicas. Exatamente! Conversar! São dias de efetiva troca, nos quais você sai inspirado e alimentado, não só teoricamente, mas também afetivamente. Foi possível constatar o quanto as ideias de Winnicott circulam entre colegas psicólogos, psicanalistas, psiquiatras e outras áreas afins, e ainda, não só circulam como são extremamente fecundas: os trabalhos apresentados refletiram a profundidade, a complexidade e a autoria dos colegas no curso desses dias. Cito, em especial, a fala da conferência de encerramento de Luís Cláudio Figueiredo que foi absolutamente fiel ao Gesto Espontâneo e reafirmou entre nós a necessidade de falarmos nosso própria língua, sem matar a espontaneidade, sem matar a originalidade – e tudo isso seria uma maneira de sermos gratos ao que todos esses teóricos construíram até o momento.
Particularmente, minha fala versou sobre “Resiliência, Holding e Mãe Suficientemente Boa:Em nome de um viver criativo” (22 de Setembro). Nesse momento, pude apresentar aos colegas como tenho pensado esse laço entre o conceito de Resiliência com as complexas ideias cunhadas por Winnicott. Foi possível apresentar a definição de Resiliência, a qual foi construída durante o curso do meu doutorado, e também apontar como essa se encontra profundamente conectada ao Holding e a noção de Mãe Suficientemente Boa, seja no começo da vida, seja na nossa prática clínica diária.
Sigamos pensando no próximo Encontro no Mato Grosso do Sul!
Mesa Gesto Espontâneo e Viver Criativo/2018, Fortaleza
E um bebê faz muita coisa, mesmo que aparente a um adulto o contrário. Uma das coisas que os bebês fazem é crescer e se entender como uma pessoa no mundo, isso em geral ocorre através da ação do brincar.
Brincar não é brinquedo. E falo aqui do objeto brinquedo. É bem comum – e hoje é uma demanda intensa – que os pais tentem montar verdadeiros cenários para as crianças/bebês brincarem, quando é na ausência que a brincadeira se constrói e pode alcançar todo o seu potencial.
Não levemos para o outro extremo: ausência no sentido de negligência! Não!
Ausência no sentido de oferecer espaço, tempo, não presença constante e intensa.
Os bebês brincam sozinhos. Brincam consigo. Brincar com a sua roupa; seu bico; com a mão que acabam de descobrir.
Eles brincam com a textura do chão que tocam; e com aquele bonequinho velho e feio que o adulto deixou por lá até descartar.
Além disso, os bebês com o tempo, crescendo, adquirem a condição de prescindir de um adulto o tempo todo ao seu lado: eles vão brincando sozinhos e sonhando com a mãe ou com o pai, com o outro… e quando precisam de um deles _ porque se angustiaram, porque sentem sua falta _ solicitarão e solicitam com veemência. Não deixam margem para dúvida quando querem a presença de alguém.
Mas só solicitam porque sentiram falta.
E aí a presença ganha outro sentido.
Essa falta _ que não é abandono ou coisa do tipo_ promove o que hoje é tão vendido nos brinquedos caros: criatividade.
Se eu não sinto falta de nada, não posso criar. E brincar é criar o tempo todo: criar a si, o mundo, os pais. Cria-se uma cria de gente dentro de si porque não se está sozinho.
Em tempo… tudo isso dito acima dará margem para pensarmos conceitos importantes dentro da Psicologia: Apego, Independência e Autonomia, Constituição de Self, Criatividade e Capacidade de Estar só são alguns deles.
Quer saber um pouquinho mais sobre Resiliência? Mais especificamente o que foi produzido sobre o tema no período de 10 anos?
Então, esse artigo, publicado esse mês na Revista PSICO – PUCRS trás uma revisão sistemática sobre a resiliência. Trata-se de um estudo que comporta rigor metodológico e que foca especificamente o conceito central – Resiliência – em uma linha teórica particular, a psicanálise.
A Resiliência não é um tema muito recorrente dentro do campo psicanalítico e está sempre articulado com outros conceitos. Sua definição ainda desafia os psicanalistas, tanto no sentido de incorporá-lo, quanto no sentido de circunscrever suas características, assim como sua origem.
Fique a vontade para ler e fazer contato para conversarmos sobre o tema! Será um prazer!
Depois de alguns anos de bastante dedicação, muita leitura, muitas revisões, discussões, escritas e revisões novamente… o primeiro artigo fruto da minha tese de doutorado foi publicado pelo British Journal of Psychotherapy .
Um trabalho que me deixou muito honrada porque pude conhecer uma editora incrível e e consequentemente uma equipe muito dedicada! Não posso deixar de citar a minha orientadora Lúcida Helena, e minha co-orientadora, Mônica Macedo, sem as quais essa tarefa – que em muitos momentos parecia impossível – foi possível!
É realmente uma sensação muito boa ver esse material publicado nesse periódico!
Com nova capa a Segunda Edição do livro conta também com o conteúdo revisado, ampliado e atualizado segundo as novas leis.
Construímos esse material por acreditar nessa necessária interlocução entre as áreas, de maneira não mais multidisciplinar, mas muito mais inter e transdisciplinar.
Alienação Parental é um processo complexo e que exige das diferentes esferas sociais uma ação. Por ser tão delicada, no que diz respeito a área da psicologia espacialmente, é fundamental ter conhecido do que define a Alienação e como essa pode ter como consequência uma síndrome, a Síndrome da Alienação Parental, hoje já reconhecida inclusive pelo CID-11 ( a ser lançado).
O livro é uma maneira modesta de contribuir com esse cenário e de ampliar as discussões sobre o tema, sobre a violência contra crianças, sobre as formas de parentalidade e o desenvolvimento infantil.
Abraço é tudo de bom! É aquele carinho que não tem critério, não tem razão para não se fazer.
Abraço de pai e de mãe é ainda mais especial. É um abraço que deixa ir e muitas vezes vai continuar existindo só no olhar… ou na saudade que fica.
Mas abraço a gente sente, mesmo que de longe. Abraço também se faz com os olhos, mente, palavras, voz. Abraço também é uma presença que pode nem estar mais tão próxima fisicamente, mas está dentro.
E abraço que vem de dentro também conta! Também conforta! Também é quente!
Esse abraço que falo é aquele que segura a gente, segura o que temos por fora, mas sustenta ainda mais o está dentro.
E abraço assim a gente leva junto, para a vida, para dar a outras pessoas também!
Porque dar abraço também abraça!
O BLOG Conversa de Gente Miúda existe já há alguns anos. O título, sugestão muito bem vinda do meu marido, foi tomando formato e ganhando espaço na minha mente e depois como blog propriamente dito visando privilegiar temas sobre os pequenos, como o próprio nome já diz.
This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Strictly Necessary Cookies
Strictly Necessary Cookie should be enabled at all times so that we can save your preferences for cookie settings.
If you disable this cookie, we will not be able to save your preferences. This means that every time you visit this website you will need to enable or disable cookies again.