Nem sempre carinha triste, falta de motivação para atividades diárias ou lentidão de movimentos e ações estão presentes nos quadros de depressão infantil.
A depressão pode ser entendida como um estado de humor em que o indivíduo se encontra com o humor modificado, caracterizado pelo que se concebe como um aspecto de tristeza constante, irritação, diminuição ou aumento de apetite, alterações de sono (aumento das horas de sono, em geral), sentimentos negativistas, dentre tantos outros sinais. Entretanto, esses sintomas não podem ser generalizados de maneira absoluta, pois dependem da faixa etária em que se encontra o sujeito e da análise do contexto em que isso está acontecendo.
E quando falamos especificamente de crianças, devemos tomar mais cuidado ainda, pois a depressão pode tomar outra face, isto é, não apresenta necessariamente sinais tão parecidos com os dos adultos. Nos pequenos, muitas vezes, o que encontramos são quadros de agitação motora agregados a outros sintomas, ou ainda, o que se popularizou pelo nome de “hiperatividade”, visto que a criança pode ficar exageradamente ativa diante de um ambiente confuso para ela.
A depressão infantil pode ser desencadeada por várias situações, dentre elas por razões aparentemente tolas para os adultos, como por exemplo, a perda de um animal de estimação, mudança de casa ou cidade, perdas em geral.
Entretanto, cabe salientar que todos esses sintomas ou sinais devem ser entendidos como indicadores de que algo não está bem e como uma forma de comunicação que a criança nos faz de um estado interno dela. As causas mais profundas serão passíveis de serem entendidas através de uma avaliação psicológica ou psicoterapia.
A depressão é um bicho-papão porque é algo sério e que deve receber atenção, contudo não é tão feio ou tão assustador que não possa ser transformado em outra coisa, mudando de cara, mudando seu caminho.
Por
Bibiana G. Malgarim
Psicóloga – 07/13403