Skip to main content
Tag

Infância

Ensinar a “falhar”? É possível falar dessa palavra?

O psicanalista Jean-Pierre Lebrun, autor de diversos livros na área da psicanálise (“Um mundo sem limites”, por exemplo), discorre em uma entrevista sobre a relação dos pais com seus filhos e o título da entrevista chama a atenção justamente para a questão inerente a todos os humanos: falhamos.

A reportagem em questão “Ensinem os filhos a falhar”, feita por Ronaldo Soares, apresenta várias questões propostas ao psicanalista e explanadas por esse último. Duas questões, cito aqui em especial, são colocadas e articulando as respostas dadas a elas emerge o que dá título a entrevista: “Por que os pais hoje têm tanta dificuldade de controlar seus filhos?” e “Existe uma fórmula para evitar que os filhos sigam por um caminho errado?“,  é nessa última que Lebrun afirma:

É preciso ensiná-los a falhar. Uma coisa certa na vida é que as crianças vão falhar, não há como ser diferente. Quando os pais, a família e a sociedade dizem o tempo todo que é preciso conseguir, conseguir, conseguir, massacram os filhos. É inescapável errar. Todo mundo, em algum momento, vai passar por isso. Aprender a lidar com o fracasso evita que ele se torne algo destrutivo. Às vezes é preciso lembrar coisas muito simples que as pessoas parecem ter esquecido completamente. Estamos como que dopados. Os pais sabem que as crianças não ficarão com eles a vida inteira, que não vão conseguir tudo o que sonharam, que vão estabelecer ligações sociais e afetivas que, por vezes, lhes farão mal, mas tentam agir como se não soubessem disso. Hoje os filhos se tornaram um indicador do sucesso dos pais. Isso é perigoso, porque cada um tem a sua vida. Não é justo que, além de carregarem o peso das próprias dificuldades, os filhos também tenham de suportar a angústia de falhar em relação à expectativa depositada neles.”

O estudioso aponta sobre um ponto muito interessante o qual fala dessa condição humana a qual inclui errar e falhar, e essas experiências tomadas como algo inevitável e não negativo para o desenvolvimento, visto que permitem um contato profundo com as experiências totais da vida – internas e externas. Lebrun afirma também que os filhos se tornam indicadores do sucesso dos pais, logo, penso que apostar em filhos infalíveis, é também apostar na sua condição onipotente e narcísica de pais. Parece-nos que há uma transmissão desse sentimento nesse momento em que vivemos: prometa que não falhará, seja lá no que for e como for, e assim, todos nós viveremos ainda não felizes para sempre.

O Brincar e o Desenvolvimento Infantil

bebe e chocalho

 

 

Semana passada (dia 23 de agosto de 2013) fui convidada a falar em um seminário promovido pelo Programa Primeira Infância Melhor sobre o Brincar e o Desenvolvimento Infantil, temática já abordada aqui no Blog, e que retomo dada a sua importância no desenvolvimento infantil e nas implicações que o processo / ato pode ter na família.

O brincar possui influencia em múltiplas áreas do desenvolvimento da criança, assim como pode ser utilizado como uma ferramenta de intervenção de áreas quando o enfoque é na família e na criança.  Do ponto de vista psicológico, o brincar pode ser entendido como o que constitui o fundamento da cultura, ou seja, fornece uma espécie de molde para as relações futuras, com o mundo, com os demais sujeitos e consigo mesmo.

O brincar para a criança é compreendido como um ato repleto de significados, é uma atividade comprometida, até poderíamos dizer, séria – assim, como várias atividades para os adultos – e sendo assim comporta em si a possibilidade de transformar sua realizada interna, ou seja, através do brinquedo a criança pode “achar soluções” para suas angústias, repetindo situações de prazer ou de desprazer.

Logo, dessa perspectiva em especial, notamos que os bebês possuem formas de brincar bem típicas e esperadas para determinadas faixas etárias, vejamos algumas até o primeiro ano de vida do bebê:

  • Do primeiro ao sexto mês do bebê, sua atenção está quase que totalmente focada na figura materna: a exploração do corpo dessa pessoa através do cheiro, do tato, do sabor da pele (amamentação), dos tons da voz irão fomentando esse mundo interno de fantasias, enriquecendo o bebê;

 

  • É fundamental que a pele da mãe esteja em contato com a do bebê: só gradativamente deve ir se afastando e cedendo espaço para as demais atividades, dentre elas o brincar propriamente dito;

 

  • Especificamente entre o 3º e o 4º mês do bebê há uma clara maturação desse sujeito: suas capacidades fisiológicas estão mais aguçadas e psiquicamente a criança começa a ter uma noção de integralidade das coisas (objetos): como por exemplo, a mãe é uma pessoa diferente dele, boa e má ao mesmo tempo. Nesse mesmo período há o primeiro brincar propriamente dito, a atividade lúdica tem seu início: brinca de se esconder com os lençóis, paninhos ou cobertas, buscando elaborar a angústia do desprendimento – o objeto mãe passa a ter a característica de “poder ser perdido” (quando não o vejo): é o brincar de perder e achar. Brinca com o seu próprio corpo e objetos circundantes: balbucios, por exemplo;

 

Percebemos aqui que o Chocalho é o brinquedo que mais chama atenção do bebê: o chocalho e a palavra passam a ser alvo de atenção: o som aparece e desaparece;

 

  • Ente o 4º e o 6º mês os sons tomam mais intensidade e percebe-se que a brincadeira fica centrada no jogar os brinquedos para o chão esperando que os mesmos sejam devolvidos, aprimorando sua capacidade de experimentar o poder de perder e recuperar o que ama – embora, para o adulto seja extenuante esse jogo!

 

Nessa época, a criança exige mais dos pais, da sua presença concreta, isso porque paradoxalmente encontrou a via de elaborar suas angústias de separação/perda; O pai entra em jogo também – sua presença passa a ser muito relevante (o pai vem se colocar como um terceiro nessa relação e concomitantemente reforça-la);

 

 

  • Aos 6 meses um novo interesse lúdico surge: brinquedos que são ocos: tirar e botar – esse grande descobrimento vem a ser, na fase adulta, a forma como manifestará o amor: entrar e sair de alguém, dar, receber, unir-se ou separar-se. Aqui, os objetos prediletos passam a ser de tamanho pequeno. O brincar passa, gradativamente, do seu corpo para objetos inanimados, entretanto, nessa fase tudo deve servir para tirar e pôr, unir e separar;

 

  • Entre os 8 a 12 meses a questão da sexualidade toma a cena e meninos e meninas passam a explorar esses conteúdos nas suas brincadeiras. A exploração do ambiente é mais intensa, uma vez que os bebês já engatinham e alguns já colocam-se em pé, afastando de forma voluntária;

 

O símbolo da sua capacidade criadora passa a ser o que seu corpo mesmo produz: urina e fezes. Embora, não possa brincar com isso, uma vez que os adultos não permitem, outros elementos serão utilizados como substitutos permitidos: areia, massa de modelar, argila. Nessa fase os tambores e bolas emergem como brinquedos mais interessantes. O tambor simboliza algo do materno e da comunicação, além de ser satisfatório em termos de descarga motora – tendências agressivas.

 

Referência para Pesquisa:

Aberastury, A. Acriança e seus jogos. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.20130826_172701

 

 

Agenda

Nessa sexta-feira (23 de agosto de 2013)  falarei sobre o processo de desenvolvimento da criança e suas profundas articulações com o Brincar no V Encontro Municipal de Porto Alegre, RS.

 

Afinal, brincar é coisa “séria”! O tema é tão relevante para a infância e para a prática dos profissionais que trabalham com crianças que já discutimos essas questões aqui no Blog algumas vezes, confira abaixo:

http://conversadegentemiuda.wordpress.com/2011/08/05/com-que-seu-filho-brinca/

http://conversadegentemiuda.wordpress.com/2011/08/04/e-brincando-que-a-gente-se-entende/

 

 

Após essa fala, postarei novas contribuições sobre o ato do brincar no Blog!

Até mais!

 

Bullying: Vamos continuar conversando sobre o assunto…

Apesar da palavra soar estranha ao ouvirmos, é um fenômeno muito comum. Quando vemos crianças ouvindo e tendo que conviver por muito tempo (anos) com “brincadeiras” e piadas a seu respeito, cada vez mais depreciativas e ofensivas, temos o que, então, chamamos de Bullying.

A palavra de origem inglesa, significa valentão, brigão e como verbo, significa ameaçar, amedrontar, tiranizar, oprimir, intimidar, maltratar. Desta forma, podemos entender que esse fenômeno é um comportamento agressivo e intimidador onde, em geral, uma criança é alvo de um grupo de colegas, os quais, repetidas vezes, amedrontam, oprimem, humilham e até agridem fisicamente a vítima do bullying.

Esse problema, que atualmente está sendo estudado e amplamente divulgado pelos meios de comunicação,  é passível de ser observado em qualquer escola – independente do tamanho da mesma, de ser pública ou privada – tem se tornado uma questão freqüente tanto para educadores quanto para os próprios alunos, contudo ainda percebemos muitos professores, pais e até os alunos acreditando que realmente se trata de uma brincadeira inocente.

O que pode ser visto por muitos como uma brincadeira “inocente” e “inofensiva” pode causar à vítima do bullying muito sofrimento e angústia, e pode acabar repercutindo de forma negativa no seu desenvolvimento. Os sintomas ou comportamentos apresentados são diversos, do isolamento a condutas agressivas, do baixo rendimento escolar a somatizações, além de problemas com sono, sociabilização e construção da identidade. Quanto à questão da identidade e do desenvolvimento, as vítimas do bullying são constantemente “minadas” e passam a viver com medo, dessa forma acabam por ter comportamentos que não são compreensíveis aos olhos dos pais e professores. Os apelidos, por exemplo, são as expressões mais comuns do bullying e encontrados quase que na maioria dos casos, embora possamos observar que esse comportamento tirânico pode chegar – e chega – a atingir a agressão física.

Salienta-se que, existem algumas diferenças entre as meninas e os meninos no que diz respeito à postura geral que adotam frente ao bullying, isto é, meninas, em geral, são muito mais discretas, suas mensagens são bem mais sutis, contudo não menos perversas, ou seja, as expressões do bullying com as meninas são feitas através de fofocas, maledicências e exclusões do grupo. Com os meninos o bullying é mais aberto em virtude de um comportamento mais externalizante como xingamentos e agressões.

Independentemente de meninos ou meninas, esse fenômeno é observado em grande parte das instituições de ensino e não pode mais ser um assunto marginalizado como os alunos alvos se sentem frente a isso! É importante ter claro que o bullying pode ter tanto expressões sutis e com certa facilidade contornáveis, como também chegar a atitudes extremas, principalmente por parte de quem sofre com a discriminação e brincadeiras maldosas.

É difícil imaginar o que pode vir a acontecer com uma criança que passe anos sendo submetida a situações de humilhação e constrangimento, entretanto acredita-se que seja uma experiência marcante a qual certamente deixará “rastros” no percurso do desenvolvimento da mesma.

Ser criança garante uma infância?

Já faz algum tempo que um documentário chamado “A Invenção da Infância” foi lançado e tinha como uma das perspectivas questionar se infância e ser criança eram conceitos que estavam entrelaçados na prática.

É esperado que você creia que “ser criança” e “infância” sejam sinônimos. Mas não o são.

A fase em que o sujeito é considerado criança diz respeito a um momento específico do desenvolvimento psíquico, físico e social. Já a infância é um período que foi “descoberto” em um dado momento histórico e atribuído a esse momento em que o sujeito é criança. O interessante é que, em alguns momentos, em algumas vidas, esses momentos não coincidem e ser criança não garante ter uma infância.

Na pós-modernidade a infância é um momento exaltado e extremamente protegido, talvez porque nessas crianças se depositem a esperança de um futuro melhor. Contudo, esses pequenos muitas vezes trabalham – como é mostrado no filme – e são absorvidos por diversas demandas as quais, seriam tipicamente referentes à fase adulta, e assim, ser criança deixa de garantir a infância, pois seu ingresso no mundo adulto já foi realizado – pelo menos em alguns pontos importantes.

Agendas cheias e trabalhos intensos e perigosos podem ser os violões evidentes desse “atalho” entre a infância e a adultez, contudo é preciso pensar num sentido mais macro, num sentido mais social e contextualizado, compreendendo em profundidade a razão pelas quais essa realidade é entendida como aceitável e até mesmo incentivada. A criança, nessa confusão de espaço social e valor, acaba sendo vista como algo que pode ser consumido e as realidades acabam de diferentes mundos (adulto e infância) acabam ficando muito parecidos, e isso, gera confusão não só nas crianças, mas nos próprios adultos.

Será que acabaremos roubando a infância das crianças?

 

 

Centro de Referência Especializado de Assistência Social: Apanhados Teóricos Sobre uma Rede Especial de Apoio e Proteção em Casos de Abuso Sexual Infantil

Com grande satisfação posto mais um trabalho que foi publicado na área de Abuso Sexual Infantil.

E esse material possui para mim uma grande significância afetiva, pois foi possível em função da parceria com uma colega e amiga, Maria Luiza Pacheco.

RESUMO
O abuso sexual intrafamiliar é um grave problema de saúde pública que desorganiza diversos âmbitos da vida das pessoas envolvidas nesse tipo de violência. Diante dessa realidade intervenções de serviços especializados, como o CREAS, são fundamentais na articulação de uma rede de apoio e proteção a qual assegure o direito às vítimas de abuso sexual e de suas famílias de reordenar os vínculos familiares e sociais desfeitos por tal vivência danosa. O artigo tem como objetivo explanar, através de uma revisão da literatura nacional disponível em bancos de artigos virtuais ou não, sobre o funcionamento do CREAS. Tal centro tem como finalidade reordenar vínculos, buscar a representação e partilha da angústia dos conteúdos destrutivos, bem como proporcionar condições concretas de enfrentamento. Dessa forma a proposta é no sentido de auxiliar na reflexão sobre a implementação desses órgãos de proteção, aspectos teóricos e algumas sinalizações sobre a prática atual desses serviços, entendo que muito já foi
realizado, mas ainda persiste a necessidade de expansão e qualificação de ações no combate a violência.

Palavras- chaves: Abuso Sexual, Família, Rede de Apoio e CREAS.

“Choveu na minha cama, mamãe!” O que pode ser isso?

 

Apesar do nome estranho a muitos, a Enurese é conhecida como “o xixi na cama” (depois da habitual idade de controle). Ela é definida como a emissão ativa completa e não controlada de urina, uma vez passada a idade da maturidade fisiológica – habitualmente adquirida entre os3 a 4 anos.

Em relação da razão pela qual isso ocorre, muitos fatores são citados, entretanto é possível entender que a Enurese é um sinal (sintoma) de um quadro mais complexo de sofrimento e funcionamento psíquico. Ainda assim, a literatura aponta algumas possibilidades as quais devem ser investigadas:

a)  O atraso de maturação fisiológica pode servir como ponto de fixação de um conflito afetivo de tipo retenção-expulsão.

b)   Fatores hereditários (ainda não esclarecidos suficientemente);

c)   Mecânica vesical do enurético;

d)   O sono;

e)   Fatores psicológicos.

Outro ponto que deve ser considerado nessas situações é o ambiente da criança, o qual, na verdade, pode ser de qualquer maneira com condições absolutamente variadas e pouco semelhantes entre si. Entretanto, buscando pensar sobre esse ponto especificamente, em alguns casos, os ambientes nos quais as crianças apresentam esse sintoma (Enurese), mostram-se de:

*      Carência / déficit ou superinvestimento;

*     Figuras cuidadoras obsessivas ou fóbicas que necessitam de um contexto educacional bem delimitado;

*      Resposta familiar no nível da agressividade: punições, ameaças; OU, complacência: prazer no uso das fraldas, etc.

Por isso:

É fato que a Enurese, na grande maioria dos casos ao menos, não aparece sozinha. É comum ela ser uma parte do quebra-cabeça, ou seja, um ponto a ser ligado a outro com a finalidade de compreender o que está se desenrolando com aquele sujeito.

Logo, o tratamento para esse transtorno deverá abarcar diversas variáveis (motivação do sujeito, ambiente familiar, medidas adequadas antes das crianças adormecerem, avaliação pediátrica / médica, etc.) e, levando em consideração que a Enurese possui um forte componente emocional e está ligada a um funcionamento amplo, a psicoterapia se torna indicada.

Psicopatologia Infantil: entre a saúde e a adaptação

            O termo “psicopatologia” é por si só uma palavra revista de peso e, por conseguinte, geralmente é visto por muitos com certa desconfiança. Agregando-se a isso, a psicopatologia da infância especificamente solicita ainda mais cuidados nas discussões.

Pensar em diagnósticos na infância quando se fala da perspectiva da psicanálise é quase um contracenso. Não que a avaliação do caso ou o levantamento de pontos de ansiedade e sofrimento não sejam de extrema relevância, contudo a clínica psicanalítica infantil não busca trabalhar em cima de diagnósticos e sequer está detida em descrever listas sintomáticas.

A idéia de muitos psicanalistas infantis é trabalhar a partir de pontos de convergência do funcionamento da criança, buscando compreender como essa dinâmica está organizada no contexto familiar e que sentidos podemos apreender disso tudo. Essa conjunção de dados e fatores certamente oferecerá ao profissional um contorno para o caso daquele paciente, contudo o que mais interessará é como aquele contorno foi montado e como é utilizado.

Sempre é relevante relembrar que, ainda que se fale de sintomas ou até mesmo de quadros mais sistematizados de funcionamentos de personalidades – o que entre as áreas do conhecimento chama-se de diagnóstico – as crianças se encontram em um estado de desenvolvimento e isso deve ser entendido como potencial para novos arranjos para essa personalidade.

 

 

Bibiana G. Malgarim

Psicóloga – 07/13403

Especialista e Mestre em Clínica Infantil

Curso de Psicopatologia: é essa semana!

Nessa semana, sexta-feira (11 / novembro), darei início ao Curso de Extensão sobre Psicopatologia Infantil na ULBRA de Santa Maria.

Esse curso foi planejado desde o início do ano e tem como propósito oferecer aos acadêmicos uma possibilidade de aprofundar seus conhecimentos na área da clínica infantil. É importante salientar que, quando fala-se em Psicopatologia Infantil também se está falando no seu contraponto: a saúde.

O cronograma do curso pretende iniciar justamente com essa questão: o conceito de saúde e doença na clínica infantil. Após essa introdução, serão discutidos algumas situações comuns de serem vista na prática profissional.

Bom curso para nós!

Consequências do Abuso Sexual: algumas considerações

Já falamos desse assunto, mas é importante retomar algumas coisas e explanar sobre outras tantas.

Que o abuso sexual infantil é um assunto sério, não há muita dúvida. Entretanto, há muitas questões a serem esclarecidas sobre essa violência. Dentre elas, as conseqüências que podem ser observadas a curto e longo prazo nas crianças.

É importante salientar desde já que essas conseqüências variam de sujeito para sujeito e devem sempre ser analisadas no contexto amplo de cada caso.

As conseqüências variam de acordo com alguns fatores, como:

  • idade que a criança tinha quando o abuso começou;
  • duração da violência;
  • o grau da violência – se envolvia violência física, por exemplo;
  • diferença de idade entre vítima e abusador;
  • se havia figuras protetoras;
  • grau de relacionamento com o agressor.

 

Esses itens devem ser considerados, pois a partir deles poderemos ter uma noção da intensidade do trauma.

Sobre as conseqüências propriamente ditas, podemos citar de maneira geral:

 

  • Sentimentos de culpa e vergonha;
  • Perda de confiança em outras pessoas;
  • Presença de medo constante de sofrer novamente o abuso;
  • Somatização – problemas somáticos;
  • Dificuldade de relacionamento social;
  • Dificuldades de aprendizagem;
  • Quadros de depressão, ansiedade, dentre outros.
Novamente, salienta-se  que sinais ou sintomas isolado – ou mesmo um grupo deles – não devem ser entendidos de maneira determinista ou categórica.
Abrir chat
Precisando de ajuda?
Olá, me chamo Bibiana, qual seu nome e como posso te ajudar?