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Família

Geração C

Não sei como começou a nomenclatura das gerações, mas nessa lógica estava pensando sobre a geração de bebês e crianças pequenas que nasceram e cresceram durante o período da Pandemia de Covid_19. Daí meu título, a Geração C.


Em uma ocasião em que eu estava em uma fila aguardando, à frente havia um pai com uma bebê no colo que devia ter em torno de 6 meses e havia umas duas mulheres que falam com os dois elogiando e fazendo gracinhas para a pequena. A cena parece típica, mas não é – ou não era! – porque ambas as mulheres estavam de máscara, assim como o pai, o que fazia com que a bebê só ouvisse suas vozes e enxergasse os olhos, não tendo noção da expressão total do rosto daquelas pessoas.

Essa cena me levou a pensar muito sobre como esses bebês irão construir essa Gestalt do rosto das pessoas, como elas irão registrar as expressões e identifica-las com o tempo, uma vez que metade do rosto passou a ficar escondida do olhar. Isso é relevante para um bebê que nasceu no fim de 2019 ou início de 2020 uma vez que estamos falando de toda a sua vida.

Já em outra perspectiva, mas ainda sobre a máscara, a Geração C de crianças parece não se incomodar com o uso dessa proteção como os adultos ainda se incomodam. É igualmente interessante reparar como a máscara passou a ser um objeto de vestuário rigorosamente habitual para os pequenos, não há nenhuma ansiedade em retira-la como vemos os adultos fazendo tão logo possam. Os miúdos usam a máscara como usam sapatos. Estão ok com isso, faz parte e já entenderam que esse objeto faz parte da vida deles.

Ainda há aqueles que sentem falta de ver o rosto por inteiro das pessoas. O que de fato, no meu julgamento, é muito relevante. Há os que ficam angustiados quando enxergam pessoas sem máscara. Temos ainda os miúdos que desenvolveram uma ansiedade mais elevada a qual se expressa em certa dificuldade no contato social ou em medos de contaminação. Também há miúdos e miúdas que estão bem simplesmente.

Para mim ficam muitas dúvidas sobre como a Geração C foi e ainda é subjetivada por esse momento que para nós, adultos, foi tão atípico só que para ela, foi e ainda é, somente a vida que conhecem e que vivem.

Nota de esclarecimento e posicionamento sobre posição do CFP até o momento (24 de setembro/2018) a respeito da Lei de Alienação Parental

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) hoje (24 de Setembro/2018) discute juntamente com profissionais da área sua posição oficial em relação á Lei da Alienação Parental, sendo que até o momento se posiciona contra a lei (https://site.cfp.org.br/cfp-recebe-especialistas-para-discutir-lei-de-alienacao-parental/) . O CFP entende, de maneira geral, que a lei não se faz necessária uma vez que existe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), evoca algumas questões como a discriminação contra a mulher, além de questionar o lugar do psicólogo nesse panorama.

A Alienação Parental definitivamente não é um fenômeno novo, ainda que tenha sido nomeado mais recentemente, e como consequências desse fenômeno podemos observar, em alguns casos,  o que se chama por Síndrome da Alienação Parental (SAP). Alguns profissionais da área, incluindo a mim, entendem que a Lei não desabona o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e sim, poderá ser tomada como uma ferramenta complementar visto que dá conta de fenômenos de violência (psicológica ou física) que passam a ser estudadas e nomeadas no curso do desenvolvimento da nossa sociedade.

Entendo que a aplicação da lei precisa ser cuidadosa, uma vez que toda e qualquer lei pode ser subvertida em sua aplicabilidade, ou seja, a mesma poderá ser utilizada de maneira inapropriada, como tantas outras leis que nos regem. Contudo, uma escuta atenta, uma avaliação ética e um acompanhamento multidisciplinar oferece condições de indicar o que acontece entre os genitores e que envolve, na grande maioria das vezes, os filhos de maneira direta, como exemplo, a questão discutida aqui, a Alienação Parental.

Como psicóloga especializada em crianças e adolescentes, atendendo (e atendi) vários casos na minha prática diária, infelizmente testemunhando que esse fenômeno existe e gera um sofrimento muito significativo para os genitores e, especialmente, para a criança envolvida. Algumas ponderações são necessárias, tomo como exemplo  uma das questão apontadas pelo CFP: “A lei da alienação parental pode ser um instrumento para esconder a discriminação existente contra mulheres nos processos judiciais?” (https://site.cfp.org.br/cfp-recebe-especialistas-para-discutir-lei-de-alienacao-parental/). Entendo, que ainda é preciso – e provavelmente isso perdurará por muitas décadas ainda, quiçá séculos – trabalhar, resistir e lutar pela desconstrução do machismo em todos os campos da nossa sociedade, contudo, há de se fazer distinções necessárias: em se tratando de crianças, antes de qualquer movimento pré-concebido é fundamental avaliar cuidadosamente a situação, uma vez que o “mito do amor materno” perdura em posicionamentos de vários profissionais. Infelizmente, é muito frequente percebemos que as questões da conjugalidade mal elaboradas sejam prevalentes às questões da parentalidade quando o casal se separa, e isso ocorre para ambos os genitores.

Definitivamente não há uma única saída, uma única alternativa. Entendo que não somente é preciso cuidar e proteger as crianças, mas atentar para como as leis são executadas. Violência contra crianças e adolescentes é um dos tipos de violência mais frequente, e a prevalência é que a mesma ocorra dentro de casa. A questão definitivamente NÃO é uma questão de gênero, NÃO é culpabilizar genitores, NÃO é desqualificar leis já existentes, NÃO é transformar o psicólogo em um agente punitivo – pelo menos para mim, não deveria ser. Trata-se de DESENVOLVER continuamente ferramentas que possam proteger o direito da criança a se desenvolver em um ambiente salubre, especialmente do ponto de vista emocional – nesse caso da Lei da Alienação Parental – e o caminho sempre, SEMPRE, deverá ser através de uma conversa que dê voz a TODOS os envolvidos, com o objetivo único, volto a dizer: PROTEGER E GARANTIR O DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEL DAS NOSSAS CRIANÇAS.

Esse é o lugar que entendo para o/a psicólogo/a: garantir através de seu conhecimento técnico-científico e uma postura ética, respeitando o Código de Ética Profissional, a escuta do sofrimento infantil e adolescente, para que assim os mesmos possam ser ouvidos, considerados e que se destine um cuidado qualificado a eles. Ou seja, não se trata de ocupar um lugar de agente a serviço do poder punitivo, mas de UM AGENTE DE SAÚDE MENTAL QUE DIALOGA COM OUTROS PROFISSIONAIS E ESFERAS SOCIAIS e se propõem a auxiliar através do conhecimento especializado.

Sugiro, acima de tudo, continuarmos a conversar e a trabalhar no combate a violência infantil, seja ela qual for!

Att.,

Psc. Dr.ª Bibiana G. Malgarim

Psicóloga Clínica, especializada em Psicoterapia Psicanalítica Infantil e Adolescente, Mestre em Psicologia Clínica e Doutora em Psiquiatria Ciências do Comportamento. Realizou pesquisas na área de abuso sexual infantil, trauma, resiliência e psicanálise. Apresentou vários trabalhos na área da infância e violência, publicou artigos científicos e publicou um livro sobre relacionamento pais e filhos frente a situação de separação e alienação parental. Contato: bmalgarim@yahoo.com.br .

 

OBS.: Essa nota foi publicada originalmente na página do facebook do Conversa de Gente Miúda.

Segunda Edição Pais e filhos separados:Alienação Parental e Denunciação Caluniosa

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Com nova capa a Segunda Edição do livro conta também com o conteúdo revisado, ampliado e atualizado segundo as novas leis.

Construímos esse material por acreditar nessa necessária interlocução entre as áreas, de maneira não mais multidisciplinar, mas muito mais inter e transdisciplinar.

Alienação Parental é um processo complexo e que exige das diferentes esferas sociais uma ação.  Por ser tão delicada, no que diz respeito a área da psicologia espacialmente, é fundamental ter conhecido do que define a Alienação e como essa pode ter como consequência uma síndrome, a Síndrome da Alienação Parental, hoje já reconhecida inclusive pelo CID-11 ( a ser lançado).

O livro é uma maneira modesta de contribuir com esse cenário  e de ampliar as discussões sobre o tema, sobre a violência contra crianças, sobre as formas de parentalidade e o desenvolvimento infantil.

O abraço que é de dentro (Holding)

Abraço é tudo de bom! É aquele carinho que não tem critério, não tem razão para não se fazer.
Abraço de pai e de mãe é ainda mais especial. É um abraço que deixa ir e muitas vezes vai continuar existindo só no olhar… ou na saudade que fica.
Mas abraço a gente sente, mesmo que de longe. Abraço também se faz com os olhos, mente, palavras, voz. Abraço também é uma presença que pode nem estar mais tão próxima fisicamente, mas está dentro.
E abraço que vem de dentro também conta! Também conforta! Também é quente!
Esse abraço que falo é aquele que segura a gente, segura o que temos por fora, mas sustenta ainda mais o está dentro.
E abraço assim a gente leva junto, para a vida, para dar a outras pessoas também!
Porque dar abraço também abraça!

Para não ter erro… ou muitos erros! #Dicas para o dia nascer feliz!

Sair de casa no horário, é:

  1. Improvável
  2. Impossível
  3. Um sonho
  4. Todas as alternativas acima

Sair de casa no horário com as crianças sempre é um desafio, pelo menos para a maioria dos pais. São muitas variáveis envolvidas em uma rotina atribulada e, muitas vezes, cansativa. Vou deixar umas dicas bem básicas e práticas – e óbvias – mas, que podem ajudar um pouquinho! Veja se te ajudam

I. Mochila: arrumar a mochila é um ponto, lembrar-se de leva-la junto é outro – então, quando arrumar a mochila para o dia seguinte com o seu miúdo já a deixe ao lado da porta por onde habitualmente saem pela manhã. Isso vai ajudar a visualizar e diminui a chance de ter que voltar

II. Lanche: o lanche entra na lógica da mochila. Algumas escolas possuem seus próprios cardápios, mas se você não conta com isso, mesma coisa – antes ainda da mochila na porta, separe o que a criança levará para escola, coloque tudo dentro de um pote para deixar tudo junto e mais fácil do miúdo localizar na hora de comer. Depois, direto para mochila, que vai ficar na porta pronta

III. Escolher roupa: Deixar a roupa escolhida para a manhã seguinte também é outra coisa que ajuda bastante, mesmo que seja o uniforme. Enquanto o/a pequeno/a escova os dentes e faz o último xixi, você pode deixar a roupinha separada – claro que, dependendo da relação de vocês, após a escolha pode haver um debate sobre o “modelito”, mas isso faz parte da graça toda

IV. Visita ao banheiro: é um clássico essa “visitinha” e realmente ajuda porque evita (pode! Nada é garantido nessa vida!) o/a miúdo/a de acordar a noite para ir ao banheiro. Noite com sono melhor! Lembrando: horas antes de dormir a ingesta de líquidos deve diminuir – isso se aplica a todas idades, aliás!!

V. O óbvio precisa ser dito: Se o/a miúdo/a precisa acordar cedo para ir para escola, precisa dormir cedo – é fato, lamento. Aí a rotina pode ajudar vocês todos com isso e se naturalizar o dormir mais “cedinho”. O que é mais cedinho? Certamente será antes que você e que conte, no mínimo, com 8* boas horas de sono. (*Esse número depende muito da idade do/a miúdo/a.)

Tudo isso – eu posso ouvir! – requer mais um tempinho seu e você não tem esse tempo. “Quisera que o dia tivesse 30 horas ou mais!” Eu sei, eu sei – também já desejei isso. Mas, pergunto: Se o dia pudesse ter mais horas, você não as preencheria igualmente e o desejo de mais perpetuaria? Pense nisso.

Parece, em várias circunstâncias, que não se trata de mais tempo, mas usar seu tempo com o que importa – e essa é outra questão: O que importa de verdade? Então, lanche, mochila, pijama, xixi antes de deitar, boa noite e todos esses detalhes que fazem a vida ser como ela é ao lado desse miudinho, deveriam “ocupar” o seu tempo, sim. Se isso é o que importa, claro. 😉

Nós vamos desbotando? Estou pensando sobre isso…

Há poucos dias um colega me falou sobre esse curta de animação. Não sei exatamente o que pensar sobre ele, vou descrever muito brevemente o que percebo num primeiro momento: um colorido que invade, representado na vida de um miúdo, suficientemente intenso para contagiar e colorir o pai, já tão desbotado. Somos esse pai desbotado e “desbotante”? Como manter o colorido? O que nos desbota todos os dias? Quais cores deixam de nos habitar? Crescer é desbotar?

Veja Alike e me ajude a pensar sobre isso!

 

O Brincar e o Desenvolvimento Infantil

bebe e chocalho

 

 

Semana passada (dia 23 de agosto de 2013) fui convidada a falar em um seminário promovido pelo Programa Primeira Infância Melhor sobre o Brincar e o Desenvolvimento Infantil, temática já abordada aqui no Blog, e que retomo dada a sua importância no desenvolvimento infantil e nas implicações que o processo / ato pode ter na família.

O brincar possui influencia em múltiplas áreas do desenvolvimento da criança, assim como pode ser utilizado como uma ferramenta de intervenção de áreas quando o enfoque é na família e na criança.  Do ponto de vista psicológico, o brincar pode ser entendido como o que constitui o fundamento da cultura, ou seja, fornece uma espécie de molde para as relações futuras, com o mundo, com os demais sujeitos e consigo mesmo.

O brincar para a criança é compreendido como um ato repleto de significados, é uma atividade comprometida, até poderíamos dizer, séria – assim, como várias atividades para os adultos – e sendo assim comporta em si a possibilidade de transformar sua realizada interna, ou seja, através do brinquedo a criança pode “achar soluções” para suas angústias, repetindo situações de prazer ou de desprazer.

Logo, dessa perspectiva em especial, notamos que os bebês possuem formas de brincar bem típicas e esperadas para determinadas faixas etárias, vejamos algumas até o primeiro ano de vida do bebê:

  • Do primeiro ao sexto mês do bebê, sua atenção está quase que totalmente focada na figura materna: a exploração do corpo dessa pessoa através do cheiro, do tato, do sabor da pele (amamentação), dos tons da voz irão fomentando esse mundo interno de fantasias, enriquecendo o bebê;

 

  • É fundamental que a pele da mãe esteja em contato com a do bebê: só gradativamente deve ir se afastando e cedendo espaço para as demais atividades, dentre elas o brincar propriamente dito;

 

  • Especificamente entre o 3º e o 4º mês do bebê há uma clara maturação desse sujeito: suas capacidades fisiológicas estão mais aguçadas e psiquicamente a criança começa a ter uma noção de integralidade das coisas (objetos): como por exemplo, a mãe é uma pessoa diferente dele, boa e má ao mesmo tempo. Nesse mesmo período há o primeiro brincar propriamente dito, a atividade lúdica tem seu início: brinca de se esconder com os lençóis, paninhos ou cobertas, buscando elaborar a angústia do desprendimento – o objeto mãe passa a ter a característica de “poder ser perdido” (quando não o vejo): é o brincar de perder e achar. Brinca com o seu próprio corpo e objetos circundantes: balbucios, por exemplo;

 

Percebemos aqui que o Chocalho é o brinquedo que mais chama atenção do bebê: o chocalho e a palavra passam a ser alvo de atenção: o som aparece e desaparece;

 

  • Ente o 4º e o 6º mês os sons tomam mais intensidade e percebe-se que a brincadeira fica centrada no jogar os brinquedos para o chão esperando que os mesmos sejam devolvidos, aprimorando sua capacidade de experimentar o poder de perder e recuperar o que ama – embora, para o adulto seja extenuante esse jogo!

 

Nessa época, a criança exige mais dos pais, da sua presença concreta, isso porque paradoxalmente encontrou a via de elaborar suas angústias de separação/perda; O pai entra em jogo também – sua presença passa a ser muito relevante (o pai vem se colocar como um terceiro nessa relação e concomitantemente reforça-la);

 

 

  • Aos 6 meses um novo interesse lúdico surge: brinquedos que são ocos: tirar e botar – esse grande descobrimento vem a ser, na fase adulta, a forma como manifestará o amor: entrar e sair de alguém, dar, receber, unir-se ou separar-se. Aqui, os objetos prediletos passam a ser de tamanho pequeno. O brincar passa, gradativamente, do seu corpo para objetos inanimados, entretanto, nessa fase tudo deve servir para tirar e pôr, unir e separar;

 

  • Entre os 8 a 12 meses a questão da sexualidade toma a cena e meninos e meninas passam a explorar esses conteúdos nas suas brincadeiras. A exploração do ambiente é mais intensa, uma vez que os bebês já engatinham e alguns já colocam-se em pé, afastando de forma voluntária;

 

O símbolo da sua capacidade criadora passa a ser o que seu corpo mesmo produz: urina e fezes. Embora, não possa brincar com isso, uma vez que os adultos não permitem, outros elementos serão utilizados como substitutos permitidos: areia, massa de modelar, argila. Nessa fase os tambores e bolas emergem como brinquedos mais interessantes. O tambor simboliza algo do materno e da comunicação, além de ser satisfatório em termos de descarga motora – tendências agressivas.

 

Referência para Pesquisa:

Aberastury, A. Acriança e seus jogos. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.20130826_172701

 

 

Coisas de irmãos! Coisa de Irmã!

Os irmãos representam, dentro da estrutura familiar, uma aproximação hierárquica, não está submetido a ele, pois ele é um sujeito em pé de igualdade dentro dessa composição. Na prática, ainda que a afirmação anterior não esteja errada, algumas distinções são possíveis sim de serem observadas quando a família é composta por mais de um filho : os pais se relacionam de maneiras diferentes com os filhos, os momentos em que foram gerados e nasceram são diferentes, seus temperamentos são igualmente distintos, mas uma coisa compartilham em igualdade: são irmãos!

Irmão – ou irmã – é bem mais que esse equivalente dentro da composição familiar. É alguém com quem buscamos nos identificar, buscarmos referências, buscamos uma cumplicidade, a qual os pais já não acessam. É uma relação composta por momentos de risada e muitos outros de drama e crise.

A relação fraterna passa longe de uma amizade, é uma relação em se permite a presença de palavras ásperas com a certeza de que a relação, dali uns minutos ou amanhã, está firme, como antes: com a mesma intimidade, com o mesmo tom de acolhimento. Nada parece mais confortável que a presença desse irmão – irmã – na qual os pudores são menores, os cuidados são referentes a prestar atenção nos momentos em que se estão juntos.

Ter irmão é tudo de bom.

                                                                                              Texto em homenagem ao aniversário da minha irmã – Fernanda Malgarim Zasso.

Um mundo sem limites: começando a pensar sobre a homoparentalidade



            Há um livro com o título “Um mundo sem limites”, cujo autor é um psicanalista que discute de maneira cuidadosa e interessante algumas questões atuais, as quais incluem uma que captura a atenção da área frequentemente nas rodas de discussões: a função paterna.

Essa função caracteriza a possibilidade do sujeito ser apresentado ao social, internalizar as questões da cultura e, por conseguinte, organizar-se como um sujeito subjetivado pelo meio no qual se encontra inserido. A Função Paterna era razoavelmente clara no século XX na classe burguesa, entretanto houve um “remanejamento” dessa função, a qual acarretou mudanças sociais intensas: novas configurações familiares, novos quadros de sofrimento, novas possibilidades de enlace com o social, etc. Por conseguinte a família também sofreu com esse deslocamento.

Uma questão que vem ao enlace das citadas acima é a adoção de crianças por casais homoafetivos. Novas configurações familiares se organizam na pós-modernidade, por conseqüência, deduz-se que novas subjetivações irão surgir igualmente, entretanto o que a psicanálise ainda não se ocupou é buscar saber aonde chegaremos e, que espaços devem ser buscados nessas “novas” possibilidades da instituição familiar.

Alguém quer chutar?

Bibiana G. Malgarim

Psicóloga – 07/13403

Mestre em Clínica da Infância

Especialistaem Psicoterapia Psicanalíticade Crianças e Adolescente

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