Há uma campanha veiculada muito recentemente com uma atriz e seu bebê na qual se afirma que amamentação deve ser estendida até dois anos ou mais da criança.
Será?
As alegações em defesa a essa postura são diversas, cita-se o fato da criança ter aumentada sua imunidade, ter melhorada sua capacidade respiratória, entre vários outros benefícios. Entretanto, psicologicamente como isso se processa? Ouve-se alguma consideração clara e mais profunda sobre as conseqüências psicológicas, boas ou más, desse largo período de amamentação? Seria apropriado?
Creio que a palavra correta nem seria “apropriado”, poderia ser qualquer outra que nos remetesse a pensar sobre os laços vinculares desse bebê e dessa mãe, sobre o apego, a dificuldade de separação, autonomia e independência, enfim, uma série de questões de cunho psicológico que se dão nesse mesmo momento em que os tantos benefícios fisiológicos são defendidos.
Não se trata de minimizar as conseqüências positivas da amamentação para o desenvolvimento físico do bebê, e sim salientar outros pontos que devem ser considerados, pois todos eles são absolutamente importantes para a saúde física e psíquica da criança.
Além disso, ainda caberia salientar algumas questões de ordem prática e da nossa realidade, com a finalidade de acalmar aquelas mães que se encontram angustiadas, visto que não conseguiram ou não conseguirão amamentar seus filhos por mais meses que a licença maternidade lhes permite:
– o bebê precisa muito da mãe nos primeiros meses e anos de vida, sendo que no decorrer do seu desenvolvimento vai gradativamente precisando cada vez menos e isso é saudável; com a amamentação é a mesma coisa, uma criança em condições de explorar o mundo e outros alimentos, pode substituir o peito de sua mãe sem danos físicos ou psicológicos e isso, será saudável para ambos.
É sempre importante frisar: qualidade é fundamental, a quantidade nem tanto.