O termo “psicopatologia” é por si só uma palavra revista de peso e, por conseguinte, geralmente é visto por muitos com certa desconfiança. Agregando-se a isso, a psicopatologia da infância especificamente solicita ainda mais cuidados nas discussões.
Pensar em diagnósticos na infância quando se fala da perspectiva da psicanálise é quase um contracenso. Não que a avaliação do caso ou o levantamento de pontos de ansiedade e sofrimento não sejam de extrema relevância, contudo a clínica psicanalítica infantil não busca trabalhar em cima de diagnósticos e sequer está detida em descrever listas sintomáticas.
A idéia de muitos psicanalistas infantis é trabalhar a partir de pontos de convergência do funcionamento da criança, buscando compreender como essa dinâmica está organizada no contexto familiar e que sentidos podemos apreender disso tudo. Essa conjunção de dados e fatores certamente oferecerá ao profissional um contorno para o caso daquele paciente, contudo o que mais interessará é como aquele contorno foi montado e como é utilizado.
Sempre é relevante relembrar que, ainda que se fale de sintomas ou até mesmo de quadros mais sistematizados de funcionamentos de personalidades – o que entre as áreas do conhecimento chama-se de diagnóstico – as crianças se encontram em um estado de desenvolvimento e isso deve ser entendido como potencial para novos arranjos para essa personalidade.
Bibiana G. Malgarim
Psicóloga – 07/13403
Especialista e Mestre em Clínica Infantil
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