Quais foram os meus desafios profissionais no início da carreira?
Perrengue todo mundo passa, correto?
SIM! E que tipo de desafio psicólogos no início de carreira passam? Quais foram meus principais desafios?
Para qualquer recém-graduado o começo da carreira é um desafio por si só. Dependendo de como foi seu percurso durante o curso, a dificuldade será maior, ou menor. A primeira situação que passou pela minha cabeça foi a inserção no mercado de trabalho: como me colocar, como ser reconhecida, como chegariam até mim?
Com essa segunda questão, um segundo desafio se colocou: Como organizar minha rede de encaminhamentos? A partir disso, tantas eram as dúvidas, especialmente em como mostrar meu trabalho e entender o uso de recursos de divulgação e comunicação – hoje infinitamente mais abundantes que na minha época de jovem psicóloga.
Um desafio que nunca me deixou acomodada foi a manutenção do tripé da formação, e, novamente, uma outra dúvida: Como sustentar esse tripé com uma clínica tão incipiente? A questão financeira é realmente uma preocupação bastante grande no início.
Entretanto, deixa eu te perguntar uma coisa: O que é início para você?
E esse foi um ponto fundamental para eu entender como eu trabalharia a partir dos desafios de ser uma jovem e não tão jovem profissional da saúde mental. Quando falamos em início de carreira na nossa área, estamos falando de muitos anos – sim, eu sei que não te contaram isso na faculdade! Eu sei que você pensou que início se referia ao primeiro ano, talvez segundo. Contudo, não. Início de carreira na área da psicologia e psicanálise são muitos primeiros anos de trabalho, no qual nosso investimento muitas vezes é substancialmente maior do que temos como retorno direto. E por mais que possa parecer difícil e sem sentido, esse é um caminho sólido.
Abrir mão de uma certa arrogância e soberba, a qual pode somente estar revestindo uma franca insegurança muito típica desse momento, pode ser um desafio muito complexo e pouco consciente. Essa postura faz com que deixemos de fazer perguntas importantes e pedir ajuda, quando precisamos genuinamente dela. E no fim das contas, estamos falando de sentir vergonha. Corremos, corremos e cairmos em sentimentos marcadamente infantis, os quais ainda nos regem de maneira inconsciente.
Quando entendi o que era início – talvez esse tenha sido meu principal desafio – as coisas começaram a ser diferentes para mim: quer seja na forma como eu me entendia na profissão, quer seja na maneira como me engajei ainda mais na minha formação e com isso, as demais questões acima citadas, aos poucos foram tomando menos tempo do meu dia, e a escuta de pacientes preenchendo mais.
Com quais desses perrengues você se identificou?