As vezes não falamos coisas difíceis uns para os outros não porque não queremos, mas simplesmente por ainda, infantilmente, acreditar que quando não falamos o que nos dói (ou, doeu) essa dor deixará de existir… ou ficará mais branda… ou quem sabe foi bobagem nossa, nem vale a pena!
O duro é que o não falar não garante nada disso dito acima: não falar não garante que deixemos de sentir tanto o ódio do outro, como o amor desse – e aí está a chave, parece-me: quando tu te sentes amado, mesmo que não se fale sobre o assunto, você sente. Quando você é odiado, também sente.
Quando um “amo você” ou “me importo contigo” vem em palavra, dá aquele abraço, aquele contorno que torna tudo real e dá passagem para se seguir sentindo.
Calar não promove garantia de proteção.
Calar esconde.
Falar coloca em jogo.
Calar endurece.
Falar ajuda. Falar não faz com que você deixe de sentir (ainda bem!!), mas dá endereço a dor… e assim, ela segue seu caminho.