Recentemente está sendo veiculado uma notícia de que crianças francesas possuem menos TDAH do que crianças norte-americanas (Confira a notícia original no link).
O TDAH, conhecido popularmente como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, não é novidade nenhuma para nosso sociedade ou para nossas crianças. Ele só vem trocando de nome e, como uma tsunami, engolfando cada vez mais um número maior de sujeitos.
Esse diagnóstico fico tão popular, de uso tão banal, que a medicação que deveria ser utilizada em casos em que há uma real necessidade está igualmente banalizada, e é comum adultos utilizarem-a para poder, pelo menos em um plano teórico, ampliarem sua capacidade de concentração em véspera de provas, por exemplo. Hoje, qualquer um atribui o diagnóstico de TDHA à seus filhos, alunos, conhecidos e até a si mesmo. Basta mexer-se mais do que o tolerável e pronto: saindo mais um TDAH!
Entretanto, esse transtorno possui cerceamentos necessários de serem respeitados quando se pensa em diagnóstico, e com isso, o seu respectivo tratamento. O parâmetro não deve ser, em instância alguma, o quanto uma criança “incomoda” pontualmente um ou outro adulto com seu impeto infantil: mover-se, ser curioso, não satisfazer-se com o “Porque sim!” ou o “Porque não!”. Que criança saudável tolera a inércia? Ainda, concordo com a reportagem (link acima) com a questão de considerarmos o tempo todo que os fatores são multideterminados quando se tem esse quadro em vista.
Em resumo, o que se esquece parece que é o que se quer esquecer: o diagnóstico de qualquer transtorno ou doença mental é sério, necessita de uma avaliação minuciosa e requer paciência e investimento ( de tempo, de afeto e financeiro, por certo). Na ânsia por sanar a “agitação intolerável” e sem nome de uma criança, joga-se com as mesmas peças: rapidamente se localiza um diagnóstico, rapidamente se usa uma medicação, rapidamente se esquece do que aquele sofrimento então queria comunicar. E, por fim, cala-se.