Quem está começando na área da psicologia, formado recentemente ou mudando de área, certamente se depara com várias dúvidas, absolutamente esperadas, uma vez que essa prática é uma novidade. Quando terminamos o curso de graduação temos uma falsa impressão de que devíamos “saber tudo” ou que nossa dúvida não é válida, uma vez que em algum momento do curso foi lido ou estudado algo a respeito. Isso não é verdade.
O conteúdo visto durante os 10 semestres do curso de Psicologia são muito amplos, variados tanto teoricamente quanto em termos técnicos, e a grande parte deles não ganha a profundidade que merece, pela questão do tempo que se organiza tipicamente a cada disciplina. Então, é mais que esperado que se busque auxílio nesse início de prática clínica.
Essa breve série “O QUE PRECISO SABER”: ORIENTAÇÕES GERAIS AOS JOVENS PSICOTERAPEUTAS tem o objetivo de indicar alguns caminhos, elucidar algumas dúvidas e trocar algumas experiências, as quais podem ser úteis para você. Não é um guia, nem mesmo um modelo o qual deverá ser seguido, ao contrário, é uma conversa sobre o que penso e fiz até hoje e que pode ser interessar e inspirar o seu trabalho.
“O que preciso saber” #1 foca no início da prática de psicoterapeutas que irão trabalhar com o público infantil. Como iniciar os atendimentos infantis?
#1 O primeiro passo, e isso vale para quem pretende atender a qualquer faixa etária, é cuidar do seu próprio tratamento: Não esqueça que nosso “instrumento” de trabalho é nossa mente, somos nós mesmos, logo, nossa escuta melhora na medida que fomos bem escutados também.
#2 Gostar de brincar: ter gosto por brincadeiras, brincar e demais atividades lúdicas vai possibilitar criar um setting acolhedor aos miúdos e miúdas. Se não houver esse gosto genuíno, tratamento infantil não é a sua área.
#3 Os pais fazem parte do tratamento: Atender crianças necessariamente envolve atender os pais – por atender os pais, quero dizer ter sessões com os mesmos com a finalidade de acompanhar a relação dos mesmos com o paciente, dificuldades, dúvidas e ajudá-los a pensar sobre eles mesmos no papel parental. Não dá para esquecer: o paciente é a criança!
#4 Sigilo: Começo pelo fim da Dica #3 “O paciente é a criança”, logo, tudo o que a criança trouxer no ambiente da psicoterapia (considerando o contrato de trabalho*) deverá ficar preservado no setting. Isso vale para o que for dito verbalmente, ou expresso de outras maneiras, como através da brincadeira ou desenho. Cuidar do conteúdo trazido pelo paciente, independente da sua idade, significa respeito ao paciente.
Gostou? Conta aí o que achou sobre essas informações!
Em breve mais postagens!
* Discutiremos a questão do Contrato em outro post.