Quando o bebê nasce a família toda precisa realizar uma adaptação intensa para que esse pequeno que chega seja acolhido e encontre um ambiente capaz de suprir suas necessidades, sem questionamentos. Essa ideia é relativamente nova, acredite!
Com o passar dos meses, esse bebê GRADATIVAMENTE vai crescendo e começando a entender a si e o seu entorno, sua realidade. Com isso, vai adquirindo capacidades, recursos para comunicar-se e buscar o que quer e precisa. Estamos falando de um bebê que está nos seus primeiros meses. Entretanto, o NÃO estará sempre presente, desde o nascimento.
Como?
O bebê vai descobrindo que as suas necessidades não poderão ser atendidas tão imediatamente quando precisa, mesmo que isso signifique o tempo da mãe arrumar-se para dar o peito, ou esquentar a mamadeira, por exemplo. Isso já marca para a criança uma frustração.
Mas, quando o pequeno já está maior, estamos falando de uma criança que caminha para seus 2 anos, o NÃO dos pais precisa estar mais presente e mais claro para os pequenos. Esse NÃO que falo é aquele que vai ajudar as crianças a entenderem, gradativamente, que vivemos em conjunto e que há muitas necessidades e desejos para além dos seus: isso o tornará sociável. Embora, pareça frustrante, é fundamental.
O NÃO marca a ausência, a falta, e é na falta que podemos ter espaço para pensar, criar e olhar em torno. Logo, é absolutamente organizador da personalidade essa inscrição de que nem tudo é possível – e essa marca vai se organizando pelas pequenas coisas, situações rotineiras e aparentemente banais. O adolescente e o adulto que tolera, ou não, as frustrações dependerá diretamente da criança que foi: se nunca me “faltou nada”, se não houve os NÃOS necessários e pequenos (aparentemente), qualquer negativa dos outros ou da vida, poderão ser devastadores.
Pense nisso: Um NÃO suficiente também é amor por seu pequeno!