Há quem goste mais de uma estação do ano especificamente do que as demais, como quase tudo na vida: as diferenças são enriquecedoras e democráticas!
Hoje chega o Outono: as folhas caindo, o clima esfriando e o sol menos intenso. Como disse antes, há quem não goste nada disso. O que parece um momento de encerramento, para mim, trata-se de um momento de recomeço, tal qual a primavera, mas num sentido mais introspectivo: hora de olhar para dentro, deixar o que é externo ou público para um outro momento com outra função própria – como a primavera, que não desmereço de nenhuma maneira.
A gritaria calorosa pode se transformada em uma fala mais mansa, sussurrada em alguns momentos, mas que chega igualmente aos ouvidos de quem deseja escutar. Os olhos não ficam ofuscados pela luz intensa, mas devem adaptar-se a um olhar mais meticuloso, cuja luz é própria e sensível.
O outono permite que nossas “folhas” caiam para nos dedicarmos ao que está dentro – algo vivo, sólido, espontâneo, contínuo. Assim, nossas estações pessoais permitem transformações, renovações, isso tudo depois de um tempo de conversa íntima a qual nunca sabemos o desfecho até que outra estação se inicie em nós mesmos.
Bem vindo outono de cada um e aquele que podemos ver nas lindas árvores que também se transformam pacientemente guardando dentro de si o que as manterá vivas até outro florescer.