Diante do artigo “Como se fabricam crianças loucas”não consegui resistir ao apelo do título e mais, ao drama do seu conteúdo. Lendo-o senti o coração apertando na exata medida em que tentava – sim, só tentava porque não é possível conseguir de fato – imaginar o que foi vivido pelas crianças citadas no artigo e na dissertação que o originou: marcas indeléveis de sofrimento que acabaram por definir a identidade desses sujeitos em potencial.
Abaixo, um trechinho do texto que deve ser lido – nem que seja para nos desacomodar:
“Flávia afirma: “As internações são motivadas por uma combinação complexa, que resulta numa situação de vulnerabilidade. A resposta da internação psiquiátrica, além de redutora de complexidade, é ela mesma produtora de maior sofrimento. A internação por ordem judicial revela uma concepção sobre a infância e a adolescência pautadas no medo e no perigo. Propõe uma resposta única a todas as situações, sem considerar diferenças, singularidades e contextos. Reduz crianças e adolescentes ao status de paciente psiquiátrico perigoso, produzindo sua cronificação”. É assim que se fabricam crianças loucas.”
Confiram todo o material nos links disponibilizados acima: as histórias de Raquel e José (sujeitos dessa trama infelizmente verídica) hoje se fazem ouvir – ou se fazem ler, no caso – e isso tem que nos ensinar alguma coisa.