Era uma vez um vírus que de tão pequenininho nem a pessoa mais resoluta o veria. Mas, o vírus não se “mixava” e atacou uma cidade, um bairro, um país… e finamente, o mundo. O vírus seguida pequeno, mas seu impacto: incomensurável!
Com a pandemia de Covid-19 houve a necessidade da quarentena e do isolamento social, e também, do distanciamento. E foi nesse isolamento que muita coisa coisa aconteceu: famílias foram confinadas as suas casas, pessoas que moravam sozinhas não tinham mais a companhia presencial de outras, crianças sem os amigos da escola, trabalho no modo “home office” com um mix de rotina doméstica para apimentar a coisa toda!
Nesse panorama caótico e muito angustiante, as pessoas tiveram que se a ver com elas mesmas e com suas famílias – famílias essas que já não tinham intimidade, embora morassem todos juntos. Para quem conhece de intimidade, sabe que isso não é para “fracos” nem aventureiros – mas, se aprende. E o aprendizado é com suor e lágrimas, por vezes, com sorte, também risos e cumplicidade. A intimidade ocorre consigo mesmo também – e aí, meu amigo, o sapato apertou, como diz o outro.
A pandemia nos trouxe um silenciamento para as distrações cotidianas, as quais tentamos nos agarrar como náufragos se aguaram às bóias – foi uma de limpar casa , armários, fazer pão, bordar, maratonar Netflix, colocar coisas em ordem e acaba…. silêncio novamente. E nele, nos olhamos e o que se viu? O que se vê quando tudo em torno se cala e a atenção pode – até que enfim! – se voltar para o essencial?
A intimidade que o silêncio oferece pode ser assustadora, como um trama de suspense. E foi, para muitos de nós. Deparar-se com fragilidades, com dores não resolvidas, com solidão, com falta de intimidade, com os desconhecidos da família, não foi nada fácil e trouxe a tona o essencial: o que se escuta de dentro quando todo o barulho cessa? É algo que conforta? É aprazível ou terrorífico?
Quem é a principal companhia que você levará consigo para toda vida: você mesmo.
O silenciamento oportunizou, mas, você sabe, oportunidades podem ou não serem aproveitadas, o que se fez com essa?