É interessante pensar sobre as relações que se estabelecem nas famílias e como alguns fenômenos do desenvolvimento psíquico podem ser percebidos. Certo dia, estava observando uma menina que tinha em torno de 6 anos, a cena era a seguinte: estava rodeada pelo avô, tios e pai enquanto todos tentavam decidir o que almoçar; todos eles olhavam para a menina e tinham em seus olhos um sentimento de devoção, carinho e atenção. Algo incrível de ser analisado.
Você sabe aquela “historinha” que certo senhor, no início do séc. XX, contou sobre o menino que se apaixona pela mãe e rivaliza com o pai para ficar com ela?
Sim, estamos falando do conhecido Complexo de Édipo cunhado por Freud, esse estudioso que para muitos é uma referência, para outros, só motivo de riso.
Independe do que você pense esse momento, o Complexo de Édipo existe e de forma poderosa perpassa nossas vidas, atravessando nosso desenvolvimento.
Na prática percebemos isso de maneira sutil, nas relações familiares, dentro dessas dinâmicas tão peculiares: a menina que anda de mãos dadas com o pai e imita o comportamento da mãe; ou, a admiração que cabe nos olhos do menino quando analisa os movimentos do pai.
Mas como esse complexo afeta o cotidiano de cada um de nós?
Esse processo é algo que irá acontecer naturalmente no decorrer do desenvolvimento das crianças e que, em geral, passará sem muito alarde. Ele ajudará a criança a ingressar nos seus processos de identificação e consolidação do que chamamos de personalidade. Apesar da importância desse processo, muitos de nós nunca pensaremos sobre ele de maneira direta ou indireta e clara sem estarmos em um processo de análise.
Que assim seja!