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NÃO É PARA CRIANÇA: Limites

Comecei a pensar sobre o tema O QUE É CONTEÚDO PARA CRIANÇA e o que NÃO É a partir de uma polêmica com o show da Mc Pipokinha (conhece?). O texto não é sobre ela porque o assunto a precede em décadas, quiçá séculos. Talvez o texto seja sobre LIMITES e o quanto eles estão borrados para nós, sociedade.

Como psicóloga especializada na área da infância escuto sistematicamente a queixa sobre até onde e de que forma se estabelece limites sobre os conteúdos aos quais as crianças têm acesso. E de fato, é um problema muito grave isso por duas razões iniciais:

  1. Há muito conteúdo disponível em várias formatos e locais
  2. Os pais estão confusos e (seguem) culpados.

Com as diversas plataformas de conteúdos que temos disponíveis, os jogos, desenhos, filmes, etc. e a cultura de que as crianças muito pequenas podem ter acesso a smartphones e tablets – e quando falo muito pequenas, são realmente pequenas, bebês! – as crianças são invadidas por uma intensidade enorme de estímulos para os quais elas não tem condição de mediar e avaliar, e o que ocorre é que elas simplesmente vão ficando excitadas pelas telas, seu humor vai ficando irritado, a memória e outros aspectos cognitivos subdesenvolvidos e assim por diante, até uma explosão sintomática. 

O que falta aqui? Limite. 

Uma criança NÃO pode ter para si de forma liberada conteúdos da internet porque ela é IMATURA para lidar com a intensidade dos estímulos e o conteúdo deles. 

E é nesse segundo ponto que entrou a Mc Pipokinha – muitos conteúdos são produzidos com características infantis, nomes no diminutivo, roupas, brinquedos, dentre outras características que remetem à infância, porém NÃO são conteúdos apropriados para crianças e quem deve mediar isso? Sim, você acertou! Os pais. 

Eu sei que é difícil, porque os celulares já viraram uma parte do corpo humano há algum tempo – você certamente está lendo isso do seu smartphone – e a questão dos limites é para todos, especialmente para quem precisa, não só dar exemplo, mas também estar presencialmente conectado com o miúdo ou miúda tão desejado e que está aí, ao seu lado.

Então, recapitulando:

Se você não permite que seu filho ou filha seja exposto a conteúdos violentos ou pornográficos na escola, por exemplo, por que permitiria dentro de casa?

Branco, branquinho

Quero começar pedindo DESCULPAS a todas as mulheres (sim, exclusivamente mulheres) que eu “enchi o saco” de forma direta ou indireta sobre seus cabelos brancos. Eu tenho vívido na minha memória eu e uma colega de trabalho falando – com indignação – por que razão mulheres não pintavam seus cabelos!

Contexto 1: A indignação que falo é típica daquela que não tinha cabelos brancos e por alguma razão se importava com quem os tinha.

Contexto 2: Essa memória é de muitos anos atrás, mais de década – perdoem minha imaturidade sobre o tema. 

Contextos colocados, retomo: me perdoem!

Hoje, eu com mais de 40 anos e com muitos cabelos brancos misturados com os castanhos remanescentes me dou conta do que eu fiz e do que se faz cotidianamente: encher o saco alheio. 

Eu não vou pegar nesse texto o caminho legítimo sobre o direito aos nossos corpos, o que incluiria nossos cabelos, mas de qualquer forma, acaba que é sobre como algumas características nossas, no meu caso o cabelo branco, acaba incomodando muito outras pessoas. 

E digo mais: incomoda a mim mesma. Quando vi o que julguei ser o primeiro não tive dúvida: arranquei. 

A cada vez que me dizem: Nossa! Quanto cabelo branco tu tá!! – e são tantas vezes que dá vontade de fazer uma mensagem automática, como nos e-mails. De qualquer forma, eu replico:

_ Pois é, eu to pensando o que fazer ainda. 

Falo isso porque realmente não sei o que quero fazer comigo, com meu cabelo, em minha defesa ou sobre meu envelhecimento. E talvez seja esse um dos pontos: acusar a velhice do outro é falar de forma projetiva do medo da sua própria perda de juventude. De todo modo, é um saco.

Eu não sei o que fazer com meus cabelos brancos.

Fato é, que eles serão maioria em breve e serão evidências incontestáveis dos anos que vivi até agora e que, sinceramente, desejo muitos ainda pela frente.

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Bibiana Malgarim
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