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Psicologia

Sonhos: O que são e o que contam?

 

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Você sabe o que é o sonho?
Você já pensou sobre o que um sonho significa? O que eles contam?

Foi Signund Freud quem deu uma guinada em nossa forma de entender os sonhos! Para ele os sonhos são os guardiões do sono! Lindo, não é?

Claro que os sonhos são muito mais que isso. Eles tem muitas funções! Mas, uma coisa que frequentemente as pessoas querem saber é: o que o sonho significa?

Vou dizer aqui algumas coisas que talvez ajudem você a atender o quanto o sonho é complexo:
1. O sonho é uma manifestação intensamente e majoritariamente inconsciente.

2. Quem diz não sonhar, pode não lembrar do sonho, o que é bem diferente!

3. O sonho é do sonhador! Isto é, TODO conteúdo do sonho é seu, não tem nada de premonitório nele.
4. Complementando o item 3, o sonho também fala dos seus desejos. Então, o sonho conta sobre você: o que você é l, deseja e viveu, tudo junto e misturado.
E,

5. Não há forma simples de interpretar sonhos: o sonho SÓ poderá ser interpretado dentro de um contexto específico, ou seja, a partir da história singular daquela pessoa. Não podemos pensar que um mesmo sonho ou objeto que aparece no sonho significa a mesma coisa para todos. Então, sabe aquelas revistinhas de banca de interpretação de sonhos? Pega elas e faz um bom fogo nesse frio!

Sonhar é se conhecer. E entender seu sonho pode ser um caminho para isso, porém isso deve ser feito com quem entende do rolê. E esse é um rolê todo especial dos psicanalistas!

Os sonhos são mais que realização de desejos e Freud foi se dando por conta disso conforme desenvolvia a Psicanálise.💡 O que sonhos de angústia querem dizer? Como sonhar repetidamente com vivências traumáticas poderia ser da ordem do desejo ou prazer? ⚔A guerra foi uma fonte de estudo para Freud e ele pode ir entendendo que os sonhos também estavam a serviço de denunciar o que não está elaborado, o que precisa de atenção porque não está bem.

Não é a toa que se sonha centenas de vezes com coisas que geram muita angústia, medo e que não deixam o sujeito esquecer algo que viveu.

É claro que estou sintetizando e fazendo uma tradução de uma teoria muito complexa e que, sim, tem muitos mais detalhes do que o exposto. E para quem quer se debruçar nessa complexidade, para quem estuda psicanálise, o livro obrigatório é o Além do Princípio do Prazer, texto de Sigmund Freud, de 1920. Lá você vai encontrar diversos conceitos, tais como Pulsão de Morte e Compulsão a Repetição. Vale muito a leitura!

A culpa NÃO é da mãe

(Texto original do meu perfil do Instagram, porém com ampliação)

Para criar uma criança é preciso muitos! E como esquecemos disso!

Uma mãe está envolta em uma comunidade, em uma cultura, dessa maneira, em teoria, não estaria sozinha. Mas, está (muitas vezes). A mãe é a primeira amostra de humanidade que o bebê tem! É o cheiro que ele já conhece, o ritmo que o nina há muito tempo. Mas, essa mãe só pode se tornar mãe na medida em que contou com cuidados também: cuidados da sua própria mãe, cuidados de um (a) parceiro (a), cuidados da rede de apoio, cuidados de uma sociedade!
Não se pode ser mãe sozinha!
Não a mãe que se exige e que se espera na nossa cultura. E como esquecemos disso!! Tornar-se mãe é, sem dúvida, um ato de coragem e, ao mesmo tempo, uma aposta que se driblará a solidão das expectativas. Ser mãe é um ato de responsabilidade, não de culpa.
Para ser mãe é preciso um conjunto de outras mães, de outros cuidadores, de outras pessoas devotas ao bebê!

O que quero dizer com isso? Cuidar do ambiente da mulher que se torna mãe é fundamental para ela poder exercer o cuidado e desenvolver o vínculo com seu bebê. Se o ambiente que a mãe se encontra falha com ela, todos falhamos, então a culpa é nossa, não mais dela. Nossa. E como esquecemos disso.

Vale muito a pena ver a Série “O Começo da Vida”. Na série essa ideia que coloco aqui fica claríssima, aliás, a série certamente é uma das fontes que inspira esse texto, assim como os textos de Ferenczi e de Winnicott. O documentário é igualmente ótimo, porém muito mais resumido.

Cuidar de crianças é cuidar de quem cuida. Mãe é o princípio, e por muito tempo, será tudo para o bebê. Cuidar dessa dupla é o maior voto de esperança no futuro. Que possamos não esquecer disso!

No Dia do Trabalho a Questão: Por que o trabalho adoece?

WhatsApp Image 2020-04-30 at 12.35.34No dia do trabalho faço a pergunta: Por que o trabalho é um dos fatores de maior estresse e adoecimento mental nos adultos? Essa é uma questão muito frequente de ser testemunhada na clínica.

Primeiramente é preciso dizer o quanto o trabalho hoje tomou um lugar fundamental na vida dos adultos, já que o mesmo é um pilar identitário significativo na nossa cultura. E justamente, por isso, quando pensamos no atendimento de adultos, é tão relevante considerar essa importante faceta da identidade.

Então, o trabalho também faz parte daquilo que somos, e de como somos vistos, nosso lugar social. Sendo assim, corremos o risco de pensarmos que o trabalho deve ser sempre bom (positivo) para nós, já que faz parte de quem somos, certo?
Sim e não!

O trabalho, como qualquer outra coisa na vida, pode adoecer. E adoece!
Basicamente o trabalho adoece quando o sentido dele se perde, sua finalidade, sua relação subjetiva com o sujeito se esvazia.

Que um exemplo bem atual que podemos observar: trabalhadores da saúde que atendem em hospitais, sua meta é recuperar a saúde de seus pacientes, mas quando a morte e a perda se tornam maciças, o sentido pessoal e coletivo fica ameaçado. E aí temos uma brecha para o adoecimento psíquico e físico (doenças psicossomáticas). Esse é apenas um exemplo para que possamos entender o quanto o trabalho tem parte significativa na nossa vida.
Vou deixar aqui 2 referências incríveis sobre o tema aqui, se você quiser, podemos conversar mais sobre isso! Essas referências me ajudaram muito a entender toda essa dinâmica que descrevi acima, e me ajudam até hoje a manter uma escuta sensível no que tange a atividade laboral.

 

Referências:
Dejours, C. A loucura do trabalho.5 ed. São Paulo: Cortez – Oboré, 1992.

Dejours, C., Abdoucheli, E., Jayet, C. Psicodinâmica do trabalho. São Paulo: Atlas, 1994.

Por que estudar Freud?

Há alguma razão para estudar a obra do psicanalista Sigmund Freud?

Centenas de razões! Talvez até mais! Vou citar quatro nessa postagem para pensarmos juntos e talvez fazer com que você se interesse por esse psicanalista icônico!

 

1. Porque ele é sensacional: sério!!!! Os textos e a genialidade de Freud ainda não foram superados. Não a toa que ele é chamado de Pai da Psicanálise.

2. Sua obra é a base para estudar qualquer pós freudiano: tem que saber (bem!!) os conceitos freudianos para se aventurar e compreender o que os psicanalistas depois dele agregaram, mudaram ou discordaram da teoria clássica.
3. A teoria freudiana é muito vasta: há uma grande quantidade de texto abordando diversos assuntos, desde os sonhos, como a questão da ciência, da felicidade, da sexualidade, etc. É muita coisa interessante para ler!

4. Freud mudou tudo: ele revolucionou o tratamento de humanos, ele deslocou o saber médico e colocou o saber para o paciente, ou seja, quem sabe sobre ele é ele mesmo, o analista auxilia nessa descoberta. E ainda agrego de maneira especial: Ele escutou as mulheres de uma forma que até então, ninguém havia feito.

Há muitos motivos, aí acima são alguns!! Tem vontade de ler e conhecer Freud? Vai nessa!!

É um caminho fascinante!

Curso Introdução à Psicanálise Freudiana

 

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Hoje é um dia especial! Depois de vários meses organizando, estudando e gravando o curso de Introdução à Psicanálise Freudiana finalmente está pronto e disponível para quem desejar cursar. É um curso completamente online, que você pode começar quando quiser e que fica disponível para você de maneira vitalícia.

São 5 módulos que abordam desde a História até conceitos relativos à prática psicanalítica. Aulas objetivas, com exemplos e com indicação de bibliografias.

Essa parceria é com a Psicologia [In]Formação! Confere!

Atendimentos On-line: Algumas Impressões

Nesse momento histórico em que vivemos os atendimentos da área da saúde mental, psicanálise e demais áreas afins foram transferidos para o ambiente virtual de maneira maciça. Particularmente, não escutei ainda sobre algum colega que tenha colocado impedimento a essa modalidade frente às orientações de evitação do contágio pelo novo Covid-19. Eu também migrei maciçamente, na medida do possível, para o ambiente virtual, realizando os atendimentos de maneira online. Algumas diretrizes dos conselhos, associações e movimentos espontâneos e individuais (como lives e publicações, por exemplo) ajudaram bastante nesse momento, uma vez que para muitos de nós, esse é um território bastante novo e que ainda precisa de tempo para que ocorra uma apropriação mais identitária, diria assim.

Mas, há sempre a experiência particular, a sensação que cada um de nós colocará no seu trabalho e as impressões que esses atendimentos maciços suscitam. E é sobre eles que quero escrever e dividir nessa breve comunicação.

Buscamos estabelecer uma relação de transferência para que o tratamento efetivamente ocorra. E sei que isso é plenamente possível pela via online, comprovei isso através da prática clínica anterior ainda ao momento atual. Entretanto, há fatores objetivos que são perpassados por fatores subjetivos, e vice-versa, como a própria questão do setting. Por mais que exista em alguns casos uma orientação ao paciente sobre buscar um lugar seguro para sua sessão, isso nem sempre ocorre. Por qual razão o paciente não prestaria atenção nisso? Como a sessão se desenvolve? Como você garante o sigilo? Essas questões, no nosso habitat natural, nossos consultórios, raramente são alvo de dúvidas, uma vez que lá conseguimos garantir essa proteção, garantir essa segurança, logo, ela passa como algo desapercebido, naturalizado no setting – quando em verdade, não é.

No atendimento online o paciente terá uma postura muito mais ativa na procura por um ambiente seguro para sua sessão.

No contexto no qual estamos vivendo, em quarentena, atendemos em casa – a maioria de nós, ouso dizer. Esse também é outro ponto interessante: os analistas e psicoterapeutas estão mais expostos – sua vida pessoal está mais exposta. Percebi o quanto os nossos consultórios nos proporcionam muita tranquilidade e segurança, garantindo uma neutralidade muito significativa. Nos nossos ambientes domésticos, por mais cuidadosos que sejamos, muitas variáveis estão em cena simultaneamente, até mesmo porque toda a família está em quarentena com você. O gato passa na frente da câmera, o cachorro fica acoando como se estivesse descobrindo essa capacidade pela primeira vez, batem à porta, seu filho te chama ou entra solicitando sua ajuda, há quadros, fotos, livros em torno – sua roupa e demais adereços são os mesmos que usa habitualmente? Ainda que a mudança seja muito sutil nesse último item, o paciente perceberá algo, sentirá, experienciará essa entrada na sua casa. O paciente também estará em um ambiente que é dele, doméstico, íntimo, conhecido por nós habitualmente somente nas descrições realizadas por eles – ou nem isso, somente fantasiado por nós. Todas as situações que eu apontei para nós, vale igualmente para os pacientes. É a vida se apresentando na cena analítica de uma forma única.

O ambiente de vocês é um território novo. A intimidade do setting deverá ser pensada, trabalhada e deverá ainda haver espaço para a fantasia.

Essa pandemia só fez desacomodar: nossos conhecimentos, nossos confortos, nossa onipotência, nossa segurança, nossas verdades. O nosso setting não será mais o mesmo, assim como a vida. Estamos todos contaminados, ainda que subjetivamente: há um vírus real e simbólico que tomou conta do mundo e alterou nossas formas relacionais. Não seremos mais os mesmos, pois, quer queiramos ou não, já estamos modificados.

 

Outro tempo para nossas vidas: Tempos de Pandemia

Fiquei pensando nesses últimos dias o que escreveria, e também, se escreveria algo sobre o que está acontecendo no mundo: a pandemia de um vírus brutal – caso alguém ainda não saiba. Muitos estão escrevendo algo sobre o assunto, e escrevendo matérias frutíferas, embasadas, científicas. O que eu poderia escrever?

A princípio pensei em nada registrar, mas, agora entendi que o ato de eu vir aqui escrever algumas coisas será fundamental para mim principalmente, e com sorte, ajudará um ou outro a pensar em algumas coisas também. Escrever pode ser minha forma de compreender esse outro tempo em que estamos vivendo – tempos sitiados não somente em nossas casas, mas em nós mesmos.

O que muda em nossas vidas?

Muito. Tudo. Quando pensamos que nossa liberdade de ir e vir está tolida (e com TODA razão, por segurança de todos e empatia! 100% apoio!), notamos que temos que olhar para nós mesmos, nossas questões, nossos silêncios, nossas possibilidades frente a uma condição mais restrita. É um tempo de limites concretos, objetivos, e que, pode se tornar também limites subjetivos – entretanto, isso quem “decidirá” é você! Coloco o verbo decidir entre aspas porque algo que estamos aprendendo com esses últimos dias é que a onipotência não se sustenta por muito tempo, como nosso vão pensamento infantil tanto deseja ou desejou.

É um tempo de revisar rotinas, revisar relações, revisar o que é relevante de fato para a vida. Isso pode ser doloroso. Mas, pode ser necessário também. É um tempo que deixará marcas muito profundas em nossas histórias porque alguns de nós sofrerão muito, outros perderão alguns que amam (em verdade, já perderam, pois já há centenas de mortes pelo mundo), outros perceberão o que realmente vale a pena daqui para diante.

Um ponto é fato: resistir a nova rotina, ao novo tempo que se impõe agora, será letal do ponto de vista da saúde mental. Claro que temos que contar com muitos para que isso seja efetivado (um exemplo? como professores seguem fazendo dezenas de aulas confinados em suas casas como se suas tantas outras demandas pessoais não estivessem em cena também?). Para seguir vivendo nos dias de hoje é VITAL que entendamos que a transformação das nossas rotinas, dos nossos tempos, é o primeiro passo. E o vital pode ser lido tanto de maneira mais metafórica, como literal. O tempo é agora.

 

Início de Carreira: Percepções comuns

 

Orientação para profissionais (2)

Iniciar no mercado de trabalho é um desafio por si só,  para todos, não é algo exclusivo de quem se graduou recentemente.

Algumas observações acontecem na vida de todo o profissional, em especial dos psicólogos.
Fiz uma lista do que eu me deparei quando iniciei, e acredito sem comum para todos:
1. Se você acha que sua carreira vai começar depois da colação de grau, você está equivocado! Sua carreira já começou! Há tempo, no estágio. Sua postura, seu  comprometimento, ética, técnica e contatos já estavam valendo.

2. Rede de encaminhamento: organizar essa rede e entender com quem você pode contar é um dos desafios mais substanciais nesse primeiro momento.

3. Tolerar a frustração: é preciso saber que nos primeiros anos a profissão é investimento, ou seja, você vai precisar seguir investindo no seu tratamento,  seguir estudando e buscando supervisão.

4. Lidar com a solidão: Enquanto estamos na faculdade há uma rede muito consistente de apoio ou de presenças,  embora isso não seja claro para muitos. Quando nos formamos, subitamente isso tudo acaba: acabam grupos de trabalho,  encontros no intervalo,  supervisão,  encontros com professores no corredor para tirar uma dúvida,  etc.
A partir de agora é um voo solo para o qual, teoricamente,  nós deveríamos preparados. Na prática nos tornarmos profissionais pode ser solitário, podendo deixar sentimentos ambivalentes como a sensação de que não vai conseguir, ou por outro lado, de onipotência.

Mas, afinal como lidar com tudo isso? Parece clichê _ e talvez, seja mesmo! _ você vai precisar achar a sua forma, mas há maneiras já comprovadas que funcionam bem, tais como: frequentar sociedades  ou associações; fazer grupos de estudos; fazer supervisão; fazer cursos de atualização; e, frequentar eventos da área.

Não é uma fórmula, mas já é um caminho!

O que preciso saber #6: RESOLUÇÃO 06/2019 – DOCUMENTOS Orientações aos jovens psicoterapeutas

Esse post é dedicado aos colegas psicólogos e psicólogas.

 

Orientação para profissionais (1)

Você conhece as resoluções do Conselho Federal de Psicologia? Há várias resoluções, as quais buscam esclarecer sobre questões éticas e práticas da profissão. Quero me deter aqui, na sequência do post anterior sobre Avaliação Psicológica, sobre a Resolução do Exercício Profissional que institui orientações para Elaboração de Documentos Escritos Produzidos por Psicólogas e Psicólogos, Resolução 06/2019.

 

Essas resoluções visam orientar uma escrita da classe para que dados fundamentais sejam considerados e respeitados. O padrão pode oferecer dificuldades e isso, certamente, porque há muitas formas de realizar uma avaliação psicológica. Entretanto, através da estrutura oferecida pelo Conselho é possível ter uma visão geral e, dependendo do tipo de documento, relativamente aprofundada do processo. Seguem alguns pontos que não podem ser desconsiderados:

  1. Artigos destacados da resolução:

Art. 4º O documento psicológico constitui instrumento de comunicação escrita resultante da prestação de serviço psicológico à pessoa, grupo ou instituição.

Art. 7º Na elaboração de documento psicológico, a(o) psicóloga(o) baseará suas informações na observância do Código de Ética Profissional do Psicólogo, além de outros dispositivos de Resoluções específicas.

Art. 8º Constituem modalidades de documentos psicológicos:

I – Declaração;

II – Atestado Psicológico;

III – Relatório;

a) Psicológico;
b) Multiprofissional;

IV – Laudo Psicológico;

V – Parecer Psicológico.

 

Trechos retirados da resolução 06/2019, do CFP, disponível:

https://atosoficiais.com.br/cfp/resolucao-do-exercicio-profissional-n-6-2019-institui-regras-para-a-elaboracao-de-documentos-escritos-produzidos-pela-o-psicologa-o-no-exercicio-profissional-e-revoga-a-resolucao-cfp-no-15-1996-a-resolucao-cfp-no-07-2003-e-a-resolucao-cfp-no-04-2019?origin=instituicao&q=006/2019.

  1. Em cada uma das modalidades, há na resolução a estrutura e o conteúdo que se espera do documento, então, em caso de dúvida, vale estudar em detalhes.
  2. Nessa resolução há a Modalidade Relatório, que não havia na anterior, e ainda, uma modalidade de Relatório Multiprofissional, a qual busca dar conta das comunicações por escrito para e por uma equipe. Esse documento é bastante interessante, uma vez que busca dar conta dos trabalhos multi e transdisciplinar, como são (ou deveriam ser!) as ações na saúde pública.
  3. Fundamental: O material que originou a avaliação deverá ser guardado por, no mínimo, 5 anos.
  4. O/A psicólogo/a deverá ter um registro de entrega dos documentos, um protocolo.
  5. Ainda, nessa resolução fica explicitada e Entrevista Devolutiva, tantas vezes negligenciada nos processos de avaliação: ou seja, a entrega do material deverá ocorrer em uma sessão devolutiva – considerando que os interessados ou solicitantes concordem.

Creio que esses pontos são os que mais me chamam a atenção e que queria compartilhar com vocês! Ajudou?

O que preciso saber #5: CONTRATO Orientações aos jovens psicoterapeutas

 

87459757_2772171106184638_3258120422188646400_nVamos falar um pouco mais sobre as combinações ou contrato no atendimento infantil, mais especificamente?

Quando o paciente é menor de idade, adolescente ou criança, a questão do contrato é um pouco diferente, uma vez que o paciente é dependente de um ou mais cuidador. Logo, o contrato, assim como outros pontos, é mais complexo pois envolve um número superior de sujeitos.

 

Vamos começar definindo o que é um contrato: Na área psi quando falamos de contrato estamos falando do acordo inicial para o trabalho entre o profissional e o paciente. Segundo um autor bastante tradicional, Etchegoyen (2004), “o propósito do contrato é defini concretamente as bases do trabalho que se vai realizar, de modo que ambas as partes tenham uma ideia clara dos objetivos, das expectativas e também das dificuldades a que as compromete o tratamento [….].” (p.49). Essa definição ajuda, embora, do meu ponto de vista, é bastante otimista: o contrato ajuda a minimizar expectativas e dificuldades, não as evita de maneira nenhuma – e, de acordo com minha experiência, frequentemente ambas precisam ser manejadas durante o curso do tratamento.

 

Posto o que é o contrato, como ele se realiza quando o paciente é um miúdo ou uma miúda?

As combinações sobre dia, horário e os objetivos do tratamento inicialmente serão feitas com os responsáveis pela criança, assim como a questão do valor da sessão. Esses pontos são os iniciais, há outros ainda que serão discutidos e acordados com os cuidadores: férias, por exemplo. Quero ressaltar um ponto: objetivos do tratamento, esse ponto será acordado com os pais uma vez que a avaliação da criança já tenha sido realizada e, com isso, será levado em alta conta as demandas do sujeito em questão: a criança.

Tão logo o paciente comece a frequentar as sessões, as mesmas combinações serão realizadas com ele – “as mesmas?”, pensou você. As mesmas, respondo. Entretanto, como venho falando nos meus textos, a linguagem deverá ser apropriada ao seu paciente e as informações serão colocadas para ele em momentos que o psicoterapeuta/analista julgar pertinente: ou seja, não devemos interromper uma associação livre (que é feita em forma diferenciada da do adulto) para colocar essas combinações. Ou seja, o miúdo ou a miúda deve estar a par de como o seu tratamento irá funcionar – agregando-se a isso, é primordial a combinação de sigilo com seu paciente.

E então, o texto ajudou?

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