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Psicologia

Mineiro de nós mesmos: As paredes nossas de cada dia

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Quantos muros erguemos em torno de nós mesmo sem ao menos notar?

E quantos outros erguemos propositadamente? Erguemos muros em torno para protegermos dos outros, das dores, de nós mesmos, do inevitável que são os acontecimentos que a vida e todas as interrupções que podem se apresentar.

Os muros erguidos, aos poucos se incorporam se tornando uma espécie de pele protetora, mas com que tijolos se constroem esses muros todos? O material desses muros, por vezes, pode ser mais traiçoeiro que esse suposto esconderijo forjado por cada um de nós.

As pessoas vão catando ali e aqui seus tijolos e aos poucos o som do que ecoa em volta pode chegar tão distorcido e parecer vir de tão longe que já não se consegue apreender o que é uma nova experiência. Não se entende mais o que acontece em volta: o muro ficou duro demais, alto demais, espeço demais.

O brutal é que muitas e muitas vezes, realmente não percebemos quão rápido estamos erguendo esses muros e vamos colando essas camadas que nos distanciam tanto de tudo e de todos. Os tijolos os quais podemos chamar apressadamente de indiferença, de intolerância, de desamparo tornam-se tão amalgamados que, quando tudo isso desmoronar, não fazemos ideia do que veremos: uma onda de calor? Uma desproporcional reação? Dor? Nada?

O que ficou por baixo de tudo isso?

Teremos que ser mineiros de nós mesmos em algum momento. Avante e para dentro, pessoal!

Grupo de Estudos sobre Técnica Psicanalítica Infantil

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A partir de Setembro começaremos um ciclo de estudos psicanalíticos no formato de Grupo de Estudos. A ideia é abrir espaço para discussão,  construção e revisão de conceitos importantes da teoria e prática psicanalítica.

Ressalto, o grupo de Técnica Psicanalítica de Crianças, o qual será coordenado por mim, nas segunda-feiras, as 13 horas.

Serão 10 encontros, de 1 hora de duração, começando dia 15/09.

O cronograma previsto para o grupo abarca desde questões históricas da psicoterapia psicanalítica infantil, prática clínica e casos.

O grupo tem como público-alvo estudantes de psicologia.

Confiram!

Onde está esse “melhor lugar”, se não é um lugar?

Inspirada pelos guardanapos – incríveis!! – do artista da séria “Eu me chamo Antônio” no qual diz – e desenha – dedico-me a escrever hoje um pouquinho sobre a frase “O melhor lugar do mundo nunca foi um lugar” (disponível na página do Facebook do autor e do Blog Conversa de Gente Miúda).

Quando o li imediatamente fui remetida a sensação do meu “lugar preferido” e ainda que um ou dois, no máximo, lugares surgissem na minha mente como esse lugar preferido, tal como um refúgio mesmo, entendi para o que o artista nos chama atenção: esse lugar, não é o lugar em si, mas toda a representação de um lugar preferido, o melhor, dentro de nós e colocamos onde estamos.

Isso vale para nossas casas, nossos refúgios, nossas vidas. Não se trata do local, mas do que construímos no decorrer da vida como “o lugar” e então, delicadamente vamos remontando nos ambientes que habitamos mais do que com nossos corpos, mas como nossas almas.

Esses lugares, melhores ainda em determinados momentos, remetem-nos a um estado de acolhimento de si mesmo – principalmente, quando somos já adultos – no qual, sermos o que somos é o mínimo, é simples, é aceitável na sua totalidade. Esse lugar, não é composto de concreto, nem de madeira, quiçá de qualquer outro material, é construído de nós mesmos – e de nossas experiências.

Por isso, o melhor lugar, não é um lugar, nem nunca será. O melhor lugar está – deveria estar, ao menos – dentro de nós, logo, acompanha-nos.

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Nossas crianças loucas: como isso é possível nos dias de hoje?

Diante do artigo “Como se fabricam crianças loucas”não consegui resistir ao apelo do título e mais, ao drama do seu conteúdo. Lendo-o senti o coração apertando na exata medida em que tentava – sim, só tentava porque não é possível conseguir de fato – imaginar o que foi vivido pelas crianças citadas no artigo e na dissertação que o originou: marcas indeléveis de sofrimento que acabaram por definir a identidade desses sujeitos em potencial.

Abaixo, um trechinho do texto que deve ser lido – nem que seja para nos desacomodar:

Flávia afirma: “As internações são motivadas por uma combinação complexa, que resulta numa situação de vulnerabilidade. A resposta da internação psiquiátrica, além de redutora de complexidade, é ela mesma produtora de maior sofrimento. A internação por ordem judicial revela uma concepção sobre a infância e a adolescência pautadas no medo e no perigo. Propõe uma resposta única a todas as situações, sem considerar diferenças, singularidades e contextos. Reduz crianças e adolescentes ao status de paciente psiquiátrico perigoso, produzindo sua cronificação”. É assim que se fabricam crianças loucas.”

 

Confiram todo o material nos links disponibilizados acima: as histórias de Raquel e José (sujeitos dessa trama infelizmente verídica) hoje se fazem ouvir – ou se fazem ler, no caso – e isso tem que nos ensinar alguma coisa.

O andador e suas polêmicas

Por que razão há tanta polêmica sobre este objeto, o andador?

Porque realmente é um objeto controverso e isso é um fato para muitas áreas da saúde, as quais trabalham com a infância e para os pais dos pequenos.

Algumas sociedades de profissionais não só assumem publicamente que são contra o andador, como também promovem campanhas ou ações contra o uso do mesmo. Dentistas, pediatras, fisioterapeutas e psicólogos em sua grande maioria representam essa parcela de profissionais que “votam” contra o uso do objeto.

O que tem o andador de negativo? Realmente há muitos fatores, como os casos de quedas importantes e situações como lesões e quebra de dentes, por exemplo. Psicologicamente, o andador pode acabar, inversamente ao que se pretende, não estimulando apropriadamente a aquisição da segurança na exploração do ambiente para a criança.

Proibir é uma opção como a Sociedade Brasileira de Pediatria solicitou a justiça? Possivelmente, pois se trata de um objeto com normas de segurança imprecisas e que comprovadamente geram lesões em crianças. Entretanto, ainda assim entendo que é importante pensar a serviço do que os pais e cuidadores fazem uso do andador e se, em como diversos exemplos no Brasil podem demonstrar diariamente, não ocorrerá de haver andadores “piratas” mais baratos, mais perigosos disponibilizados por aí!

Matéria na Revista Nex Day: Mil Histórias para Sonhar

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Nesse mês a Revista Nex Day publicou a matéria “Mil Histórias para Sonhar: No mundo de Faz de Conta” que aborda a questão das estórias infantis e contos por diversos pontos de vistas, incluindo o meu, como psicóloga infantil.

Na matéria aponto que os contos infantis possuem uma importância bem significativa para o desenvolvimento infantil, isso em função de os mesmos são equivalentes a “pontes” entre o mundo interno das crianças (fantasia e realidade interna) e o externo (pais e pessoas reais, situações reais de ansiedade e de desenvolvimento esperado).

Os contos ou fábulas podem ser entendidos como uma forma de acesso controlado e seguro, e ainda, possibilita a vazão de aspectos não toleráveis socialmente, como citado acima: “é o João e a Maria que mataram a bruxa num caldeirão de água fervente, não tem nada a ver comigo, embora ache muito legal a estória e queira a ouvir diversas vezes.”.

Ainda podemos dizer não é preciso haver uma “moral” explícita para que cause impacto sob a forma de registros na criança, isso porque estamos falando de conteú
dos predominantemente inconscientes.

A possibilidade de transitar por esse mundo de faz de conta diz do quanto a criança possui uma flexibilidade criativa, o que pode nos falar do seu potencial de saúde. Para crianças o “fazer de conta” deveria ser algo natural.  Aos poucos, com o amadurecimento e a inserção cada vez mais intensa nas questões relativas a idade adulta, as crianças vão descobrindo através de sua própria experiência e trocas com os pares, o que diz respeito a ordem da fantasia e o diz respeito a realidade. Logo, essa descoberta deveria ser algo natural, evitando quebra abruptas. Entretanto, podemos afirmar que há consenso entre os especia

lista que não existe fórmula para isso.

Confiram a matéria completa na Revista, na qual inclusive consta partes originais  do texto acima (Referência: Revista Nex Day, 9ª Ed. , ano 2013 ).

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Filhos: melhor não tê-los, mas se não os temos, como sabê-lo?

Já dizia o poeta:

“Filhos… Filhos?

Melhor não tê-los!

Mas se não os temos

Como sabê-lo?” (Vinícuis de Moraes)

 

 Embora ninguém possa desautorizar as palavras eternizadas do poeta, e muitos de nós concordemos com elas, já parece não ser consenso a necessidade aparentemente inerente do ser humano em ter filhos. Ainda, parece que a “necessidade” implícita na poesia também já não vigora mais com dominância suficiente para não ser ao menos questionada.

 

No jornal Zero Hora desse domingo (20 de outubro de 2013) em uma extensa reportagem mulheres, em sua maioria, mencionaram no texto seu não desejo pela maternidade e o que as levaram a esse posicionamento, aparentemente tão avesso ao que se espera de mulheres e casais maduros (em vários sentidos). Os argumentos são diversos, assim como as citações de estudos sobre a razão pela qual não ter filhos ou tê-los seria importante, bom ou ruim. O fato, aparente ao menos, é que esses sujeitos que optam por uma vida sem prole cresce e demanda mais espaço para essa nova forma de se constituir como família ou como forma de desejo autorizada socialmente.

 

Uma das colocações me chama especial atenção, referindo-me a um depoimento de uma mulher que optou por não ter filhos em sua relação, disse ela, mais ou menos nessas palavras: “Não há vazio a ser preenchido.” Essa frase me despertou atenção não somente por ser direcionada a ter ou não filhos, e o destino a que muitos desses filhos parecem destinados nas suas histórias familiares: sanar o vazio de existências incompletas. Chama-me a atenção de forma ampla: como nós, como sujeitos e sociedade, depositamos em um outro nossas expectativas de completar as nossas vidas, as quais, possivelmente, inadvertidamente, não conseguimos por nós mesmos. Isso vale para filhos, maridos, esposas, parceiros, amigos, amigas, parentes.

 

Ao contrário de uma postura narcísica, na qual através de um egocentrismo tortuoso, o sujeito se basta, pensei na perspectiva do sujeito não prescindir do outro necessariamente, mas não utiliza-los para tamponar buracos cavados somente a duas mãos, na maior parte dos casos. Não se trata de preencher vazios, trata-se de abrir novos espaços. Quando se quer colocar alguém em algum lugar vazio, é porque já havia espaço predestinado. Se há esse espaço, há uma configuração à espera. Com ela a expectativa inerente e a frustração logo adiante. Preencher vazios é como oferecer o já usado, o que sobrou, o já instalado, o lugar empoeirado. Construir espaços me parece diferente, mais próximo do que os sujeitos podem ser uns em relação aos outros, mais genuíno, onde até a poeira é diferente: porque ela surge da ação, não do vazio.

Dia das Crianças

Nesse dia das crianças o Blog Conversa de Gente Miúda deseja um super feliz dia das crianças!!
Lembrando que, criança deve ser criança, tanto nos direitos quanto espaços, e adultos devem fazer o devido contraponto, sendo genuinamente, adultos!

Feliz dia das crianças para todos!!

Filmes: Variações sobre o mesmo tema!

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Nesse final de semana assisti a dois filmes: O lado bom da vida e Terapia de Risco. Embora ambos tragam em seus contextos questões vinculadas a doença, saúde mental, medicações e relacionamentos, a proposta de ambos é distinta, mas não menos interessante, tanto um quanto outro.

O primeiro, no estilo dramédia, tangencia a medida da delicadeza e da angústia que é presenciar a retoma do curso da vida após situações intensas de sofrimento. Já no segundo filme, estilo suspense, é posto para o expectador a justa expectativa de compreender quem é o vilão – a indústria farmacêutica? – e quem é o mocinho – o psiquiatra?.

Confiram!

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