Quantos muros erguemos em torno de nós mesmo sem ao menos notar?
E quantos outros erguemos propositadamente? Erguemos muros em torno para protegermos dos outros, das dores, de nós mesmos, do inevitável que são os acontecimentos que a vida e todas as interrupções que podem se apresentar.
Os muros erguidos, aos poucos se incorporam se tornando uma espécie de pele protetora, mas com que tijolos se constroem esses muros todos? O material desses muros, por vezes, pode ser mais traiçoeiro que esse suposto esconderijo forjado por cada um de nós.
As pessoas vão catando ali e aqui seus tijolos e aos poucos o som do que ecoa em volta pode chegar tão distorcido e parecer vir de tão longe que já não se consegue apreender o que é uma nova experiência. Não se entende mais o que acontece em volta: o muro ficou duro demais, alto demais, espeço demais.
O brutal é que muitas e muitas vezes, realmente não percebemos quão rápido estamos erguendo esses muros e vamos colando essas camadas que nos distanciam tanto de tudo e de todos. Os tijolos os quais podemos chamar apressadamente de indiferença, de intolerância, de desamparo tornam-se tão amalgamados que, quando tudo isso desmoronar, não fazemos ideia do que veremos: uma onda de calor? Uma desproporcional reação? Dor? Nada?
O que ficou por baixo de tudo isso?
Teremos que ser mineiros de nós mesmos em algum momento. Avante e para dentro, pessoal!