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Psicologia

Agosto: Mês da Psicologia

O mês de agosto é um mês importante para a Psicologia: nele se comemora o dia do/a Psicólogo/a. É, em verdade, mais que comemoração, é lembrar, promover reflexão e conquistar espaços nos quais a ação do/a psicólogo/a é fundamental.

Trabalhar com psicologia é assumir diariamente o comprometimento com a ética e a coerência técnica. Ser Psicólogo/a não é dar conselhos, orientar para que a decisão de alguém se torne mais fácil, ou ainda, adivinhar o que acontece em alguma situação. E muito menos, nossa profissão pode ser desvalorizada como meramente uma escuta qualquer – podemos ver isso em alguns discursos e, inclusive, em propagandas, as quais defenderam ERRONEAMENTE a ideia que você pode viajar ou conversar com o motorista do carro ao invés de fazer uma (BOA) psicoterapia.

Nosso trabalho é sério. É intenso. É discreto. E, lindo, criativo, vivo!

Psicologia é um fazer diário. É uma escolha sistemática e profunda, porque exigirá muito de quem a faz. A Psicologia faz diferença na vida de quem a escolhe tanto pela via da profissão, quanto pela vida da intervenção.

Dia 27 de agosto é dia do/a Psicólogo/a! É o meu dia!

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Tempos: Um novo tempo para uma nova vida

A vida se divide em um antes e um depois: antes do bebê, depois dele. O tempo que conhecemos antes da chegada do bebê, do filho, não é mais o mesmo. Ele muda radicalmente, e não em um sentido metafórico: muda radicalmente e isso pode ser percebido na rotina e na narrativa das memórias.

Entre mamadas, arrotos, banho, trocas de fraldas, algumas escapadas para uma cochilada e tudo novamente. E o dia acaba. Paradoxalmente, passa rápido e lento: a sensação de uma intensidade é marcante nessa relação – muitas sensações perpassam o que pode ser descrito como “um dia comum”. Passa rápido, transcorre lento, simultaneamente.

A figura da mãe imersa, especialmente nesses primeiros dias de vida do bebê, percebe que sua vida não é mais a mesma, não quer que seja mais a mesma, mas vai se chocar quando sair desse tempo singular que marca sua relação com seu bebê e tiver que se (re)introduzir no tempo comum: um tempo de atropelo, um tempo em que as sutilezas muitas vezes não podem ser percebidas – tão diferente do tempo com o seu bebê nesses momentos iniciais.

Não entendemos como esses tempos se conciliarão, mas de fato, alinham-se: vemos isso diariamente. E pergunto, o que pode ser mais gentil do que abrir mão do tempo comum para deixar-se viver no tempo de alguém que ainda sequer entende que existe como sujeito?

Ao Artur, à minha irmã e ao meu cunhado, com todo amor!

Para não ter erro… ou muitos erros! #Dicas para o dia nascer feliz!

Sair de casa no horário, é:

  1. Improvável
  2. Impossível
  3. Um sonho
  4. Todas as alternativas acima

Sair de casa no horário com as crianças sempre é um desafio, pelo menos para a maioria dos pais. São muitas variáveis envolvidas em uma rotina atribulada e, muitas vezes, cansativa. Vou deixar umas dicas bem básicas e práticas – e óbvias – mas, que podem ajudar um pouquinho! Veja se te ajudam

I. Mochila: arrumar a mochila é um ponto, lembrar-se de leva-la junto é outro – então, quando arrumar a mochila para o dia seguinte com o seu miúdo já a deixe ao lado da porta por onde habitualmente saem pela manhã. Isso vai ajudar a visualizar e diminui a chance de ter que voltar

II. Lanche: o lanche entra na lógica da mochila. Algumas escolas possuem seus próprios cardápios, mas se você não conta com isso, mesma coisa – antes ainda da mochila na porta, separe o que a criança levará para escola, coloque tudo dentro de um pote para deixar tudo junto e mais fácil do miúdo localizar na hora de comer. Depois, direto para mochila, que vai ficar na porta pronta

III. Escolher roupa: Deixar a roupa escolhida para a manhã seguinte também é outra coisa que ajuda bastante, mesmo que seja o uniforme. Enquanto o/a pequeno/a escova os dentes e faz o último xixi, você pode deixar a roupinha separada – claro que, dependendo da relação de vocês, após a escolha pode haver um debate sobre o “modelito”, mas isso faz parte da graça toda

IV. Visita ao banheiro: é um clássico essa “visitinha” e realmente ajuda porque evita (pode! Nada é garantido nessa vida!) o/a miúdo/a de acordar a noite para ir ao banheiro. Noite com sono melhor! Lembrando: horas antes de dormir a ingesta de líquidos deve diminuir – isso se aplica a todas idades, aliás!!

V. O óbvio precisa ser dito: Se o/a miúdo/a precisa acordar cedo para ir para escola, precisa dormir cedo – é fato, lamento. Aí a rotina pode ajudar vocês todos com isso e se naturalizar o dormir mais “cedinho”. O que é mais cedinho? Certamente será antes que você e que conte, no mínimo, com 8* boas horas de sono. (*Esse número depende muito da idade do/a miúdo/a.)

Tudo isso – eu posso ouvir! – requer mais um tempinho seu e você não tem esse tempo. “Quisera que o dia tivesse 30 horas ou mais!” Eu sei, eu sei – também já desejei isso. Mas, pergunto: Se o dia pudesse ter mais horas, você não as preencheria igualmente e o desejo de mais perpetuaria? Pense nisso.

Parece, em várias circunstâncias, que não se trata de mais tempo, mas usar seu tempo com o que importa – e essa é outra questão: O que importa de verdade? Então, lanche, mochila, pijama, xixi antes de deitar, boa noite e todos esses detalhes que fazem a vida ser como ela é ao lado desse miudinho, deveriam “ocupar” o seu tempo, sim. Se isso é o que importa, claro. 😉

Empatia: Estar próximo, mas afastado

“Eu já passei por isso que você está passando, te entendo perfeitamente!”

Quem ainda não escutou essa frase? Quem já não disse essa frase?

Sem dúvida, na grande parte dos casos, é uma tentativa empática, entretanto, se prestarmos atenção nela perceberemos que não se trata de empatia. Trata-se de contar uma história sobre você, ainda que em pedaços, ainda que indiretamente. Escutar o outro é extremamente difícil. Lembro de um trecho do livro A Casa das Estrelas, no qual vários conceitos são apresentados pela ótica das crianças, e um deles é sobre o que é ser adulto – para um dos pequenos adulto é, aquele que primeiramente fala dele mesmo. Genial, triste e brutalmente real.

Empatia não passa necessariamente por ter vivido uma experiência equivalente – ou igual – a do outro para assim, poder entender a dor pela qual quem fala passa. Isso é de outra ordem, definitivamente não é empatia.

Empatia não depende de você ter vivido algo, sofrido por alguém, ter traumas semelhantes, ser do mesmo gênero ou mesma idade. A sua experiência não garante que você realmente consiga escutar e se colocar no lugar do outro. Ser empático, sim.

Empatia diz respeito a uma possibilidade de se desprender do que dói em você – ou do que te alegra – para sentir uma dor que, talvez, você nunca a tenha sentido e, mesmo assim, sentir tão profundamente como SE sua. Entretanto, ironicamente, você nunca vem em primeiro lugar: quem é escutado é a quem se acolhe com a simplicidade de se conceder genuinamente ouvidos e alma.

Empatia é um abraço que não precisa dos braços, precisa,em verdade, que você se afaste de você mesmo para dar espaço para o outro.

Antes da cor da minha boneca

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No ano anterior escrevi no BLOG sobre brincar de boneca, motivada especialmente por uma reportagem que falava do quanto brincar de boneca é importante para as crianças.

Esse brincar envolve um processo de identificação muito complexo e fundamental para o desenvolvimento psíquico do miúdo. A identificação é um dos mecanismos de defesa que os indivíduos (saudáveis, inclusive) utilizam e o qual serve como importante ferramenta para a constituição da identidade. Semana passada uma miúda chama atenção da mídia quando escolhe uma boneca negra para ganhar de sua mãe. A questão toda foi o impacto que essa escolha causou na vendedora da loja que não entendia a razão pela qual uma menina branca escolhia uma boneca negra. Ver reportagem: http://www.geledes.org.br/essa-boneca-nao-parece-com-voce-resposta-de-garota-de-2-anos-vendedora-e-fabulosa/

Sophia, a menina com sua boneca, deu uma aula sobre processos de identificação: a cor da boneca não era um fator para ela, antes disso (e mais importante que isso!) o que a chama e cola nela era o que a boneca representava: uma boneca bem sucedida e bonita. É claro que esses estereótipos também podem ser questionados, nada mais justo. Contudo, há de se convir que é um grande passo para uma miúda e para uma sociedade marcada historicamente pela escravidão e preconceito racial.

O fato de Sophia conseguir enxergar além do óbvio e da superfície que é a pele – dentro de uma sociedade que parece relutar para abrir mão de uma cultura de exclusão – pode nos indicar que há uma geração apontando com novas estruturas identificatória. Será bom? Será ruim? Será diferente? Só o tempo, como sempre, conseguirá dar conta desses questionamentos, mas dá uma certa esperança, não dá? 😉

Nós vamos desbotando? Estou pensando sobre isso…

Há poucos dias um colega me falou sobre esse curta de animação. Não sei exatamente o que pensar sobre ele, vou descrever muito brevemente o que percebo num primeiro momento: um colorido que invade, representado na vida de um miúdo, suficientemente intenso para contagiar e colorir o pai, já tão desbotado. Somos esse pai desbotado e “desbotante”? Como manter o colorido? O que nos desbota todos os dias? Quais cores deixam de nos habitar? Crescer é desbotar?

Veja Alike e me ajude a pensar sobre isso!

 

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