Não dá para deixar de registrar que a Feira do Livro de Porto Alegre começa hoje! E tem tantos lançamentos e eventos que fica difícil até mesmo escolher.
Minha aquisições potenciais estão voltadas para a jornalista e escritora Eliane Brum. Acompanhando suas colunas com frequência, deleitando-me com a forma acurada de escrever sobre fenômenos tão complexos e recentemente incentivada por alguns amigos , Eliane está em primeiro lugar da minha lista!
Vejam minhas (ótimas!!) intenções para essa feira:
# Uma Duas, Eliane Brum
#A menina quebrada, Eliane Brum
# Meus desacontecimentos, Eliane Brum
E você, quem está no topo da lista?
Falar e pensar sobre Psicopatologia Infantil sempre é um desafio importante e que deve ser respeitado devido a sua complexidade. Já falei desse tema no Blog, no post Psicopatologia Infantil: entre a saúde e a adaptação, dentre outros que fazem menção ao tema. Entretanto, podemos afirmar que o tema não se esgota.
O que é Psicopatologia hoje?
Como mensurar os sintomas?
Como pensar em doença em um sujeito em desenvolvimento?
Podemos tomar Psicopatologia e Sofrimento como equivalentes?
Todas essas são questões que frequentemente me fazem repensar o que entendo por Psicopatologia Infantil, especialmente quando trabalhamos com quadros sintomáticos os quais expressam indicam um determinado diagnóstico. Do ponto de vista psicanalítico winnicottiano a psicopatologia é compreendida de uma perspectiva bem específica: alguns quadros entendidos na área da psicologia e da psiquiatria tipicamente como quadros diagnósticos de doença, não o são necessariamente. Isto é, são compreendidos como uma possibilidade de organização e funcionamento do sujeito o qual está em estreita relação com o seu entorno.
A noção de saúde na perspectiva winnicottiana é, para mim, ainda mais interessante: a possibilidade do sujeito construir uma noção única e integrada de self, instalar sua psique no soma, e assim, ter uma experiência de estar vivo e criativo nesse curso.
Para pensar em algumas dessas coisa organizei um Grupo de Estudos A Psicopatologia na Infância: As faces do sofrimento infantil .
Abaixo seguem algumas informações sobre o Grupo, o qual ocorrerá na cidade de Porto Alegre. Confira e entre em contato!
O Consultoriando começou a pensar, propor e trabalhar ainda nesse ano de 2016. A ideia é simples: construir um espaço – afetivo, inclusive – no qual se possa pensar a Psicologia, aprender sobre ela e desenvolver-se (através de supervisão, por exemplo).
Faça um contato pelo e-mail bmalgarim@yahoo.com.br para esclarecer alguma dúvida sobre nossa proposta!
Pessoal,
Não esquece de clicar e olhar EVENTOS INTERESSANTES – na coluna da direita no Blog, SITES.
Sempre que surge algum evento bem bacana eu registro lá! E tem um que não podemos perder!!
😉
Nessa última sexta-feira, 23 de outubro, no Baden Café em Porto Alegre (RS) lançamos nosso livro “Pais e Filhos Separados Alienação Parental e Denunciação Caluniosa”!!
Confira na timeline do facebook algumas fotos e comentários sobre o lançamento:
https://www.facebook.com/conversadegentemiuda
Em breve mais comentários sobre o livro, além de uma resenha!
Informações sobre aquisição do material podem ser encontradas através da editora Criação Humana.
Em síntese: Muito feliz e satisfeita, torcendo que o livro possa ser discutido e melhorado com a apreciação de amigos, colegas e interessados!!
(Luiza Godoi, Fernanda Zasso e Bibiana Malgarim)
Queria registrar sobre a Jornada do Ceapia desse ano a qual foi muito boa!
Com o tema As Exigências da Infância abordou desde questões escolares, relações parentais, tecnologia e a técnica psicoterápica, todas articuladas com o tema central. As falas das convidadas foram ótimas e destaco a primeira mesa de sábado, Discussão Clínica na qual foi apresentado um caso e discutido por duas psicólogas e psicanalistas, uma delícia de acompanhar!
Os Temas Livres, apresentação de trabalhos, também sempre é um ponto a ser destacado: valeu muito a pena, tanto em participar como poder escutar o trabalho dos colegas. Nesse ano, pude participar pela primeira vez como comentarista, atividade a ser realizada logo após a apresentação.
O tema que contemplamos foi a respeito da adolescência e suas inquietações esperadas ou não, perpassando pela discussão do corpo nessa fase, alienação e transgeracionalidade.
Abaixo, alguns pontos que escrevi e apresentei sobre o tema:
Autores defendem perspectivas diferenciadas sobre quando a adolescência começou: é um fenômeno pós guerra? Sempre existiu? Exemplo dessas discordâncias podem ser vistas nos textos de Calligaris, Levisnki e Jeammet, Corcos, por exemplo.
Demandas diferentes, intensas ou não, abusivas ou omissas, atuações ou o pensar em marcha, tudo isso incide sobre o corpo adolescente que se produz numa espécie de novo nascimento – contudo, um nascimento que parte de uma história com muitos capítulos, muitas vivências, muitos desejos interpostos. Além do corpo, há concomitantemente o processo identitário e alienante que também se encontram em cena. Com isso em mente, a música de Nando Reis me veio a mente, A Letra A:
“A letra A do seu nome
Abre essa porta e entra
Na mesma casa onde eu moro
Na mesa que me alimenta
A telha esquenta e cobre
Quando de noite ela deita
A gente pensa que escolhe
Se a gente não sabe inventa
A gente só não inventa a dor
A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor”
Sobre o nome, entre em sua casa, pensa que escolhe? Justamente, introduziu-se para mim essas questões da alienação do adolescente, da relação com mãe-pai, da trasgeracionalidade.
Pergunto-me: rompe-se com as identificações alienantes? Trata-se de um desejo em relação a isso? Ou ainda, busca-se outras novas possibilidades de alienação? Vive-se sem alienar-se? Essas questões parecem-me que poderão ser desenvolvidas e elaboradas num processo esperado ou saudável de adolescer, uma vez que com a maturidade o sujeito percebe-se num axioma complexo de relações, necessárias e vitais, nas quais pode-se graus distintos de alienação emergem, sem necessariamente engolfar tudo o que há de ter de genuíno em um sujeito.
Constituir-se como sujeito diferenciado nessa etapa da vida é um processo muito difícil e delicado: é um jogar-se no vazio sabendo que há pessoas relevantes a lhe segurar e lhe trazer de volta – os pais, no caso. É um ir e vir, buscando a si de forma incessantemente inédita, entretanto , a delicadeza cabe exatamente que esse inédito é só uma forma de dizer, porque não é de todo, nunca será, não pode ser. Contudo, nesse momento de vida precisa ser vivido como tal.
Sem esquecer, claro, que a sensação do inédito está seguramente velada pelos olhos atentos das figuras de cuidado, as quais conseguem se afastar e se aproximar, tal como uma rede elástica de segurança que contém o corpo em queda. Essa rede de segurança – a qual não aprisiona, nem larga – em um desenvolvimento esperado vai se costurando e se adaptando naturalmente, quando isso não é possível devido a dificuldades na relação parental, talvez o processo psicoterapêutico seja o ambiente para essa confecção, a quatro mãos – ou seis, ou oito, se a mãe e o pai puder / quiser – amplificando as possibilidades e recursos psíquicos.
Parabéns a Comissão Organizadora e até ano que vem!
Dia 07 de Novembro (2014) estarei em uma mesa redonda na Semana Acadêmica da UNISINOS dos cursos de Saúde na sede Porto Alegre. Nesse momento, em diálogo com uma nutricionista e um pediatra, poderemos discutir algumas ideias sobre questões alimentares na infância e suas implicações para o desenvolvimento infantil.
Afinal, comer também é um ato de afeto.
Como dica de documentário sobre o assunto infância e questões alimentares indico o “Muito Além do Peso”, cuja referência já constava no Blog desde o ano passado! Segue o link:
Dica de vídeo: Muito Além do Peso
Vale a pena conferir!