Hoje foi um dia importante, ou, marcante: as pessoas incumbidas de cuidar de Bernardo foram acusadas e defendidas no curso da semana e finalmente, a sentença foi divulgada. Condenados. Todos os 4 envolvidos. Condenados pelo assassinato de Bernardo. É interessante – e divido isso com vocês – que, mesmo diante do que se pode chamar de justiça (considerando tudo o que foi apresentado nesse julgamento, além das minhas impressões pessoais, claro) não há nenhum tipo de felicidade ou comemoração possível para esse momento.
Não há espaço para felicidade quando a violência impera.
E a violência imperou, por muitos anos, na vida desse Bernardo: violências diversas, com caras diversas, sutilezas e atos mortais. Bernardo, infelizmente, experimentou diversas facetas da violência.
Só consigo pensar, nesse momento, que o caso de Bernardo encarna em si tantas outras crianças que sofrem cotidianamente violências impensáveis. Tantos miúdos e miúdas que não terão, como Bernardo, nenhuma chance. Há ainda os que talvez tenham um pouco mais de “sorte” (dá para falar em sorte? Não tenho certeza!): vítimas de violências – psicológica, física, sexual – ainda terão suas vidas preservadas e, quem sabe, alguém que efetivamente possa produzir marcas de cuidado na sua experiência ainda infantil.
Quantos Bernardos temos por aí diariamente?
Quanta justiça precisaria ser feita, sem que nos sentimos minimamente felizes, uma vez que uma criança foi brutalmente assassinada e não há retorno nisso?