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Bibiana Malgarim

E como ficam aS famíliaS, minha gente?

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(Fonte: https://www.facebook.com/tirasarmandinho?fref=photo )

Hoje descobrimos que família é uma só: mãe, pai e filho(s).

A família passa a ter um único formato: uma forma mesmo, como uma forma de pão, uma forma industrial.

O perigo de se desconsiderar de forma tão violenta todas as outras possibilidades de composição familiar é tão grande e parece tão evidente que fica difícil de compreender como os nossos políticos pensam que essa posição representa o povo. E eis outra questão então ainda mais complexa: e se representa o povo realmente, as pessoas em sua maioria concordam com essa perspectiva também? É isso mesmo?

Então famílias monoparentais, famílias homoafetivas, famílias sem filhos, com filhos não biológicos, famílias de avós e netos, onde encontrarão seu espaço de reconhecimento?

Essa noção de família apresentada hoje pelos deputados é tão violenta quanto um acidente de fato, pois atropela qualquer outra possibilidade de laços afetivos. Fere o direito de escolha, fere o afeto.

Página no Facebook

O BLOG Conversa de Gente Miúda tem página no Facebook. Nela algumas divulgações de eventos interessantes, alguns comentários e notícias rápidas! Além, da nova foto de capa que é um luxo: As gravuras que compõem um livro no  são bordadas, ao invés de desenhadas!

A foto que ilustra a foto da capa do Facebook é um bordado da avó com  os netos fazendo bolhas de sabão.

Qual criança resite a bolhas de sabão?

Dá uma espiada na foto:

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As Exigências da Infância, Jornada Anual do Ceapia

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Queria registrar sobre a Jornada do Ceapia desse ano a qual foi muito boa!
Com o tema As Exigências da Infância abordou desde questões escolares, relações parentais, tecnologia e a técnica psicoterápica, todas articuladas com o tema central. As falas das convidadas foram ótimas e destaco a primeira mesa de sábado, Discussão Clínica na qual foi apresentado um caso e discutido por duas psicólogas e psicanalistas, uma delícia de acompanhar!

Os Temas Livres, apresentação de trabalhos, também sempre é um ponto a ser destacado: valeu muito a pena, tanto em participar como poder escutar o trabalho dos colegas. Nesse ano, pude participar pela primeira vez como comentarista, atividade a ser realizada logo após a apresentação.

O tema que contemplamos foi a respeito da adolescência e suas inquietações esperadas ou não, perpassando pela discussão do corpo nessa fase, alienação e transgeracionalidade.

Abaixo, alguns pontos que escrevi e apresentei sobre o tema:

Autores defendem perspectivas diferenciadas sobre quando a adolescência começou: é um fenômeno pós guerra? Sempre existiu? Exemplo dessas discordâncias podem ser vistas nos textos de Calligaris, Levisnki e Jeammet, Corcos, por exemplo.

Demandas diferentes, intensas ou não, abusivas ou omissas, atuações ou o pensar em marcha, tudo isso incide sobre o  corpo adolescente que se produz numa espécie de novo nascimento – contudo, um nascimento que parte de uma história com muitos capítulos, muitas vivências, muitos desejos interpostos. Além do corpo, há concomitantemente o processo identitário e alienante que também se encontram em cena. Com isso em mente, a música de Nando Reis me veio a mente, A Letra A:

“A letra A do seu nome
Abre essa porta e entra
Na mesma casa onde eu moro
Na mesa que me alimenta

A telha esquenta e cobre
Quando de noite ela deita
A gente pensa que escolhe
Se a gente não sabe inventa
A gente só não inventa a dor
A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor”

Sobre o nome, entre em sua casa, pensa que escolhe? Justamente, introduziu-se para mim essas questões da alienação do adolescente, da relação com mãe-pai, da trasgeracionalidade.
Pergunto-me: rompe-se com as identificações alienantes? Trata-se de um desejo em relação a isso? Ou ainda, busca-se outras novas possibilidades de alienação? Vive-se sem alienar-se? Essas questões parecem-me que poderão ser desenvolvidas e elaboradas num processo esperado ou saudável de adolescer, uma vez que com a maturidade o sujeito percebe-se num axioma complexo de relações, necessárias e vitais, nas quais pode-se graus distintos de alienação emergem, sem necessariamente engolfar tudo o que há de ter de genuíno em um sujeito.

Constituir-se como sujeito diferenciado nessa etapa da vida é um processo muito difícil e delicado: é um jogar-se no vazio sabendo que há pessoas relevantes a lhe segurar e lhe trazer de volta – os pais, no caso. É um ir e vir, buscando a si de forma incessantemente inédita, entretanto , a delicadeza cabe exatamente que esse inédito é só uma forma de dizer, porque não é de todo, nunca será, não pode ser. Contudo, nesse momento de vida precisa ser vivido como tal.

Sem esquecer, claro, que a sensação do inédito está seguramente velada pelos olhos atentos das figuras de cuidado, as quais conseguem se afastar e se aproximar, tal como uma rede elástica de segurança que contém o corpo em queda. Essa rede de segurança – a qual não aprisiona, nem larga – em um desenvolvimento esperado vai se costurando e se adaptando naturalmente, quando isso não é possível devido a dificuldades na relação parental, talvez o processo psicoterapêutico seja o ambiente para essa confecção, a quatro mãos – ou seis, ou oito, se a mãe e o pai puder / quiser – amplificando as possibilidades e recursos psíquicos.

Parabéns a Comissão Organizadora e até ano que vem!

Os recomeços nossos de cada dia!

Em vários momentos da nossa experiência – na verdade, todos os dias de todas as semanas de todos os meses dos anos em que a vida se desenrola –  os recomeços são constantes. Quando grande, abruptos ou inesperados, geram estupefação, desacomodação e promovem uma sensação de acontecimento importante, um verdeiro recomeço, bom ou nem tão bom assim, mas um novo caminho do mesmo ponto de partida.

Quando pequenos os recomeços, esses acabam passando até meio desapercebidos. As vezes por serem insípidos, de fato, as vezes por estarem tão entrelaçados ao curso dos dias que realmente não sentimos nem o solavanco o qual logo nos faz acomodarmos em nossos lugares. Para mim, parece indiscutível que os nossos recomeços existem e que sempre promovem algo em nós, mais ou menos, grande ou pequeno, cheio de sabores ou amargos, eles não deixam de acontecer porque não os percebemos, ou ainda, nos paralisamos frente a eles.

Hoje, para mim que tenho meu começo de semestre letivo, o meu recomeço faz com que eu sinta a vontade de estar nele, vivê-lo porque a experiência, grande ou pequena – nunca sabemos! – é válida por existir!!

Nessa “good vibe” (re)começo também com livro novo, vamos ver o que guarda essa leitura!!

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Revista Rabisco “Agressões”: Artigo “saindo do forno”

Sempre que falamos sobre Abuso Sexual Infantil algo se desacomoda em nós. E por mais que falemos sobre o tema, sempre fica o que ser dito, pensado, escrito e trabalhado.

Em minha mais recente parceria, com a quase psicóloga Maria Elisabete P. dos Santos e a psicóloga e psicanalista Evelise Waschburger, uma nova publicação cheia de carinho pôde surgir, abordando esse difícil tema sob uma perspetiva cada vez mais especial para mim, a perspectiva winnicottiana.

Na nova edição da Revista Rabisco, intitulada Agressão, você poderá conferir o artigo “Impactos do Abuso Sexual no Desenvolvimento Infantil: Reflexões á Luz da Teoria Winnicottiana”.

Que as leituras sempre nos ampliem e nos inspirem para um trabalho cada vez mais comprometido e criativo!

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Dia Internacional do Brincar

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No dia Internacional do Brincar o Blog Conversa de Gente Miúda não podia deixar de registrar o quanto acredita na potencialidade dessa atividade predominantemente infantil.

Sempre desejo que as infâncias de todos os tipos, de todas as culturas, possam ser repletadas de brincadeiras, pois são elas que estão na base da constituição do que somos hoje como adultos.

No Blog você pode achar vários posts que relacionam o tema ou falam dele diretamente.

Seguem dois links já publicados, mas sempre atuais!

É brincando que a gente se entende!

O Brincar e o Desenvolvimento Infantil

Boa brincadeira!!

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(Fotos retiradas da Internet)

Por que uma criança faz psicoterapia?

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Já a bastante tempo que psicólogos trabalham com crianças em psicoterapia, espaço esse que foi destinado aos adultos por excelência. Contudo, a infância sempre esteve presente, em especial porque ela era trazida por suas memórias, marcas e experiências todas as quais dizem do adulto que somos hoje.

Nesse sentido, em geral, é possível perceber que pensar em um adulto fazendo psicoterapia é algo que parece já assentado para o público em geral, contudo esse raciocínio parece não se aplicar às crianças de uma maneira tão natural. Por que uma criança precisaria de psicoterapia? Não é nessa fase da vida que somos mais felizes e, portanto, estamos bem?

Nem sempre, seria uma possível resposta, embora vaga. Ou ainda, na verdade isso não é a regra. A infância é ainda uma fase de desenvolvimento extremamente idealizada, na qual de fato, fantasia-se uma séria de aventuras repletas de felicidade incomensurável, prazeres e falta de compromissos – o sonho para muitos adultos. Contudo, não se trata disso em absoluto.

A infância é um momento muito intenso para o desenvolvimento dos sujeitos e com isso, há muito trabalho a ser feito. Cada descoberta, cada aquisição, cada momento pode ser muito extenuante, exigente e, em algumas situações, longe de remeter a um estado de felicidade transcendente. Nós, adultos, esquecemos, mas aprender a andar, por exemplo, é um desafio físico e psíquico imenso, envolve tantas variáveis emocionais tão sutis – e espontâneas – que muitas vezes passam desapercebidas a “olho nu”.  Passar usar um garfo ao invés de uma colher na refeição? Básico? Acredite, nem tanto!

Até agora, pontuei algumas questões mais específicas do desenvolvimento esperado, mas é quando essas questões encontram “barreiras” a sua franca expansão, agregando-se outras dificuldades daquele pequeno sujeito e de seu entorno, que a situação pode complicar.

Já adianto: Não há fórmula pré-determinada para indicar psicoterapia para uma criança – como não há fórmula alguma para a psicanálise (infantil ou adulta) quando pensamos nas articulações subjetivas possíveis. Contudo, penso que conseguir olhar de forma mais atenta ao que se passa com os pequenos pode ser um bom começo, buscando escapar das idealizações que se acabam por se tornar amarras, ou ainda, do receio de se cair na trágica culpabilização parental.

Acima, falei que muitas coisas passam desapercebidas a “olho nu”: é necessário relativizar nesse ponto! Na verdade, para pensarmos se nossos pequenos precisam ou não de psicoterapia, seria interessante desnudar-se de ideias pré-concebidas sobre a infância, e permitir-se perceber que não precisa ter tamanho, ou idade, para que o sofrimento se apresente de maneira importante. Acredite ou não, sofrimento não é proporcional a tamanho ou idade. Poder lembrar ou perceber isso seria um passo importante. Lógico? Acredite novamente, passa longe de ser fácil!

Ensinar a “falhar”? É possível falar dessa palavra?

O psicanalista Jean-Pierre Lebrun, autor de diversos livros na área da psicanálise (“Um mundo sem limites”, por exemplo), discorre em uma entrevista sobre a relação dos pais com seus filhos e o título da entrevista chama a atenção justamente para a questão inerente a todos os humanos: falhamos.

A reportagem em questão “Ensinem os filhos a falhar”, feita por Ronaldo Soares, apresenta várias questões propostas ao psicanalista e explanadas por esse último. Duas questões, cito aqui em especial, são colocadas e articulando as respostas dadas a elas emerge o que dá título a entrevista: “Por que os pais hoje têm tanta dificuldade de controlar seus filhos?” e “Existe uma fórmula para evitar que os filhos sigam por um caminho errado?“,  é nessa última que Lebrun afirma:

É preciso ensiná-los a falhar. Uma coisa certa na vida é que as crianças vão falhar, não há como ser diferente. Quando os pais, a família e a sociedade dizem o tempo todo que é preciso conseguir, conseguir, conseguir, massacram os filhos. É inescapável errar. Todo mundo, em algum momento, vai passar por isso. Aprender a lidar com o fracasso evita que ele se torne algo destrutivo. Às vezes é preciso lembrar coisas muito simples que as pessoas parecem ter esquecido completamente. Estamos como que dopados. Os pais sabem que as crianças não ficarão com eles a vida inteira, que não vão conseguir tudo o que sonharam, que vão estabelecer ligações sociais e afetivas que, por vezes, lhes farão mal, mas tentam agir como se não soubessem disso. Hoje os filhos se tornaram um indicador do sucesso dos pais. Isso é perigoso, porque cada um tem a sua vida. Não é justo que, além de carregarem o peso das próprias dificuldades, os filhos também tenham de suportar a angústia de falhar em relação à expectativa depositada neles.”

O estudioso aponta sobre um ponto muito interessante o qual fala dessa condição humana a qual inclui errar e falhar, e essas experiências tomadas como algo inevitável e não negativo para o desenvolvimento, visto que permitem um contato profundo com as experiências totais da vida – internas e externas. Lebrun afirma também que os filhos se tornam indicadores do sucesso dos pais, logo, penso que apostar em filhos infalíveis, é também apostar na sua condição onipotente e narcísica de pais. Parece-nos que há uma transmissão desse sentimento nesse momento em que vivemos: prometa que não falhará, seja lá no que for e como for, e assim, todos nós viveremos ainda não felizes para sempre.

Adoção: O que uma filha adotada pode dizer

Li um texto sucinto sobre adoção, mas surpreendente porque foi o primeiro que vi circulando pela internet falando do tema, mas pela perspectiva do filho adotado.

Há diversos materiais sobre isso, refiro-me em especial na área da Psicologia. Contudo, sempre falar sobre esse contexto familiar, ou essa possibilidade de arranjo, é algo delicado, complexo e ainda necessário. Ressalto 3 pontos do texto “10 Dicas para pais adotivos (pela perspectiva de uma filha adotada)” escrito por Chistina Romo:

1. Impossível ignorar que perder os pais de nascimento é traumático para uma criança. Esta perda será sempre uma parte de mim. Irá moldar quem eu sou e vai ter um efeito sobre meus relacionamentos – especialmente a minha relação com você.

5. Eu preciso de você para me ajudar a aprender sobre a cor da minha pele ou minha cultura de origem, porque é importante para mim. Eu não me pareço com você, mas eu preciso de você me dizendo – por meio de suas palavras e ações – que não há problema em ser diferente.

10. A adoção é diferente para todos. Por favor, não me compare com outros adotados. Apenas veja a experiência dos outros para que isso lhe ajude a encontrar a melhor maneira de me entender. Respeite-me como um indivíduo. Nossa jornada nunca vai acabar; não importa o quão instável a estrada possa ser, e independentemente de onde ela pode levar, o fato de estarmos juntos nesta mesma estrada vai fazer toda a diferença.

Clicando nos tópicos você terá acesso ao Blog Tudo Sobre Minha Mãe e no link abaixo o artigo original:

http://www.huffingtonpost.com/christina-romo/10-things-adoptive-parents-should-know-an-adoptees-perspective_b_6666152.html

Confira!

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