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Bibiana Malgarim

Nunca mais estaremos inteiros (.)ou(?)

Eu estava observando meus alunos esses dias – durante as aulas muitos deles, alternadamente, levantavam-se para procurar tomadas para carregar seus telefones num claro movimento de urgência e preocupação, um misto, indiferentes ao que esteja acontecendo na aula – parece que: “Se meu celular fica sem bateria eu fico também, não posso descarregar!”

Pensei se eu faria isso também. Faria, é a resposta. Já fiz, seria outra resposta. Provavelmente continuarei fazendo – uma terceira resposta.

A partir dessa observação me flagrei pensando: Nunca mais seremos inteiros! Nunca mais estaremos inteiros numa situação! Um pensamento afirmativo, querendo ser seguido de uma interrogação no lugar do ponto, mas não tenho certeza – aliás, tendo a pensar que se trata realmente de uma afirmação que ocupará nossas vidas por longos anos, décadas ou séculos.

Por alguma razão, sentimo-nos como que convocados a estarmos ligados a todos e tudo, e paradoxalmente, nossa atenção fica tão dispersa quanto nossos vínculos. Não estamos onde estamos, nem escutamos o que estamos ouvindo. Conectados em tempo integral, os olhos se lançam entre o que acontece ao redor, e as chamadas ou mensagens que “entram” na nossa tela – descarto, abro, respondo, volto para onde estava – ou não.

Qual a sensação de não se sentir inteiro em um lugar ou numa experiência? Será que nos transformamos em pessoas que podem viver pela metade – ocupar dois espaços ou estar conectados a vários estímulos e mesmo assim dar conta?

Qual o preço que se paga por deixar tanto em torno de nós mesmos passar como secundário? Pendura essa que pago mais tarde, tenho que checar minhas mensagens.

Pessoas usando celular

 

Tão cheios de manias!

É muito comum ouvirmos que alguém é “cheio de manias”. À essas manias se atribuem comportamentos habituais, comportamentos muitas vezes não propositais, mas que fazem parte de todo um ritual e que o sujeito sente necessidade de fazer.

Algumas coisas precisam ser esclarecidas:

  • O sentido popular de mania nada tem a ver com o sentido científico – popularmente atribui-se mania como sinônimo de hábito; mania, para a psicologia e psiquiatria diz respeito a um estado de humor.
  • Esses comportamentos chamados de manias, em muitas situações, são comportamentos obsessivos que fazem parte de um ritual necessário para o sujeito e que visam aliviar a ansiedade.

A dificuldade dessa situação é que o alívio da ansiedade começa a ficar cada vez mais difícil para o sujeito e a tendência é haver um sofrimento muito grande, mesmo em situações aparentemente muito simples da rotina.

“Manias” não são situações que devem ser desconsideradas e precisam ser entendidas como um sinal de alerta. Não são coisas bobas, nem passageiras. A indicação mais adequada é uma avaliação com um profissional capacitado. Pense nisso!

Agosto: Mês da Psicologia

O mês de agosto é um mês importante para a Psicologia: nele se comemora o dia do/a Psicólogo/a. É, em verdade, mais que comemoração, é lembrar, promover reflexão e conquistar espaços nos quais a ação do/a psicólogo/a é fundamental.

Trabalhar com psicologia é assumir diariamente o comprometimento com a ética e a coerência técnica. Ser Psicólogo/a não é dar conselhos, orientar para que a decisão de alguém se torne mais fácil, ou ainda, adivinhar o que acontece em alguma situação. E muito menos, nossa profissão pode ser desvalorizada como meramente uma escuta qualquer – podemos ver isso em alguns discursos e, inclusive, em propagandas, as quais defenderam ERRONEAMENTE a ideia que você pode viajar ou conversar com o motorista do carro ao invés de fazer uma (BOA) psicoterapia.

Nosso trabalho é sério. É intenso. É discreto. E, lindo, criativo, vivo!

Psicologia é um fazer diário. É uma escolha sistemática e profunda, porque exigirá muito de quem a faz. A Psicologia faz diferença na vida de quem a escolhe tanto pela via da profissão, quanto pela vida da intervenção.

Dia 27 de agosto é dia do/a Psicólogo/a! É o meu dia!

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Tempos: Um novo tempo para uma nova vida

A vida se divide em um antes e um depois: antes do bebê, depois dele. O tempo que conhecemos antes da chegada do bebê, do filho, não é mais o mesmo. Ele muda radicalmente, e não em um sentido metafórico: muda radicalmente e isso pode ser percebido na rotina e na narrativa das memórias.

Entre mamadas, arrotos, banho, trocas de fraldas, algumas escapadas para uma cochilada e tudo novamente. E o dia acaba. Paradoxalmente, passa rápido e lento: a sensação de uma intensidade é marcante nessa relação – muitas sensações perpassam o que pode ser descrito como “um dia comum”. Passa rápido, transcorre lento, simultaneamente.

A figura da mãe imersa, especialmente nesses primeiros dias de vida do bebê, percebe que sua vida não é mais a mesma, não quer que seja mais a mesma, mas vai se chocar quando sair desse tempo singular que marca sua relação com seu bebê e tiver que se (re)introduzir no tempo comum: um tempo de atropelo, um tempo em que as sutilezas muitas vezes não podem ser percebidas – tão diferente do tempo com o seu bebê nesses momentos iniciais.

Não entendemos como esses tempos se conciliarão, mas de fato, alinham-se: vemos isso diariamente. E pergunto, o que pode ser mais gentil do que abrir mão do tempo comum para deixar-se viver no tempo de alguém que ainda sequer entende que existe como sujeito?

Ao Artur, à minha irmã e ao meu cunhado, com todo amor!

Para não ter erro… ou muitos erros! #Dicas para o dia nascer feliz!

Sair de casa no horário, é:

  1. Improvável
  2. Impossível
  3. Um sonho
  4. Todas as alternativas acima

Sair de casa no horário com as crianças sempre é um desafio, pelo menos para a maioria dos pais. São muitas variáveis envolvidas em uma rotina atribulada e, muitas vezes, cansativa. Vou deixar umas dicas bem básicas e práticas – e óbvias – mas, que podem ajudar um pouquinho! Veja se te ajudam

I. Mochila: arrumar a mochila é um ponto, lembrar-se de leva-la junto é outro – então, quando arrumar a mochila para o dia seguinte com o seu miúdo já a deixe ao lado da porta por onde habitualmente saem pela manhã. Isso vai ajudar a visualizar e diminui a chance de ter que voltar

II. Lanche: o lanche entra na lógica da mochila. Algumas escolas possuem seus próprios cardápios, mas se você não conta com isso, mesma coisa – antes ainda da mochila na porta, separe o que a criança levará para escola, coloque tudo dentro de um pote para deixar tudo junto e mais fácil do miúdo localizar na hora de comer. Depois, direto para mochila, que vai ficar na porta pronta

III. Escolher roupa: Deixar a roupa escolhida para a manhã seguinte também é outra coisa que ajuda bastante, mesmo que seja o uniforme. Enquanto o/a pequeno/a escova os dentes e faz o último xixi, você pode deixar a roupinha separada – claro que, dependendo da relação de vocês, após a escolha pode haver um debate sobre o “modelito”, mas isso faz parte da graça toda

IV. Visita ao banheiro: é um clássico essa “visitinha” e realmente ajuda porque evita (pode! Nada é garantido nessa vida!) o/a miúdo/a de acordar a noite para ir ao banheiro. Noite com sono melhor! Lembrando: horas antes de dormir a ingesta de líquidos deve diminuir – isso se aplica a todas idades, aliás!!

V. O óbvio precisa ser dito: Se o/a miúdo/a precisa acordar cedo para ir para escola, precisa dormir cedo – é fato, lamento. Aí a rotina pode ajudar vocês todos com isso e se naturalizar o dormir mais “cedinho”. O que é mais cedinho? Certamente será antes que você e que conte, no mínimo, com 8* boas horas de sono. (*Esse número depende muito da idade do/a miúdo/a.)

Tudo isso – eu posso ouvir! – requer mais um tempinho seu e você não tem esse tempo. “Quisera que o dia tivesse 30 horas ou mais!” Eu sei, eu sei – também já desejei isso. Mas, pergunto: Se o dia pudesse ter mais horas, você não as preencheria igualmente e o desejo de mais perpetuaria? Pense nisso.

Parece, em várias circunstâncias, que não se trata de mais tempo, mas usar seu tempo com o que importa – e essa é outra questão: O que importa de verdade? Então, lanche, mochila, pijama, xixi antes de deitar, boa noite e todos esses detalhes que fazem a vida ser como ela é ao lado desse miudinho, deveriam “ocupar” o seu tempo, sim. Se isso é o que importa, claro. 😉

Dia das Mães

Que o dia de hoje seja como um outro dia qualquer na vida de uma mãe: dias de vida a ser compartilhada!

Os dias não são muito fáceis, em sua maioria, nem muito tranquilos. Dias agitados, corridos, com compromissosKlint bebes variados. Em alguns deles, parece impossível perceber a delicadeza e a sutileza leve de ser mãe.

Dias de ensinar e dias de aprender.

Dias de observar. E dias de se envolver.

Dias de amar intensamente, e saber ser amada intensamente. Dias de olhos que se cruzam e de sorrisos bobos, aparentemente sem motivo.

Dias de uma festa que você mesma arruma – e depois, que todos saem, arruma de novo.

Dias de solidão, mas nem tão só porque o coração está sempre cheio, sempre acompanhado de uma companhia que você espera (torce e se esforça!) para que cresça, experimente, ame e viva sem esperar que esse investimento todo retorne de alguma forma. Só se espera, em verdade, ter ensinado que esse afeto todo deve ser transmitido para os dias dos miudinhos futuros.

Dia de continuar sem descansar – são os dias das mães! Parabéns para vocês!

 

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