Skip to main content
All Posts By

adminBibianaMalgarim

Música, uma arte que comove

Toda forma de arte é algo que deve ser considerado e respeitado, fato. Entretanto, você pode gostar e admirar mais uma do que outra, isso não é vergonhoso.

Pessoalmente, a música é minha predileta.

Aquela música que te transporta, que te busca pela mão e te conduz para algum lugar – um lugar pessoal e solitário. Quando se está diante desse mar sonoro – que te invade completamente alheio a tua vontade – é impossível não se sentir impelida a flutuar pelos pensamentos e devaneios, como se isso fosse o caminho mais lógico a ser seguido. E sentir.

Sentir a música com a carne, sentir com o corpo. Simplesmente deixar-se sentir.

Um artista que se dedica a dar essas sensações todas a outros que ele não conhece – nem sabe se são dignos do seu presente – imagino que percorre um caminho tão interessante que fica impossível para meros admiradores compreender. A composição, os arranjos até a finalização da obra consumirão uma energia intensa, deixarão marcas de desgaste criativo e emocional?

Creio que a resposta possa ser afirmativa e talvez, por isso, ao ouvir essas obras de arte elas nos façam transbordar.

Resiliência: o que é e como funciona?

 

            É frequente ouvirmos comentários referentes a sujeitos que se desenvolveram em locais adversos, em situações adversas e ainda assim, conseguiram o que a sociedade considera êxito na vida. Por que razão isso poderia acontecer?

Pensando nisso e numa vasta gama de situações, como traumas e violências, o conceito de resiliência foi tomado pela psicologia como uma possibilidade de compreender essa questão: como um sujeito supera tantas adversidades e transforma-se em alguém de sucesso?

Resiliência é um termo relativo a física de materiais, ou seja, refere-se a capacidade de deformação e o retorno  à forma anterior. Para os indivíduos, a resiliência englobará mais que retornar ao estado anterior frente a uma situação estressora, será de se transformar e utilizar a adversidade como alavanca de desenvolvimento. Para tanto, vários fatores são fundamentais para nutrir a resiliência, dentre eles salienta-se o que autores da área chamam de “tutores de resiliência”, isto é, sujeitos que conseguem promover e oferecer aos sujeitos que passam por adversidades algumas condições de desenvolvimento, afeto ou auxílio na significação de suas dores ou sofrimentos.

A resiliência é, dessa forma, a capacidade de adaptação do sujeito a diferentes meios e a possibilidade de superação de problemas distintos, constituindo-se sujeito na adversidade. Sendo assim, esse conceito pode ser tomado como uma possibilidade de superação, ou seja, representa uma nova possibilidade de dar sentido a uma situação estressora ou traumática, a qual não será excluída ou reprimida da história do sujeito, ao contrário, torna-se uma parte dessa estrutura – uma parte que “funciona” dentro da história de vida dele.

Consequências do Abuso Sexual: algumas considerações

Já falamos desse assunto, mas é importante retomar algumas coisas e explanar sobre outras tantas.

Que o abuso sexual infantil é um assunto sério, não há muita dúvida. Entretanto, há muitas questões a serem esclarecidas sobre essa violência. Dentre elas, as conseqüências que podem ser observadas a curto e longo prazo nas crianças.

É importante salientar desde já que essas conseqüências variam de sujeito para sujeito e devem sempre ser analisadas no contexto amplo de cada caso.

As conseqüências variam de acordo com alguns fatores, como:

  • idade que a criança tinha quando o abuso começou;
  • duração da violência;
  • o grau da violência – se envolvia violência física, por exemplo;
  • diferença de idade entre vítima e abusador;
  • se havia figuras protetoras;
  • grau de relacionamento com o agressor.

 

Esses itens devem ser considerados, pois a partir deles poderemos ter uma noção da intensidade do trauma.

Sobre as conseqüências propriamente ditas, podemos citar de maneira geral:

 

  • Sentimentos de culpa e vergonha;
  • Perda de confiança em outras pessoas;
  • Presença de medo constante de sofrer novamente o abuso;
  • Somatização – problemas somáticos;
  • Dificuldade de relacionamento social;
  • Dificuldades de aprendizagem;
  • Quadros de depressão, ansiedade, dentre outros.
Novamente, salienta-se  que sinais ou sintomas isolado – ou mesmo um grupo deles – não devem ser entendidos de maneira determinista ou categórica.

Sobre o VI Encontro Brasileiro do Pensamento Winnicottiano

O Encontro sobre o pensamento de Winnicott aconteceu semana passada na cidade de Curitiba e nele foi possível apresentar alguns materiais relativos a prática clínica.

Segue abaixo o resumo de um dos artigos apresentados:

A Resiliência e a Possibilidade Criativa: interlocuções entre Winnicott e Cyrulnik

A resiliência é definida sinteticamente como a capacidade do sujeito de superar, ou resignificar, uma situação de vulnerabilidade ou trauma. Para tanto, alguns autores afirmam que sujeitos resilientes possuem algumas características pontuais de personalidade, dentre elas, capacidade emocional, cognitiva e criativa, por exemplo. Para autores como Cyrulnik, a resiliência e o trauma possuem uma estreita interlocução entre si quando estudados e os sujeitos traumatizados em virtude de um ambiente pouco acolhedor utilizam suas experiências na busca por recriar um futuro possível para suas vidas. Nesse sentido, ambiental e criativo, a teoria winnicottiana aponta conceitos importantes, os quais oferecem lastro para se pensar no universo de possibilidades que a resiliência e seu componente criativo podem gerar. Para Cyrulnik uma possibilidade criativa e resiliente é a possibilidade dos sujeitos traumatizados narrar suas histórias, atribuindo-lhes novos significados, novos espaços em suas vidas.

 

Palavras – chave: Resiliência, Criatividade, Winnicott e Cyrulnik.

 

 

O Abuso Sexual no Cinema

O abuso sexual infantil é uma das  violências possíveis contra crianças e uma das que mais choca a sociedade.

Dessa forma, a indústria cinematográfica também se sente mobilizada por essa questão e disponibiliza alguns filmes que abordam o tema. Sendo assim, segue uma lista de filmes nos quais o tema do Abuso Sexual Infantil aparece:

 

v     O Lenhador;

v     Pecados Íntimos;

v     Dúvida;

v     Monster;

v     Preciosa;

v     Volver;

 

Os dois primeiros filmes – “O Lenhador” e “Pecados Íntimos” – abordam prioritariamente o ponto de vista do sujeito que pratica a violência sexual contra crianças. Ambos os filmes não trazem cenas explicitas e enfocam o sofrimento desses sujeitos envolvidos com pedofilia.

 

Sem dúvida o filme “Preciosa” é o mais “completo” dentro do tema, pois aborda a situação do incesto, dos filhos como conseqüências dessa violência, das dificuldades de relacionamentos, das questões de aprendizagem e, ainda, sobre a possibilidade de ser resiliente (próximo tema a ser abordado).

Encontro sobre o Pensamento de Winnicott

Winnicott é um dos grandes teóricos infantis e psicanalistas da história.

Ele nos apresentou uma nova perspectiva sobre o amadurecimento do ser humano, introduzindo conceitos absolutamente sensíveis e inovadores à psicanálise tradicional.

Um conceito que é vibrante dentro da sua teoria é o de “criatividade”,  o qual ultrapassa a questão da sublimação e abrange uma grande parcela do desenvolvimento emocional infantil.


VI ENCONTRO BRASILEIRO SOBRE O PENSAMENTO DE  D.W. WINNICOTT

Criatividade e Clínica

Curitiba

23, 24 e 25 de Setembro

Complexo de Édipo – um conceito clássico

É interessante pensar sobre as relações que se estabelecem nas famílias e como alguns fenômenos do desenvolvimento psíquico podem ser percebidos. Certo dia, estava observando uma menina que tinha em torno de 6 anos, a cena era a seguinte: estava rodeada pelo avô, tios e pai enquanto todos tentavam decidir o que almoçar; todos eles olhavam para a menina e tinham em seus olhos um sentimento de devoção, carinho e atenção. Algo incrível de ser analisado.

Você sabe aquela “historinha” que certo senhor, no início do séc. XX, contou sobre o menino que se apaixona pela mãe e rivaliza com o pai para ficar com ela?

Sim, estamos falando do conhecido Complexo de Édipo cunhado por Freud, esse estudioso que para muitos é uma referência, para outros, só motivo de riso.

Independe do que você pense esse momento, o Complexo de Édipo existe e de forma poderosa perpassa nossas vidas, atravessando nosso desenvolvimento.

Na prática percebemos isso de maneira sutil, nas relações familiares, dentro dessas dinâmicas tão peculiares: a menina que anda de mãos dadas com o pai e imita o comportamento da mãe; ou, a admiração que cabe nos olhos do menino quando analisa os movimentos do pai.

Mas como esse complexo afeta o cotidiano de cada um de nós?

Esse processo é algo que irá acontecer naturalmente no decorrer do desenvolvimento das crianças e que, em geral, passará sem muito alarde. Ele ajudará a criança a ingressar nos seus processos de identificação e consolidação do que chamamos de personalidade. Apesar da importância desse processo, muitos de nós nunca pensaremos sobre ele de maneira direta ou indireta e clara sem estarmos em um processo de análise.

Que assim seja!

A epidemia de doença mental (Revista Piauí)

 

Essa reportagem merece ser lida.

Além de lida, ser pensada diante desse contexto que estamos inseridos e, portanto também somos responsáveis.

O texto vai discutir como a doença mental se instalou na nossa sociedade atual  e por que razão ela está em franca expansão. Cita autores que tecem críticas ferozes e que problematizam a indústria dos laboratórios farmacêuticos.

Mas aqui, saliento o trecho que discutem a questão da infância.

Segue o texto original:

A indústria farmacêutica influencia psiquiatras a receitar drogas psicoativas até mesmo a pacientes para os quais os medicamentos não foram considerados seguros e eficazes. O que deveria preocupar enormemente é o aumento espantoso do diagnóstico e tratamento de doenças mentais em crianças, algumas com apenas 2 anos de idade. Essas crianças são tratadas muitas vezes com medicamentos que nunca foram aprovados pela FDA para uso nessa faixa etária, e têm efeitos colaterais graves. A prevalência de “transtorno bipolar juvenil” aumentou quarenta vezes entre 1993 e 2004, e a de “autismo” aumentou de 1 em 500 crianças para 1 em 90 ao longo da mesma década. Dez por cento dos meninos de 10 anos de idade tomam agora estimulantes diários para o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.

Seria muito difícil achar uma criança de 2 anos que não seja às vezes irritante, um menino de 5ª série que não seja ocasionalmente desatento, ou uma menina no ensino médio que não seja ansiosa. Rotular essas crianças como tendo um transtorno mental e tratá-las com medicamentos depende muito de quem elas são e das pressões que seus pais enfrentam.

Como as famílias de baixa renda estão passando por dificuldades econômicas crescentes, muitas descobriram que o pedido de renda de seguridade suplementar com base na invalidez mental é a única maneira de sobreviver. Segundo um estudo da Universidade Rutgers, descobriu-se que crianças de famílias de baixa renda têm quatro vezes mais probabilidade de receber medicamentos antipsicóticos do que crianças com plano de saúde privado.

[…]

o mínimo, precisamos parar de pensar que as drogas psicoativas são o melhor e, muitas vezes, o único tratamento para as doenças mentais. Tanto a psicoterapia como os exercícios físicos têm se mostrado tão eficazes quanto os medicamentos para a depressão, e seus efeitos são mais duradouros. Mas, infelizmente, não existe indústria que promova essas alternativas. Mais pesquisas são necessárias para estudar alternativas às drogas psicoativas.

Em particular, precisamos repensar o tratamento de crianças. Nesse ponto, o problema é muitas vezes uma família perturbada em circunstâncias conturbadas. Tratamentos voltados para essas condições ambientais – como auxílio individual para pais ou centros pós-escola para as crianças – devem ser estudados e comparados com o tratamento farmacológico.” (por Marcia Angell, Revista Piauí_59).

Não deixe de ler a reportagem na íntegra. No mínimo você vai ficar pensando.

 


 

 

E o pai dessa criança?

 

É um chavão clássico do senso comum: “na psicologia tudo é culpa da mãe!”.

E essa afirmação não está de toda errada, entretanto a primeira correção necessária é trocar a palavra “culpa” por “responsabilidade”; e em segundo, temos que levar em consideração uma figura que fica sempre acaba em segundo plano nessa discussão: o pai.

 

Os pais de maneira alguma são renegados dentro da psicologia, muito menos na psicanálise infantil. Eles ocupam um lugar importante e fundamental no desenvolvimento dos seus filhos, assim como as mães. Entretanto, o que diferencia fundamentalmente essas figuras são os papéis que eles ocupam e o tempo em que vão se colocando na vida das crianças.

 

A figura do pai no primeiro momento de vida dos seus filhos é ser uma espécie de ambiente seguro e acolhedor para a díade mãe-bebê. É ele quem pode garantir que a figura da mãe possa se dedicar tudo o que precisa para esse novo sujeito que está emergindo.

 

Com o tempo, a função paterna vai se ampliando e o pai irá ocupar um espaço cada vez maior na vida da criança.  É ele que ajudará a mostrar o mundo externo para o bebê e introduzir questões importantes que o auxiliarão na organização de sua identidade. O pai cuida do bebê de uma maneira diferenciada e, com isso, apresenta outras possibilidades que compõem a subjetividade do filho.

 

Um ponto que está razoavelmente claro é que, quando essas mães as quais afirmam que “tudo” é culpa delas, nada mais fazem do que reafirmar seus sentimentos de onipotência e fomentar a cultura que o pai ocupa lugar inferior ao delas.

Abrir chat
Precisando de ajuda?
Olá, me chamo Bibiana, qual seu nome e como posso te ajudar?