Apesar da palavra soar estranha ao ouvirmos, é um fenômeno muito comum. Quando vemos crianças ouvindo e tendo que conviver por muito tempo (anos) com “brincadeiras” e piadas a seu respeito, cada vez mais depreciativas e ofensivas, temos o que, então, chamamos de Bullying.
A palavra de origem inglesa, significa valentão, brigão e como verbo, significa ameaçar, amedrontar, tiranizar, oprimir, intimidar, maltratar. Desta forma, podemos entender que esse fenômeno é um comportamento agressivo e intimidador onde, em geral, uma criança é alvo de um grupo de colegas, os quais, repetidas vezes, amedrontam, oprimem, humilham e até agridem fisicamente a vítima do bullying.
Esse problema, que atualmente está sendo estudado e amplamente divulgado pelos meios de comunicação, é passível de ser observado em qualquer escola – independente do tamanho da mesma, de ser pública ou privada – tem se tornado uma questão freqüente tanto para educadores quanto para os próprios alunos, contudo ainda percebemos muitos professores, pais e até os alunos acreditando que realmente se trata de uma brincadeira inocente.
O que pode ser visto por muitos como uma brincadeira “inocente” e “inofensiva” pode causar à vítima do bullying muito sofrimento e angústia, e pode acabar repercutindo de forma negativa no seu desenvolvimento. Os sintomas ou comportamentos apresentados são diversos, do isolamento a condutas agressivas, do baixo rendimento escolar a somatizações, além de problemas com sono, sociabilização e construção da identidade. Quanto à questão da identidade e do desenvolvimento, as vítimas do bullying são constantemente “minadas” e passam a viver com medo, dessa forma acabam por ter comportamentos que não são compreensíveis aos olhos dos pais e professores. Os apelidos, por exemplo, são as expressões mais comuns do bullying e encontrados quase que na maioria dos casos, embora possamos observar que esse comportamento tirânico pode chegar – e chega – a atingir a agressão física.
Salienta-se que, existem algumas diferenças entre as meninas e os meninos no que diz respeito à postura geral que adotam frente ao bullying, isto é, meninas, em geral, são muito mais discretas, suas mensagens são bem mais sutis, contudo não menos perversas, ou seja, as expressões do bullying com as meninas são feitas através de fofocas, maledicências e exclusões do grupo. Com os meninos o bullying é mais aberto em virtude de um comportamento mais externalizante como xingamentos e agressões.
Independentemente de meninos ou meninas, esse fenômeno é observado em grande parte das instituições de ensino e não pode mais ser um assunto marginalizado como os alunos alvos se sentem frente a isso! É importante ter claro que o bullying pode ter tanto expressões sutis e com certa facilidade contornáveis, como também chegar a atitudes extremas, principalmente por parte de quem sofre com a discriminação e brincadeiras maldosas.
É difícil imaginar o que pode vir a acontecer com uma criança que passe anos sendo submetida a situações de humilhação e constrangimento, entretanto acredita-se que seja uma experiência marcante a qual certamente deixará “rastros” no percurso do desenvolvimento da mesma.