Skip to main content
All Posts By

adminBibianaMalgarim

Lançamento Livro infantil ‘O menino que grande queria ser pequeno’ aborda o crescimento precoce das crianças

Em sua obra de estreia, a psicóloga Bibiana Malgarim fala sobre as lutas internas e as conquistas dos pequenos diante do desenvolvimento emocional

“O que você quer ser quando crescer?” Essa pergunta nos ronda (e nos assombra) desde pequenos, não é mesmo? Mas o que acontece quando a criança quer crescer precipitadamente, falseando um amadurecimento? Paga o preço de um sentimento de inadequação e de não se sentir ‘de verdade’. Dessa sensação trata o livro ‘O menino que grande queria ser pequeno’, primeira investida literária da psicóloga e psicanalista Bibiana Malgarim.

Dedicada ao público infantil, a obra ilustrada por Pacha Urbano conta a história de um menino que deseja ser grande antes da hora. “Na prática do consultório desde 2004, observo esse comportamento tanto nos pequenos quanto nos grandes. Crescer, sem ser no momento espontâneo, será um parto prematuro de si mesmo. E, dessa forma, o sujeito se apresenta ao mundo ainda muito imaturo, mesmo que aparente o contrário”, conta a autora.

“Toda criança quer e não quer crescer”, diz o psicanalista e escritor Celso Gutfreind, autor do prefácio do livro. “Querer crescer é fundamental para todos os seres humanos. O ponto é como crescer e, com isso, como abrir mão de algumas coisas. Para crescer é preciso perder”, diz Bibiana. No livro, o menino que queria ser grande tem a ajuda afetiva de seu cachorro Neco, que o acompanha em suas mudanças. Eles descobrem juntos que o bom é crescer sem pressa.

SERVIÇO
O menino que grande queria ser pequeno, de Bibiana Malgarim
Bate-papo ao vivo em 26 de maio de 2021, às 19h, nos canais da Editora Raiz e dos autores no instagram: @editora_raiz @bibiana.psico @pachaurbano
Lançamento: 9 de junho de 2021
Ilustrações: Pacha Urbano 
48 páginas
R$ 45,00

Bibiana Malgarim é psicóloga e psicanalista, especialista em criança e adolescente. Em seu trabalho, escuta histórias reais de miúdas e miúdos, juntamente com suas famílias. Autora do blog ‘Conversa de Gente Miúda’, escreve pela primeira vez para o público infantil. Quando pequena, queria ser médica, escritora e arqueóloga. Tornou-se um pouco de tudo quando escolheu ser “doutora da brincadeira e da conversa”, como certa vez foi apresentada por uma miúda. @bibiana.psico

Pacha Urbano é ilustrador, quadrinista, roteirista e escritor. É autor da série de tirinhas ‘As Traumáticas Aventuras do Filho do Freud’, que mistura humor e psicanálise. Menino, queria fazer desenhos animados quando fosse grande e conseguiu: atualmente, desenha e pinta cenários para as animações brasileiras ‘Irmão do Jorel’ e ‘Tromba Trem’, no Copa Studio. @pachaurbano

Editora Raiz chegou ao mercado em junho de 2017 com o propósito de oferecer soluções editoriais para autores independentes. Presta serviços de edição, parecer de manuscritos, consultoria, criação de projetos e publicação. Tem como foco principal o enriquecimento do texto para incentivar a disseminação do conhecimento e da leitura. Seu diferencial está alinhado à satisfação daqueles para quem trabalha: autores e leitores. @editora_raiz

Meu trabalho também é sobre presença: Uma forma de cuidado que é sutil e vital

Quando meu pai morreu eu estava escutando uma paciente com todo meu coração e ouvidos, e com toda a condição que eu tinha de esquecer de mim mesma naquela hora. Eu sabia que as coisas não estavam bem com ele. Eu sabia que as coisas não iriam ficar bem _ assim, como não ficaram e até hoje, são dolorosamente diferentes e com um vazio que dói todos os dias.

Quando meu pai morreu eu estava trabalhando. Eu sou psicóloga.

Eu trabalho escutando a dor dos outros e tantas vezes escutei frases semelhantes a “você não entende a dor que sinto”. É uma afirmação justa. Ninguém é capaz de sentir o que o outro sente. É verdade. Justamente no dia e na hora mais dura que a vida me impôs, estava eu escutando.

Escutei com todas as minhas possibilidades.

Hoje entendo tanto meu trabalho. Entendo tanto o quanto é preciso deixar de se escutar para poder dar espaço para o outro; entendo tanto que meu trabalho é tão delicado e é tão precioso: consigo sentir o humano que existe em mim e o reconheço nas outras pessoas. A dor por si só não me fez melhor e duvido que simplesmente faça alguém melhor. É sobre o que se FAZ com ela.

A dor me fez entender com muito mais profundidade o respeito que tenho pelo meu trabalho.

A dor me fez estar mais presente do que eu supus poder estar. Ela alargou meus limites.

A dor me faz escutar com ouvidos, olhos, empatia e presença todas as histórias que chegam para mim, sem julgamentos, sem comparar dores ou intensidades. A dor é sua, e ela dói. Isso basta.

Quando meu pai morreu e eu soube de maneira oficial, eu não pude mais. Eu pedi para encarrar a sessão do meu paciente quase sem segurar o desespero que estava arrebentando meu peito e meu rosto.

Depois que meu pai morreu, voltei a atender ainda na mesma semana. Algumas coisas não quis retomar de imediato, mas as sessões dos meus pacientes, sim. A mãe de uma miúda mandou uma mensagem, perguntando-me se eu estava bem e se voltaria a atender ainda aquela semana. Respondi que, sim. E ela, “se você acha que isso é o melhor para você, nós também achamos, estaremos aí.”.

Aprendi com a minha dor que cuidado vem de todos os lados. Inclusive quando o paciente deixa ser escutado por você. Cuidei de outras pessoas, cuidei de miúdos e miúdas, e sem querer, eles me deram chance de eu seguir e, a cada dia, compreender com todo meu corpo, que minha profissão é sobre pessoas, é sobre o que as faz gente, o que as faz chorar, o que se perde, e o que se escolhe. Eu escolho ser uma profissional da psicologia e da psicanálise – da alma, do inconsciente, da escuta, dos encontros.

Poder estar presente, paradoxalmente, foi o que aprendi quando perdi um pedaço. Meu trabalho também é sobre presença: uma forma de cuidado que é sutil e vital.

Minha profissão é tão humana quanto qualquer um de nós. E a dor está sempre presente. De um lado, ou de outro.

Texto escrito dia 02 de Fevereiro, ao som de Pedro Guará de José Cláudio Machado;

Síndrome de Carrie Bradshaw, Sex and the City

Há uma série bastante conhecida e já antiga na qual a personagem principal se chama Carrie. O cerne da série, em tese, seria a busca pelo amor. Em tese. Fiquei escutando algumas pessoas, pensando e já vi vários episódios dessa série em diferentes momentos da minha vida e mais recentemente, percebi o quanto a personagem Carrie é uma pessoa extremamente egocêntrica, insegura e, inevitavelmente, egoísta.

A série não é sobre o amor. É uma amostra de como uma pessoa se conecta com outras, amigas no caso, e faz com que todas as questões fiquem centradas em si mesmas, o tempo todo.

E se pensarmos: “Ok, mas é só uma série! É ficção!”.

Na prática, na vida “real”, será curiosamente fácil achar muitas Carries por aí – ou quem viva com o que brinco aqui de Síndrome de Carrie B.

As situações são corriqueiras, mas vão lesando os laços. A falta de investimento enfraquece o vínculo, e, com isso, esvazia o sentido da relação. Quem se mantém nesse tipo de relação, está funcionando de maneira dependente e submissa, perdendo a condição de ser espontâneo e com isso, humano: ou seja, há de se ter espaços verdadeiros para as pessoas dentro de uma relação, seja ela de amizade, seja ela amorosa.

Onde prevalece um, o resto é escada – está ali para que um outro a ase para ascender, subir, aparecer. Há quem queira ser escada? Sem dúvida. Quem precise ser escada? Certamente. Há muitas e muitas formas de construir relacionamentos e tentativas de vínculos. Na série em questão, as amigas se prestavam a isso todas as temporadas, incansavelmente. Primeiramente, o roteiro as obrigava, ponto pacífico e pobre em discussão; em segundo, porque reflete um funcionamento que não é incomum nas relações. E o que se busca enxergar ou sentir nas séries ou filmes as quais assistimos diariamente? Algo que nos inquieta, mas que é estranhamente familiar.

O que é estranho e familiar na série ou filme que você vê nesse momento?

Perrengue de recém formado!

Quais foram os meus desafios profissionais no início da carreira?

Perrengue todo mundo passa, correto?

SIM! E que tipo de desafio psicólogos no início de carreira passam? Quais foram meus principais desafios?

Para qualquer recém-graduado o começo da carreira é um desafio por si só. Dependendo de como foi seu percurso durante o curso, a dificuldade será maior, ou menor. A primeira situação que passou pela minha cabeça foi a inserção no mercado de trabalho: como me colocar, como ser reconhecida, como chegariam até mim?

Com essa segunda questão, um segundo desafio se colocou: Como organizar minha rede de encaminhamentos? A partir disso, tantas eram as dúvidas, especialmente em como mostrar meu trabalho e entender o uso de recursos de divulgação e comunicação – hoje infinitamente mais abundantes que na minha época de jovem psicóloga.

Um desafio que nunca me deixou acomodada foi a manutenção do tripé da formação, e, novamente, uma outra dúvida: Como sustentar esse tripé com uma clínica tão incipiente? A questão financeira é realmente uma preocupação bastante grande no início.

Entretanto, deixa eu te perguntar uma coisa: O que é início para você?

E esse foi um ponto fundamental para eu entender como eu trabalharia a partir dos desafios de ser uma jovem e não tão jovem profissional da saúde mental. Quando falamos em início de carreira na nossa área, estamos falando de muitos anos – sim, eu sei que não te contaram isso na faculdade! Eu sei que você pensou que início se referia ao primeiro ano, talvez segundo. Contudo, não. Início de carreira na área da psicologia e psicanálise são muitos primeiros anos de trabalho, no qual nosso investimento muitas vezes é substancialmente maior do que temos como retorno direto. E por mais que possa parecer difícil e sem sentido, esse é um caminho sólido.

Abrir mão de uma certa arrogância e soberba, a qual pode somente estar revestindo uma franca insegurança muito típica desse momento, pode ser um desafio muito complexo e pouco consciente. Essa postura faz com que deixemos de fazer perguntas importantes e pedir ajuda, quando precisamos genuinamente dela. E no fim das contas, estamos falando de sentir vergonha. Corremos, corremos e cairmos em sentimentos marcadamente infantis, os quais ainda nos regem de maneira inconsciente.

Quando entendi o que era início – talvez esse tenha sido meu principal desafio – as coisas começaram a ser diferentes para mim: quer seja na forma como eu me entendia na profissão, quer seja na maneira como me engajei ainda mais na minha formação e com isso, as demais questões acima citadas, aos poucos foram tomando menos tempo do meu dia, e a escuta de pacientes preenchendo mais.

Com quais desses perrengues você se identificou?

Freud em Quadrinhos: tudo de bom, não é?

Quer mais uma dica de livro?

20130113_221005

 

Pois aqui vai! O livro “Freud” de Corinne Maier e Anne Simon na verdade não é bem um livro, mais parece uma revista e em quadrinhos!

Esse formato divertido conta a história de Sigmund Freud e da Psicanálise através de ilustrações, as quais tem o estilo de uma história em quadrinhos.

A teoria é abordada de maneira divertida e as autoras apresentam diversos dos casos clássicos, como Anna O. e O Homem dos Ratos, por exemplo, além do Complexo de Édipo e outros pontos importantes da teoria e também da técnica psicanalítica que o pai da psicanálise apresentou para o mundo.

Confira, divirta-se e, de quebra, tenha a oportunidade de revisar ou aprender de maneira bem humorada uma teoria – e uma técnica – séria e consistente!

2013-01-13 22.21.26

(OBS.: A imagem foi desfocada propositalmente.)

O Livro Negro da Psicopatologia Contemporânea: Dica de Livro do Conselho Regional de Psicologia – Recomendadíssimo!

20130108_224924

 

A última edição do Entre Linhas (Out. Nov.Dez.2012), material de autoria do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP-RS), trás na sessão Dica Cultural, escrita pelo colega Lucio Fernando Garcia, a indicação do livro “O Livro Negro da Psicopatologia Contemporânea”. Compartilhando de uma impressão similar à do colega em relação ao livro e também por entender que se trata de uma leitura muito interessante para nós psicólogos – e agentes da saúde mental , em geral – decidi dedicar um momento para conversar sobre o material.

O livro, cuja organização é de Alfredo Jerusalinsky e Sílvia Fendrik, e cuja leitura já realizei, compila uma série de textos interessantes, consistentes e questionadores sobre questões referentes as psicopatologias atuais – e nem tão atuais como usualmente se pensa –, suas classificações e o uso dos fármacos como uma alternativa fundamental e preponderante.

Dos textos que compõem o livro, saliento o capitulo do próprio organizador, Jerusalinsky, “Gotinhas e comprimidos para crianças sem história. Uma psicopatologia pós-moderna para a infância” e o de Angela Vocaro, “ O efeito bumerangue da classificação psicopatológica da infância”. Vocaro faz uma construção interessantíssima de como o diagnóstico pode se tornar a própria identidade da criança, e essa, por sua vez, deixar de ser um sujeito com outras facetas, assumindo o transtorno como o seu “eu”, o qual passa a ser apresentado publicamente/socialmente. A autora indica olharmos para a prática clínica com a delicadeza que essa prática merece, compreendendo profundamente que não se trata de uma prática qualquer, nem de algo que poderá ser cerceado através de prescrições pontuais e positivistas, muito antes pelo contrário, trata-se de um espaço de acolhimento de ocorrências clínicas, com significações específicas, e com isso, impactos particulares e imensuráveis.

Já Jerusalinsky apresenta-nos questões pontuais referentes ao TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) – diagnóstico tão comum hoje em dia, quanto banana em feira – e ao Autismo. Além disso, discute a necessidade pela busca dessas 20130108_224945denominações/nomenclaturas – no sentido de aplacar a angústia do não saber de pais e pacientes, e por que não dizer, dos próprios profissionais – e o que entendo como o “ouro” da clínica, que vem a ser a possibilidade de escuta da trajetória de cada sujeito, incluindo seus dessabores e sofrimentos, para assim “decifrar” o que é dito, o que é visto e o que é vivido.

Com certeza é uma leitura que vai fazer você pensar. Super indicação! Parabéns ao CRP.

 

Não brinca! Os pais mentem para seus filhos?

A Revista Super Interessante (Dezembro de 2012) novamente aparece com uma capa interessante para discutirmos aqui: “As mentiras que os pais contam para os filhos” e são muitas! A maioria delas vocês como filho já ouviu, e como pai ou mãe, vocês já contou. Seguem algumas delas: amo todos meus filhos da mesma maneira, você deve amar seu irmão, aqui em casa podemos conversar sobre qualquer assunto, estudar é mais importante do que os amigos, seu desenho ficou lindo… e por aí vai. Como disse, se você não ouviu, já aplicou uma dessas!

Uma das então mentiras contadas pelos pais que me chama a atenção é a referida na página 18, “Engole o choro. No futuro, vai me agradecer.”, a famosa chinelada e castigos físicos. Em um artigo anterior do blog, cujo título era Terapia das Havaianas – quando as palavras falham, as ações surgem (http://conversadegentemiuda.wordpress.com/2011/07/22/terapia-das-havaianas-quando-as-palavras-falham-as-acoes-surgem-2/ ) discuti sobre o tema porque, em geral, é algo que cria muita polêmica, ainda mais em uma cultura que ainda incentiva e entende que a punição física é uma alternativa adequada para resolução de problemas – e não falo somente das crianças, refiro-me inclusive a situações de violência contra mulher, por exemplo.

 

Quando a regra ou a lei não está internalizada, ou seja, a normativa não faz parte do sujeito, na ausência do estímulo concreto – os pais, por exemplo – a criança tende a transgredir e agir como deseja. Isso, futuramente, será visível no comportamento do adulto que, onde não localiza uma referência concreta da lei – um policial, um controlador de velocidade (pardal), etc. – não cumprirá com a regra. E aí? Quem vai dar as chineladas nesse adulto?

 

Outra mentira interessante é “Em casa falamos sobre tudo.” (pág. 12) e essa, definitivamente sabemos que é mentira. Talvez, menos mentira hoje do que já foi, mas ainda sim, uma mentirinha das boas. Há um tempo tive a oportunidade de conversar com adolescentes do ensino médio, cujo repertório teórico sobre a temática da sexualidade e sexo em geral parecia de uma infinita sabedoria – e prática! Entretanto, quando a conversa ficou realmente mais casual e os deixou a vontade, surge então, a verdade: eles não sabem do que estão falando e o pior, não sabem a quem perguntar! Teoricamente, essas questões – ainda mais nesse período – deveriam ser acolhidas em casa, não é? Não, não é. Ao que tudo indica, e na reportagem referida isso é ratificado, os adolescentes não tem essa abertura toda para conversar em casa, ainda mais quando o “caldo entorna” e a questão pode ser: “Será que estou grávida? Como eu poderia evitar isso?”. É fato, igualmente e também citado na reportagem que, os adolescente querem e demarcam bem esse território da sexualidade como algo de cunho privado, deixando, por vezes, pouca margem para os pais avançarem sobre o assunto. Então, aí, mais uma vez os pais devem retomar as suas memórias e lançar mão de estratégias não invasivas, e de acolhimento – quando o filho entender que precisa desse espaço.

Mentiras a parte, pais, desde que o mundo é mundo elas existem e existem por uma razão – cultural, social, evolucionista, enfim! – a questão é poder pensar sobre elas e como driblar essas mentirinhas que não ajudam nem facilitam de fato a vida do rebento. Nem tudo deve ser dito aos filhos – crianças ou adolescentes – porque nem tudo é da conta deles, mas o que for, pode ser mais verossímil, não pode?

Final de Ano e Tudo Mais!

O que vem depois do final de um ano? Outro?

Negativo! Vem todas as coisas e expectativas que se espera, ou, que pode nos deixar esperando! Quem sabe?

Depois de um final de ano, assim como todos os outros e muitos que ainda virão, teremos a sensação que a vida foi renovada!

Talvez seja somente aquela sensação de troca de roupa, de um banho tomado sem pressa, de um acordar e o ar estar levemente mais fresco, que o coração estará mais tranqüilo e que amanhã, talvez amanhã ainda será melhor!

Seria a ânsia de viver esse futuro melhor?

Esse futuro muito melhor que hoje e pode estar tão distante, em um amanhã perdido no tempo que corremos o risco de passar o resto da vida procurando esse inexistente amanhã melhor!

O que vem depois de tudo isso?

A vontade de pensar em algumas coisas que ficaram para trás e que agora se fazem importantes. Não amanhã, até porque esse dia está longe demais.

Final de ano é assim, exaustivo de emoções e expectativas. Cansativamente despido do tempo presente e voltado para um ano melhor e diferente do que já se viveu, cheio de coisas boas, as quais por acaso não foi nesse ano que se concretizaram. Ano que vem eu vou ser melhor, serei mais calma, serei mais estudiosa, mais dedicada, serei mais magra, mais pontual, mais astuta, mais e mais coisas! Nossa! Esse novo ano acaba de começar cheio!

Quero ser agora tudo de bom que posso ser e depois deitar na minha cama com o coração leve porque o dia foi bom. Não precisa ser o melhor, nem perfeito, só bom.

Quero hoje ser alguém nem mais nem menos do que sou, e olhar para o espelho e pensar que agora, é bom saber que tenho algumas pessoas do meu lado que são assim, como eu, nem melhores nem piores, são o que os dias às permitem serem.

O difícil é chegar a isso: permitir-se ser de uma forma que nenhum próximo ano lhe permitirá ser, porque simplesmente, isso tudo é só com você! E definitivamente, não depende do amanhã, nem do próximo ano, e nem de nada!

Não parece tudo lógico?

Não até agora, até o final do ano e todas as coisas que me nos invadem os pensamentos em um inicio de ano!

Amanhã será diferente?

Pode ser que sim.

Mas, o que posso fazer senão viver agora e ser isso que sou, sem mágoa nos olhos e sombras no coração?

Só quero pensar que ano que vem, ou amanhã ou hoje eu terei as mesmas chances de ser tudo de melhor ou só de diferente.

Por hora, está bom sendo eu! E já bastante… acredite.

 

 

Abrir chat
Precisando de ajuda?
Olá, me chamo Bibiana, qual seu nome e como posso te ajudar?