(Texto original do meu perfil do Instagram, porém com ampliação)
Para criar uma criança é preciso muitos! E como esquecemos disso!
Uma mãe está envolta em uma comunidade, em uma cultura, dessa maneira, em teoria, não estaria sozinha. Mas, está (muitas vezes). A mãe é a primeira amostra de humanidade que o bebê tem! É o cheiro que ele já conhece, o ritmo que o nina há muito tempo. Mas, essa mãe só pode se tornar mãe na medida em que contou com cuidados também: cuidados da sua própria mãe, cuidados de um (a) parceiro (a), cuidados da rede de apoio, cuidados de uma sociedade!
Não se pode ser mãe sozinha!
Não a mãe que se exige e que se espera na nossa cultura. E como esquecemos disso!! Tornar-se mãe é, sem dúvida, um ato de coragem e, ao mesmo tempo, uma aposta que se driblará a solidão das expectativas. Ser mãe é um ato de responsabilidade, não de culpa.
Para ser mãe é preciso um conjunto de outras mães, de outros cuidadores, de outras pessoas devotas ao bebê!
O que quero dizer com isso? Cuidar do ambiente da mulher que se torna mãe é fundamental para ela poder exercer o cuidado e desenvolver o vínculo com seu bebê. Se o ambiente que a mãe se encontra falha com ela, todos falhamos, então a culpa é nossa, não mais dela. Nossa. E como esquecemos disso.
Vale muito a pena ver a Série “O Começo da Vida”. Na série essa ideia que coloco aqui fica claríssima, aliás, a série certamente é uma das fontes que inspira esse texto, assim como os textos de Ferenczi e de Winnicott. O documentário é igualmente ótimo, porém muito mais resumido.
Cuidar de crianças é cuidar de quem cuida. Mãe é o princípio, e por muito tempo, será tudo para o bebê. Cuidar dessa dupla é o maior voto de esperança no futuro. Que possamos não esquecer disso!