Na matéria aponto que os contos infantis possuem uma importância bem significativa para o desenvolvimento infantil, isso em função de os mesmos são equivalentes a “pontes” entre o mundo interno das crianças (fantasia e realidade interna) e o externo (pais e pessoas reais, situações reais de ansiedade e de desenvolvimento esperado).
Os contos ou fábulas podem ser entendidos como uma forma de acesso controlado e seguro, e ainda, possibilita a vazão de aspectos não toleráveis socialmente, como citado acima: “é o João e a Maria que mataram a bruxa num caldeirão de água fervente, não tem nada a ver comigo, embora ache muito legal a estória e queira a ouvir diversas vezes.”.
Ainda podemos dizer não é preciso haver uma “moral” explícita para que cause impacto sob a forma de registros na criança, isso porque estamos falando de conteú
dos predominantemente inconscientes.
A possibilidade de transitar por esse mundo de faz de conta diz do quanto a criança possui uma flexibilidade criativa, o que pode nos falar do seu potencial de saúde. Para crianças o “fazer de conta” deveria ser algo natural. Aos poucos, com o amadurecimento e a inserção cada vez mais intensa nas questões relativas a idade adulta, as crianças vão descobrindo através de sua própria experiência e trocas com os pares, o que diz respeito a ordem da fantasia e o diz respeito a realidade. Logo, essa descoberta deveria ser algo natural, evitando quebra abruptas. Entretanto, podemos afirmar que há consenso entre os especia
lista que não existe fórmula para isso.