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Tocando a vida: caminhos de vida e de psicoterapia

 

Num sábado de outono, a noite, escutei alguns músicos – artistas, na verdade – cantarem uma música, a qual já conhecia, mas não tinha me detido na sua letra ainda. Em tempo!

Os versos aos que me refiro são os seguintes:

“É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente”

(Tocando em Frente)

Quando escutei a música, então, em especial os últimos versos, pensei no processo psicoterapêutico e o que nos leva a ele, o que nos sustenta nele e o que nos faz sair dele – ou cair para fora.

O desejo pela vida e pelo caminho a percorrermos nela parece incessante, deslumbrante, promissor e em geral, difícil justamente por todas essas perspectivas, as quais devem se apresentar em algum momento desse percurso.

Entretanto, penso se, na verdade, a vida e todo seu percurso não diga respeito a justamente somente compreender que se trata do caminho e do ritmo com que se caminha por essa estrada – e nada mais, nem menos. Não há potes de ouro no fim, nem recompensa pelo bom comportamento, nem castigo pelas maldades de todos os dias.

Em psicoterapia, parece em alguns momentos, que vamos mediando um pouco disso a que Winnicott chamou de processo de ilusão e desilusão: é preciso acreditar em tudo e em um potencial máximo, para aos poucos, de forma gradual e afetuosa, percebermos que se trata de um caminho. E isso pode ser pouco para alguns, pode ser tudo para outros: cumprir ele é que se torna o desafio.

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