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Empatia: Estar próximo, mas afastado

By abril 19, 2017Psicologia

“Eu já passei por isso que você está passando, te entendo perfeitamente!”

Quem ainda não escutou essa frase? Quem já não disse essa frase?

Sem dúvida, na grande parte dos casos, é uma tentativa empática, entretanto, se prestarmos atenção nela perceberemos que não se trata de empatia. Trata-se de contar uma história sobre você, ainda que em pedaços, ainda que indiretamente. Escutar o outro é extremamente difícil. Lembro de um trecho do livro A Casa das Estrelas, no qual vários conceitos são apresentados pela ótica das crianças, e um deles é sobre o que é ser adulto – para um dos pequenos adulto é, aquele que primeiramente fala dele mesmo. Genial, triste e brutalmente real.

Empatia não passa necessariamente por ter vivido uma experiência equivalente – ou igual – a do outro para assim, poder entender a dor pela qual quem fala passa. Isso é de outra ordem, definitivamente não é empatia.

Empatia não depende de você ter vivido algo, sofrido por alguém, ter traumas semelhantes, ser do mesmo gênero ou mesma idade. A sua experiência não garante que você realmente consiga escutar e se colocar no lugar do outro. Ser empático, sim.

Empatia diz respeito a uma possibilidade de se desprender do que dói em você – ou do que te alegra – para sentir uma dor que, talvez, você nunca a tenha sentido e, mesmo assim, sentir tão profundamente como SE sua. Entretanto, ironicamente, você nunca vem em primeiro lugar: quem é escutado é a quem se acolhe com a simplicidade de se conceder genuinamente ouvidos e alma.

Empatia é um abraço que não precisa dos braços, precisa,em verdade, que você se afaste de você mesmo para dar espaço para o outro.

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