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O Livro Negro da Psicopatologia Contemporânea: Dica de Livro do Conselho Regional de Psicologia – Recomendadíssimo!

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A última edição do Entre Linhas (Out. Nov.Dez.2012), material de autoria do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP-RS), trás na sessão Dica Cultural, escrita pelo colega Lucio Fernando Garcia, a indicação do livro “O Livro Negro da Psicopatologia Contemporânea”. Compartilhando de uma impressão similar à do colega em relação ao livro e também por entender que se trata de uma leitura muito interessante para nós psicólogos – e agentes da saúde mental , em geral – decidi dedicar um momento para conversar sobre o material.

O livro, cuja organização é de Alfredo Jerusalinsky e Sílvia Fendrik, e cuja leitura já realizei, compila uma série de textos interessantes, consistentes e questionadores sobre questões referentes as psicopatologias atuais – e nem tão atuais como usualmente se pensa –, suas classificações e o uso dos fármacos como uma alternativa fundamental e preponderante.

Dos textos que compõem o livro, saliento o capitulo do próprio organizador, Jerusalinsky, “Gotinhas e comprimidos para crianças sem história. Uma psicopatologia pós-moderna para a infância” e o de Angela Vocaro, “ O efeito bumerangue da classificação psicopatológica da infância”. Vocaro faz uma construção interessantíssima de como o diagnóstico pode se tornar a própria identidade da criança, e essa, por sua vez, deixar de ser um sujeito com outras facetas, assumindo o transtorno como o seu “eu”, o qual passa a ser apresentado publicamente/socialmente. A autora indica olharmos para a prática clínica com a delicadeza que essa prática merece, compreendendo profundamente que não se trata de uma prática qualquer, nem de algo que poderá ser cerceado através de prescrições pontuais e positivistas, muito antes pelo contrário, trata-se de um espaço de acolhimento de ocorrências clínicas, com significações específicas, e com isso, impactos particulares e imensuráveis.

Já Jerusalinsky apresenta-nos questões pontuais referentes ao TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) – diagnóstico tão comum hoje em dia, quanto banana em feira – e ao Autismo. Além disso, discute a necessidade pela busca dessas 20130108_224945denominações/nomenclaturas – no sentido de aplacar a angústia do não saber de pais e pacientes, e por que não dizer, dos próprios profissionais – e o que entendo como o “ouro” da clínica, que vem a ser a possibilidade de escuta da trajetória de cada sujeito, incluindo seus dessabores e sofrimentos, para assim “decifrar” o que é dito, o que é visto e o que é vivido.

Com certeza é uma leitura que vai fazer você pensar. Super indicação! Parabéns ao CRP.

 

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